Wilson Ferreira
Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
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Três “Contos Maravilhosos” para novos mérito-empreendedores, por Wilson Ferreira

por Wilson Ferreira

Hoje a grande mídia esforça-se para demonstrar imparcialidade para não se desmoralizar de vez diante de telespectadores e leitores. Diante da crise econômica crônica e da tragédia social brasileira, a mídia é obrigada a abandonar o confortável campo semiótico da dissimulação (simplesmente mentir, omitir ou censurar) para aplicar a estratégia mais trabalhosa da simulação: tem que mostrar as mazelas brasileiras. Mas o desafio é transformá-las em “contos maravilhosos” no sentido dado pelo pesquisador de narratologia, Vladimir Propp – o estudo da estrutura narrativa recorrente em todos contos de fadas. Agora o jornalismo corporativo tenta transformar personagens anônimos da tragédia brasileira em protagonistas de contos de fadas pós-modernos. O “Cinegnose” analisa três contos maravilhosos midiáticos: o conto “a economia alquímica para as massas”, o conto do “presépio vivo de uma moradora de rua” e o conto “a virada maravilhosa de um homem em um economia que cresceu 0,1%”.

O advento da Internet e das redes sociais não trouxe apenas as chamada Fake News, como querem as agências de fact-cheking para livrar a cara da grande mídia. Também obrigou à mídia corporativa a mudar as estratégias de manipulação das notícias.

O campo semiótico da dissimulação sempre foi o campo privilegiado da manipulação midiática: esconder, omitir, mentir, censurar – afirmar que nada existe quando a realidade é encoberta. Se for obrigada a mostrar edita, angula, apresenta apenas as imagens e retira o áudio, retira da escalada de um telejornal,  espreme entre duas matérias frias, inverte as relações de causa e efeito do fato. Enfim, se for obrigada a relatar, mostra a realidade editada, montada e recortada.

Mas num cenário de mídias sociais onde os usuários passam mais tempo empunhando dispositivos móveis do que parados diante da TV ou sentados lendo um jornal, a tradicional dissimulação ganhou um limite: esconder passa a ser igual a tentar agarrar a água. Ela escorre entre os dedos. Os fatos podem vazar num tweet, numa postagem do Facebook e ganhar uma disseminação viral.

Por exemplo, em outros tempos, onde os meios de comunicação de massas eram as únicas fontes noticiosas, certamente episódios como o da galhofa racista do Jornalista William Waack seriam no mínimo deixados em segundo plano e ficariam restritos aos “causos” do folclore do jornalismo. Repercutiu fortemente nas redes sociais, obrigando a emissora a tomar a atitude imediata de afastá-lo.  

O cenário das tecnologias da informação pode ter mudado, porém os interesses da velha mídia, decorrentes da manutenção do seu monopólio, continuam os mesmos. Por isso, hoje o esforço da mídia em aparentar imparcialidade para não se desmoralizar de vez diante dos leitores ou espectadores é muito maior – buscam-se soluções criativas, híbridas, heterodoxas. Às vezes desesperadas.

 

Nesse momento a mídia corporativa começa aos poucos a debandar do campo semiótico da dissimulação grosseira para se aventurar nas estratégias de simulação – ao invés de esconder algo que existe, simular possuir algo que não tem. Ingressar nesse novo campo semiótico significa abandonar a omissão e o encobrimento puro e simples. Agora a notícia deve mostrar as mazelas de uma realidade brasileira. Se não for pela grande mídia, acabará sendo pelas redes sociais.

Agora, as soluções devem passar pela narratologia, misturando elementos de ficção e não ficção, ou seja, tentar encaixar a realidade na morfologia de um “conto maravilhoso” no sentido dado pelo estruturalista russo Vladimir Propp (1895-1970). 

Claro que certamente os jornalistas não têm formação acadêmica tão generalista a ponto de conscientemente aplicarem estruturas narratológicas nas notícias.

Assim como os velhos contos de fadas foram inconscientemente adaptados para cumprir a função ideológica de legitimar a ordem familiar do patriarcado, da mesma maneira os “contos maravilhosos” (estrutura arquetípica dos contos de fadas) são na atualidade irrefletidamente resgatados para simular que fenômenos fantásticos animam tanto a política como a economia.

Se Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel e João e Maria receberam adequações para simular uma ordem supostamente natural da família, hoje a estrutura desses contos de fadas roteiriza as notícias da grande mídia para simular, por trás das crises e desgraças, uma ordem fantástica, mágica.

Principalmente com a proximidade das festas natalinas num cenário de crise crônica, desemprego e demissões em massa com a finalidade de precarizar o trabalho daqueles que pensem em um dia retornar para o emprego perdido.

Vamos analisar aqui três contos maravilhosos travestidos de matérias e quadros jornalísticos que mostram como a mídia corporativa é obrigada a se confrontar com a crise econômica, política e humana que ela própria ajudou a criar nos últimos anos de jornalismo de esgoto. Porém, simulando fantásticos contos de fada para tentar elevar a moral dos desempregados promovidos a “empreendedores”.

 

(1) O conto maravilhoso da economia alquímica para as massas

Doutor em Economia e especialista e finanças, Samy Dana responde e-mails de telespectadores no quadro “Economia Popular” do telejornal SPTV Primeira Edição da Globo São Paulo. Definido pela grande mídia (em matérias de revistas como Exame ou em aparição no extinto Programa do Jô) como um “economista com abordagem criativa”, Dana quer que seus alunos de Administração da FGV usem o “instinto criativo” para serem “caras que mudem o mundo”.

E o leitor pode ter certeza: Dana desfila toda sua criatividade nos seus conselhos de “economia popular” para os telespectadores.

Na edição de 22/11 o apresentador César Tralli abriu na tela do estúdio a pergunta de uma preocupada telespectadora: ela escreveu que seu marido era assalariado até o ano passado, foi demitido e agora é trabalha como autônomo. Porém, o final do ano está chegando e o 13o salário faz falta. E pergunta: “o quê meu marido pode fazer para isso não se repetir no ano que vem?”.

Dany Sana fez o esperado elogio do planejamento, do foco, e, principalmente, da disciplina de reservar um pouco dos rendimentos de cada mês para lá no final do ano disponibilizar esse dinheiro como uma espécie de 13o salário.

Se vivêssemos nos anos 1970 da ditadura militar brasileira, e nos anos do chamado “milagre econômico”, uma pergunta como essa (reveladora da atual perplexidade dos brasileiros diante da radical perda dos direitos trabalhistas) jamais seria colocada no ar, principalmente numa emissora como a Globo. A carta seria jogada na lata de lixo da mesa do editor. 

Hoje, a grande mídia é obrigada a se confrontar com as mazelas de um País que vê um abismo sem fundo. E a criatividade do intrépido Dany Sana (capaz de levar um piano para aulas de Administração para instigar o “instinto criativo” nos alunos) é convocada para criar um conto maravilhoso no qual poupança se transmuta em 13o salario. 

Ora, seria cruel demais ser franco com o telespectador e simplesmente admitir a realidade: ACABOU o 13o salário! Junto com sua carteira de trabalho… Vire-se e seja “criativo”… É melhor dourar a pílula com um conto maravilhoso.

Sana está sintonizado com uma espécie de economia alquímica dos novos tempos, na qual categorias econômicas se transmutam em outra numa Economia Política mágica que faria os Irmãos Grimm morrerem de inveja.

Assim como na religião do Empreendedorismo a fé move autônomos, microempreendedores, biscateiros etc. a acreditar que um dia a força de trabalho se transmutará em capital (o salário se transformará em lucro tornando o trabalhador em patrão de si mesmo), da mesma maneira Dany Sana manipula sua pedra filosofal que transmuta metal em ouro – a poupança (a renúncia forçada ao consumo, a única forma do trabalhador acumular riqueza) transforma-se maravilhosamente em 13o salário (antiga gratificação que o Capital pagava como prêmio ao trabalhador). 

Categorias econômicas distintas (distintas porque representam as diferenças de classes em um sistema econômico – salário X capital; poupança x lucro) tornam-se magicamente conversíveis.

>>>>>Continue lendo no Cinegnose>>>>>>>

Wilson Ferreira

Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.

4 Comentários

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  1. A presença do estado
     

    Observamos que a presença do estado nas duas circunstâncias, tanto na pessoa de seus agentes quanto nas próprias ações dos governos, em todas as esferas, tem apenas e tão somente um objetivo: SAIR BEM NA SELFIE.

     

    Um escárnio!

    a MÍDIA, é apenas um instrumento da vontade do estado.

     

     

    Policiais posam para foto ao lado do traficante Rogério 157. Foto: Reprodução/Whatsapp

     

    Policial posa para foto ao lado do traficante Rogério 157. Foto: Reprodução/Whatsapp

     

     

  2. “mostram como a mídia

    “mostram como a mídia corporativa é obrigada a se confrontar com a crise econômica, política e humana que ela própria ajudou a criar nos últimos anos de jornalismo de esgoto. Porém, simulando fantásticos contos de fada para tentar elevar a moral dos desempregados promovidos”:

    HEI, WILSON!!!!

    Voce realmente acha que um aumento de um milesimo por cento no PIB eh pouca coisa?

  3. Globo Rural

    Durante a faculdade tinha um professor que viva maldizendo o Globo Rural. Nessa época pensava q ele era um velho ranzinza e achava o GR um programa  legal, q acabava mostrando um pouco do campo.

    Bastaram seis meses de vida de  produtor rural para eu pegar uma bronca incrível do GR, ele caí perfeito na tentativa de encaixar a realidade na morfologia de um “conto maravilhoso” .

    PS- O único q salva  é o grande Hamilton Ribeiro, pena q deve ser podado até a raiz

     

  4. Sou em quase tudo concordante com você

     

     

    Wilson Ferreira,

    Muito bom. Você sempre apontando para circunstâncias que à maioria de nós nos passam despercebidas. Recentemente você nos alertou sobre a falsa censura do boné de Gabriel Bá como se pode ver no seu post “O jogo da simulação de censura Globo/Gabriel Bá, por Wilson Ferreira” de quinta-feira, 30/11/2017 às 19:35, aqui no blog de Luis Nassif no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/blog/wilson-ferreira/o-jogo-da-simulacao-de-censura-globo-gabriel-ba-por-wilson-ferreira

    Não custa alertar que todos os seus posts aqui no blog de Luis Nassif têm continuidade no seu blog Cinema Secreto Cinegnose, sempre com muito bom complemento.

    Em geral eu concordo com você, seja em relação às mensagens já conhecidas que você repassa seja em relação às suas novas ideias. Tem havido, entretanto, um ponto de discordância. Eu sou refratário à crença de pessoas da área de comunicação, e essa área inclui também o mundo político, de que a grande mídia influencia o comportamento das pessoas.

    Para mim há uma tendência de os meios de comunicação se valorizarem na sua força. Avalio, entretanto, que só as ideias que são aceitas pela população conseguem formar a opinião das pessoas. Enfim, a mídia só faz a cabeça de quem já está com a cabeça feita.

    Essa é uma tese antiga minha. Há uns quarenta anos eu penso assim. Alguém fez a minha cabeça a esse respeito e não me importa o esforço que a mídia faz para convencer as pessoas que é ela que decide para onde as ideias caminham, ou como os políticos vão decidir sobre algum assunto, eu permaneço inabalável na minha crença.

    Quando mais pessoas pensarem como eu penso, eu imagino que a mídia deixará de mostrar situações que dão a impressão de que foi ela que fez a população decidir de uma maneira ou de outra. Pois se preceder assim, a mídia será vista como uma cabotina presunçosa ostentando um poder que não tem. Algo falso e pequeno, exatamente o contrário do que a mídia quer mostrar-se: grande e verdadeira.

    O melhor exemplo que eu tenho dessa situação em que a mídia tenta reforçar a ideia da capacidade de influência dela foi a editoração do debate entre Fernando Collor de Mello e Lula. Não precisava da editoração do debate para Fernando Collor de Mello ganhar. A mídia, no caso a Globo, queria mais e então manipulou o debate de tal ordem para dar a entender que Fernando Collor de Mello ganhou às custas da manipulação do debate.

    Sobre o ponto da discordância que eu tenho com você, eu deixo o link para dois posts. Primeiro para o post “O que os leitores querem: um jornalismo isento ou um espelho daquilo que pensam?” de segunda-feira, 27/06/2016 às 23:03, de autoria de Alexandre Marini com um texto retirado do artigo “Isenção ou identificação” de Alexandre Marini e que havia sido publicado no Observatório da Imprensa.

    Enviei três comentários junto ao post “O que os leitores querem: um jornalismo isento ou um espelho daquilo que pensam?”, mas chamo atenção para o que eu enviei quarta-feira, 29/06/2016 às 00:18 para João de Paiva junto ao comentário dele de segunda-feira, 27/06/2016 às 23:36. O endereço do post “O que os leitores querem: um jornalismo isento ou um espelho daquilo que pensam?” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/o-que-os-leitores-querem-um-jornalismo-isento-ou-um-espelho-daquilo-que-pensam

    O Alexandre Marini pareceu-me que também já se está aproximando dessa percepção da desimportância da mídia na formação da ideologia do cidadão.

    E o segundo post e já bem recente é “A título de um erro comum, por Gustavo Gollo” de quinta-feira, 14/12/2017 às 11:20, publicado aqui no blog de Luis Nassif com texto de autoria de Gustavo Gollo e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/fora-pauta/a-titulo-de-um-erro-comum-por-gustavo-gollo

    No post Gustavo Gollo mostra que 1 é igual a 0,9999 . . . . Trata-se de uma afirmação de difícil aceitação popular. Em um comentário que eu enviei para o post “A título de um erro comum, por Gustavo Gollo”, eu observei que seria uma tarefa impossívell um meio de comunicação sobreviver em um mundo capitalista e de mercado defendendo a lógica matemática refletida na igualdade 1 é igual a 0,9999 . . . . A mídia não sobreviveria porque ela perderia seus ouvintes, telespectadores ou leitores.

    Bem, eu comentei que você trouxe a percepção da censura do boné do Gabriel Bá como uma falsa censura. Era um ato da Globo para convencer que a emissora primava pela imparcialidade. Eu não havia pensado sobre a notícia da censura do boné do Gabriel Bá da forma que você apresentou. E passei a concordar com você. Seria de se dizer que você, ou esse meio de comunicação, o blog Cinema Secreto Cinegnose, fez a minha cabeça.

    É verdade, mas eu só concordei com a sua ideia porque ela reforça duas afirmações minhas. Uma é que a mídia tenta mostrar-se diferente do que ela é. E a outra é que ela tenta mostrar-se maior do que ela é. O sucesso desse esforço da mídia depende de encontrar pessoas com percepção já próxima da mensagem que a mídia tenta repassar.

    Eu não considero viável que o ser humano – e uma rede é um grande amontoado de seres humanos, mas que pensam como seres humanos – possa ser capaz de manifestar um posicionamento qualquer de imparcialidade. O ser humano sempre será parcial. Então a rede Globo tentar demonstrar imparcialidade é comportamento que apenas faz parte da necessidade da mídia de se mostrar diferente do que ela é e ainda maior ou melhor do que ela é.

    Agora a ideia de imparcialidade é um desiderato do ser humano. O ser humano deseja tudo aquilo que não lhe é possível. E tudo que faz reverberar a imparcialidade é bem aceita pelo ser humano. De certo modo, ficar a favor do golpe de 64, ficar a favor do golpe do impeachment, ficar a favor de Fernando Collor de Mello no debate em 1989 são exemplos de tiro no pé que a rede Globo às veze comete para a defesa do interesse que ela representa.

    Aqui é preciso saber fazer a avaliação precisa da realidade atual e futura. A emissora sobrevive bem porque a nossa memória social é pequena. A cada dia surge uma nova geração. Vinte anos depois a geração que surge viverá e terá informações bem diferentes e, portanto, será outra a formação da nova geração. A perda no futuro pode não ser tão grande. O ganho no presente pode ser enorme. Um erro de cálculo, entretanto, pode resultar em um tiro no pé fatal.

    De todo modo é preciso ver a Rede Globo apenas como uma mídia de administração capitalista, isto é, ela visa acumular cada vez mais capital com o trabalho de terceiro. O interesse que a Rede Globo defende é o interesse do empresário a que é permitido acumular capital com o trabalho de terceiro. É isso que caracteriza o sistema capitalista.

    E ela não pode fugir disso. A menos que se tenha um jovem magnata na faixa dos quarenta anos que pretenda dilapidar sua fortuna de bilhões de reais ao longo de uns supostos novos 40 anos de modo não capitalista. Então não se iria acumular capital mediante o trabalho de terceiros mais sim dilapidar o capital.

    E no caso da Globo trata-se de uma empresa que sobrevive capitalistamente em um regime de mercado, e, portanto, trata-se de uma empresa capitalista que sobrevive em um sistema de livre iniciativa e livre concorrência. Para sobreviver ela tem de ter mais leitores dispostos a comprar as notícias que ela vende. Ela precisa vender notícias que caem no gosto popular. As três notícias a que você reportou e que se assemelham a contos de fadas vão ser bem recebidas pela população, pois a população pensa muito próximo da notícia dada, ou até mais na medida que a população teria a notícia dada como um desiderato.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 16/12/2017

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