Bancários derrubam liminar da OAB e greve chega a 26 dias

Jornal GGN – O Sindicatos dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região informou ontem (30) que conseguiu suspender uma decisão liminar em favor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que exigia a abertura de agências e postos de atendimento para órgãos judiciais. 
 
O sindicato já havia se manifestado contra a ação da OAB, afirma que ela atenta contra o direito constitucional de greve.
 
Ainda de acordo com os bancários, ontem foram paralisados 848 locais de trabalho, incluindo 15 centros administrativos dos bancos, com uma estimativa de 39 mil trabalhadores participando do movimento grevista. Uma assembleia está marcada para a próxima segunda-feira para decidir os rumos da greve. 

 
Da Rede Brasil Atual
 
Bancários derrubam liminar da OAB e criticam ataque a direito de greve
 
Movimento completa 25 dias nesta sexta-feira. No início da semana, trabalhadores farão assembleias pelo país
 
No 25º dia da greve nacional dos bancários, hoje (30), o sindicato da categoria em São Paulo, Osasco e Região informou ter conseguido suspender na véspera uma liminar em favor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que pedia abertura de agências e postos de atendimento exclusivo para órgãos judiciais. A decisão da titular da 13ª Vara do Trabalho de São Paulo, desembargadora Sonia Maria Franzini, se baseia no princípio do direito de greve, previsto na Lei 7.783, de 1989.
 
No entendimento da juíza, cita o sindicato, “a fixação de prestação de serviços, sem negociação coletiva, fere o direito líquido e certo dos trabalhadores, que possuem apenas a sua força de trabalho em oposição à classe econômica, esvaziando o poder de negociação e o atendimento das reivindicações dos trabalhadores”.
 
Durante a semana, o Sindicato dos Bancários já havia divulgado nota de protesto contra a atitude OAB, que se repetiu em outros estados e no Distrito Federal: “Essa medida judicial só serve para os bancos, e atenta contra o direito constitucional de greve e contra o Estado de Direito que deveria ser defendido pelo órgão”.
 
Na semana passada, a Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat) também havia divulgado nota sobre o episódio, citando a Constituição, que assegura o direito de greve. “Recentemente, entidades de classe, a quem manifestamos nosso respeito pela divergência, têm oferecido ao Judiciário especiosas interpretações da Lei de Greve, com o claro propósito de limitar, impedir, diminuir e interferir no direito de greve dos bancários”, afirma a entidade.
 
Em Pernambuco, a seccional da OAB chegou a pedir a prisão da presidenta do Sindicato dos Bancários, Suzineide Rodrigues, por descumprimento de ordem judicial. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) divulgou nota em protesto. “Os bancos desrespeitarem os direitos dos bancários e bancárias não é novidade. Fazem isso no cotidiano de nossa profissão, nos adoecem, nos assediam, nos usam e finalmente nos demitem. Novidade é uma entidade que carrega em seu Estatuto a atribuição de ‘defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas’, interferir em uma greve legal, não abusiva e justa”, diz a Contraf.
 
Para a confederação, a Ordem “tem feito um esforço para se apresentar como uma entidade incompatível com a democracia e com o funcionamento do Estado democrático de direito atacando o direito de greve, previsto da própria constituição que a Ordem deveria defender”.
 
Segundo o sindicato de São Paulo, o movimento atingiu hoje 848 locais de trabalho, sendo 833 agências e 15 centros administrativos. A estimativa é de que pelo menos 39 mil trabalhadores participaram das paralisações. Na próxima segunda-feira (3), bancários em todo o país fazem assembleia para avaliar o movimento.
 
Na última quarta-feira, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) reafirmou proposta de reajuste de 7% na data-base (1º de setembro) mais abono de R$ 3.500, incluindo 0,5% de aumento real (acima da inflação) no ano que vem. A oferta foi rejeitada ainda na mesa de negociação. Entre as reivindicações da categoria, está aumento este ano com 5% de ganho real e participação nos lucros ou resultados (PLR) correspondente a três salários mais R$ 8.317,90.
Redação

12 Comentários

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  1. Fechei contas em bancos privados!!!

    Só tenho em banco público. E é uma vergonha propor 7,5%, com inflação anual de 10% e bancos com a maior taxa Selic do planeta. Deviam ter vergonha em gastar tanto com propaganda e ficar sacaneando os empregados e por efeito os clientes. Espero que a Justiça do Trabalho não seja acovardada e conceda o reajuste recompondo os valores reais depreciados pela mesma inflação que semeia juros escorchantes e vergonhosos.

  2. ONDE stá o Ministro do

    ONDE stá o Ministro do Trabalho que desde a criação desse Ministerio em 1940 é TRADICIONALMENTE o arbitro das grandes greves nacionais?? Essa é a FUNÇÃO do Ministro do Trabalho,  Murilo Macedo intermediou mais de 50 greves

    e resolveu quase todas, o que faz hoje o Ministro do Trabalho, para que serve? 

    Ah, mas precisa ter personalidade e liderança, qualidades FUNDAMENTAIS para o cargo.

    1. Grande André, muito bem

      Grande André, muito bem lembrado! Ou temos um ministro do Trabalho decorativo? Sou bancário e estou convencido que os banqueiros querem ajuizar o acordo coletivo de 2016-2017.

    2. Realmente, com a Lei de

      Realmente, com a Lei de Segurança Nacional para intervir em sindicatos de trabalhadores, prender dirigentes (Lula incluso), murilo macedo fez e aconteceu e foi um dos esteios do período final da ditadura. Rolou muita negociação, de fato. Entre o dita dura e o ataque e a repressão aos direitos dos trabalhadores.  TODO APOIO À GREVE DOS BANCÁRIOS! 

  3. Eu sou bancário e vejo como

    Eu sou bancário e vejo como somos importantes para o país, sobretudo nos bancos públicos. Nós trabalhamos como agentes ativos de políticas públicas, como Bolsa Família, FIES, Minha Casa Minha Vida, bem como orientadores de nossa comunidade, em termos de investimentos, empréstimos, pagamentos, depósitos, dentre outros. No entanto, por mais produtivos que sejamos, a contrapartida é cada vez menor. Além disso, há muito adoecimento diante de várias circunstâncias do trabalho bancário.

    Eu trabalho no auto-atendimento e no meu trabalho, eu faço muita coisa em prol do banco, trabalhando praticamente como se fosse um caixa. Já tirei muito movimento de lotéricas, trazendo ele para o autoatendimento, bem como do caixa normal, orientando as pessoas a resolverem problemas de modo mais eficiente, poupando tempo e solucionando problemas. Empréstimos podem ser feitos no caixa eletrônico. Eu sirvo de camelôs até médicos, advogados. E por mais que haja tecnologica, o fator humano jamais poderá ser dissociado da qualidade do serviço, pois do cadastro que faz uma conta até o papelzinho colocado na máquina, há o trabalho de um bancário.

    É bom lembrar que os 5 maiores bancos (Itaú, Bradesco, BB, Caixa e Santander) lucraram 30 bi no 1º semestre. O patrimônio líquido continua se rentabilizando em índices expressivos. O resultado de intermediação financeira (a diferença entre quanto o banco paga ao aplicador e o que ele recebe em juros) cresceu 38,5%. Enquanto isso, só a receita com tarifas e serviços cobre o pagamento dos salários dos bancários totalmente. Por outro lado, o emprego bancário caiu 3,8%, com fechamento de 13.606 postos de trabalho.

    Na última semana, eu me encontrei com uma colega que já trabalhou comigo. Ela perdeu o cargo gerencial por conta de um processo administrativo baseado em conduta estimulada pelos gerentes de área. A depressão é visível, com abatimento e emagrecimento. E com a política do abono, valor pago sem ser incorporado aos salários, essa prática ainda é mais perigosa. A CASSI teve um déficit de 252 milhões de reais, em 2015, impactado por anos de congelamento salarial que diminuiram a rentabilidade do plano. No período, o Índice de Variação de Custos Médico-Hospitalares variou 19,52%, praticamente o dobro da inflação. Isso sem contar o impacto na Previ e no futuro benefício do INSS.

    Por isso, nós devemos fortalecer ainda mais essa greve para obter um acordo justo, digno de nosso trabalho e de nossa participação na economia nacional. Na atual conjuntura golpista, uma greve como essa tem muitos adversários e inimigos, mas os bancários não têm se negado ao diálogo, não só com a FENABAN, bem com os diversos segmentos da sociedade. Nós fizemos muitos acordos com as OABs em que alvarás judiciais são acolhidos, como na Bahia, bem como conversamos com o empresariado, como a Fecomercio e CDL. Só a luta nos garante!

  4. Tá Difícil de Entender

    Nassif: tá difícil de entender.

    Se o aumento salarial da classe bancária será repassada aos “consumidores”, como toda atividade de visa lucro, e considerando os lucros astronômicos das instituições financeiras, por quê a resistência dos Bancos em concederem o aumento? Ou mesmo de apresentar um proposta próxima ao que reclama a classe trabalhadora?

    De outra, por que isto ainda não foi analisado pelo Poder Judiciário? Parece que pode.

    Será que faz parte do golpe, esperando o governo um motivo para decretar Estado de Emergência?

    Agora, pitorescos mesmo é a atuação da OAB, ao parece que em todo o Pais, contra os trabalhadores. Será que está atuadando como a “mão do gato” na questão? Dando justificativa para que os golpistas aleguem que “a sociedade está revoltada”?

    Na grande mídia o silência é sepulcral. Especialmente, depois dos “aportes” financeiros despejados pelo governo neles. Só a Folha já beliscou quase 100% do normal para a área e período. Imaginem Globo, Estadão e outros.

    Com a palavra o Presidento Nacional da OAB…

  5. A OAB estava lutando para que

    A OAB estava lutando para que aqueles trabalhadores que ganharam seus processos trabalhistas, indenização por acidente do trabalho, pensões alimentícias, etc, pudessem receber o seu dinheiro que foi depositado judicialmente sejam entregues imediatamente.

    O Sindicato dos bancários se recusou a atender essas pessoas hipo-suficientes, em estado de necessidade extrema pois prestações alimentícias tem o caráter de sobrevivência.

    É realmente um despropósito, uma canalhice sem igual.

    O que custa para o sindicato dos bancários manterem abertos os bancos dentro dos fóruns para que essas pessoas possam receber seus pequenos valores imprescindíveis para a sua sobrevivência?

    O que justifica tamanha insensibilidade com os dramas humanos desse sindicato?

     

     

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