A Bossa Nova no Carnegie Hall

Por jns

Carnegie Hall, 1962

A bossa abrindo as portas do mundo em uma quarta-feira chuvosa, 21 de novembro de 1962.


O Carnegie Hall, em Nova York, estava lotado.

Gente famosa na platéia: os músicos Miles Davis, Herbie Hancock e Gerry Mulligan; os cantores Tony Bennett e Peggy Lee.

A Bossa Nova havia desembarcado na cidade, com apoio do governo brasileiro e de uma gravadora americana.

Nos bastidores, confusão; quase ninguém falava inglês, e quem falava só era entendido por brasileiros.

João Gilberto ameaçava não entrar no palco: o vinco da calça não estava paralelo à costura.

A diplomata brasileira Dora Vasconcelos arrumou um ferro elétrico e, ali mesmo, com João de meias e cueca, passou a calça.

Dezenas de microfones no palco, de rádios locais, da Bandeirantes de São Paulo e até de emissora que transmitia para Moscou.

O som do teatro não funcionava bem.

Mesmo assim, três apresentações encantaram os nova-iorquinos: Tom Jobim, com Samba de Uma Nota Só; João Gilberto, que aguardou silêncio absoluto para cantar Samba da Minha Terra, seguindo-se Corcovado e Desafinado; e Agostinho dos Santos, com Luiz Bonfá ao violão, cantando Manhã de Carnaval.

Foi ovacionado.

Cravos vermelhos jogados ao palco.

A Bossa Nova abria as portas do mundo para a música brasileira.

Por Luiz Henrique Gurgel

WALTER SILVAJornalista e Produtor Musical
O radialista e jornalista Walter Silva em sua casa com cartazes de seus históricos shows

“Todas as estações de televisão do mundo estavam lá (e) o maior sucesso da noite foi Agostinho dos Santos”

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador