A solidão de um caipira…, por Luciano Hortencio
Não conheço o Sr. Salim. Nunca o vi, nem mais gordo e nem mais magro.
Tomei conhecimento de sua pessoa e de sua poesia matuta, A SOLIDÃO DE UM CAIPIRA, através do comentarista do youtube Anderson Carvalho, que narrou-me a decepção que sofreu o Sr. Salim ao tentar mostrar sua poesia a um apresentador famoso.
Esse fingiu, por telefone, não ser o apresentador, o que magoou profundamente o poeta Salim, haja vista ter reconhecido, sem sombra de dúvida, a voz do interlocutor.
Anderson narrou-me e fato e disse que a poesia casaria com meu modo de falar, com meu jeito de ser. Ato contínuo mandou-me A SOLIDÃO DE UM CAIPIRA e não me fiz de rogado.
A solidão angustiante do Sr. Salim não é mais tão somente dele. É a solidão de todos nós e, compartilhada, torna-se infinitamente menor e melhor suportada.
Sô um caipira tristonho
Minha vida é tão ruim
A danada é muito amarga
Tenho inté pena de mim
Meu rancho é de pau a pique
Tranciado de cipó
Ventêia já balancêia
Deus o livre de um toró
Num sei lê nem iscrevê
Mar consigo aprosiá
A minha assinatura
É meu dedão pulegá
Conta de mais e de menos
Chego inté a resorvê
Mas di vêiz e drividi
Num há modo d’eu aprendê
As moça lá da cidade
Só me chama de bobão
Porque eu sô vergonhoso
E fico todo vermeião
A coisa que eu mais quiria
Era o amô de uma muié
Mas por ser pobre e feio
Ninhuma delas mi qué
Eu rezo pra mim durmi
E nunca mais acordá
Só peço qui lá no céu
Deus permita d’eu intrá
Minha solidão é tanta
Chego a disacursuá
Eu juro, num vejo a hora
Da morte vim mi buscá
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Que coisa linda, so!
Gostei do poema, Mestre Luciano!
Sr. Salim tem parentesco com libaneses?
Isso é ouro!!