Eu sou o diabo, por Luciano Hortencio
Quando eu era menino e fazia alguma traquinagem maiorzinha minha mãe invariavelmente dizia: “Isso não é uma tentação do cão? Esse menino é o diabo.”
Passada a raiva ou o susto sorria e tudo ficava bem como sempre. Diabo mesmo eu não sou, a não ser na teimosia quando quero conseguir alguma coisa.
Quem me conhece sabe que sou absolutamente persistente no intuito de trazer à tona as boas músicas gravadas em 78 rpm ou em antigos LPs, sempre esquecidas pela poeira do tempo, pelo descaso nacional com nossa memória e fazendo parte das “coisas que o tempo levou”.
Nessa empreitada conto com a valiosa colaboração de muitos amigos e peço licença a todos para citar apenas o jornalista pesquisador e colecionador, Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez), que atende prontamente todos os meus pedidos de fonogramas.
Os áudios são importantíssimos, o cerne, porém carecem de uma boa ilustração para chamar atenção. Selos antigos são bons para colecionadores, porém não atraem o grosso da população.
Pensando nisso, estou sempre escavoucando na internet em busca de fotos de intérpretes e compositores para ilustrar os vídeos que publico no youtube.
Achar fotos de intérpretes é um pouquinho mais fácil, porém muitas vezes vejo urso de gola para achar imagem de antigos compositores.
Hoje me detenho pinçando o compositor José Assad (Beduíno) cuja foto era mais difícil de se ver do que orelha de freira. Todos os vídeos que dele tenho publicados, se não estiverem com a foto do intérprete, estão com ilustrações outras…
Essa semana resolvi dar um basta nisso: Aproveitando o tempo maior pelo isolamento social, debrucei-me à procura da foto do “Beduíno”. Depois de muita labuta, encontrei a partitura que ilustra esse post e, com a ajuda do amigo Marcos Costa, consegui uma imagem do compositor José Assad.
Título da composição: EU SOU O DIABO!
Rubens Peniche – EU SOU O DIABO – José Assad (Beduíno) – Juraci Rago.
Disco Continental 16.334-B.
Janeiro de 1951.
Foto: Compositor José Assad (Beduíno).
Arquivo Nirez.
Coisas que o tempo levou.
luciano hortencio.
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Que bom!
Vivi para ouvir um diabo chateado, lamentado ser desprezado… rsrsrsrsrs