Fátima Guedes cristalina, por Aquiles Rique Reis
Fátima Guedes lançou o álbum autoral Transparente (Fina Flor). Com ele, ela demonstra que continua uma aguçada cantora e compositora. Sua volta ao mercado fonográfico é como sangue novo a contaminar a infecção: salutar.
Saborear sua emoção nas notas graves e agudas, das sete músicas inéditas e de outras sete regravações, é igualmente saudável aos ouvidos. Sua afinação é como uma lâmina de aço indo certeira e fundo à alma.
Produzido por ela e pelo arranjador, baixista e violonista Bororó, o CD reúne ótimos instrumentistas e arranjadores – suas interpretações engrandecem o trabalho e fazem do disco exemplo de amor à música. E a Fátima Guedes.
A temática das letras de Fátima é simples como o dia a dia. Quando opta por palavras que carregam a música em si, a escolha lhe cai bem. Isto se dá na quase totalidade das letras do álbum.
Com arranjos instrumental e vocal de Bororó, ele que também toca violão (pena que o encarte não nomeie os vocalistas), tendo Jairo Reis nas violas, Erivelton Silva na bateria e Felipe Tauil na percussão, a bela moda “A Vida Que A Gente Leva” abre o disco. Exuberante, Fátima canta à vida: “Não tenho medo de nada/ Porque vivo a minha vida/ Como quem sorve uma taça/ De preciosa bebida (…)”.
Já em “Ética”, as palavras, embora adequadas ao tema, não têm a musicalidade necessária para poetizar seus versos: E pedia pra Deus/ Reestrutura ética/ Virtudes outras/ Antes do final/ E pedia também/ Consciência crítica/ Pois há/ Uma nova ordem mundial.
Quando o tema é a paixão, Fátima Guedes dá show em “Condenados”: Ah, meu amor/ Estamos mais safados/ Hoje tiramos mais proveito do prazer/ E somos um (…). A música cresce ainda mais com o arranjo e a regência de Itamar Assiere, além das flautas arrasadoras de Ricardo Pontes, da guitarra de Cláudio Jorge, da bateria Erivelton Silva e do baixo acústico de Zé Luiz Maia.
Dori Caymmi escreveu o arranjo e cantou com Fátima “Flor de Ir Embora”, enquanto Gilson Peranzzetta no acordeom e um quarteto de cellos acrescentaram dramaticidade à canção: Flor de ir embora/ É uma flor que se alimenta/ Do que a gente chora (…). Linda!
A relação com o pai diz “presente!” em “Criatura”: (…) Meu pai/ Aprendendo e apanhando/ O tempo inteiro buscando/ Compreender sua intenção/ Eu me danei/ Feito um bicho na cidade (…). Fátima canta inicialmente apenas com o violão de Cláudio Jorge. Logo chega o baixo de Bororó, que, junto com a percussão de Armando Marçal e a bateria de Erivelton Silva, levam o samba à frente.
Com criativos arranjos instrumental e vocal de Bororó, que também toca violões e baixo, Fátima e o quarteto vocal Arranco de Varsóvia, apoiados pela guitarra e pela viola caipira de Jairo Reis, arrasam cantando os versos bem-humorados de “Onze Fitas”: (…) Onze tiros fizeram a avaria/ E o morto já estava conformado (…)
Gravado por músicos virtuosos, Transparente é um ótimo disco de uma grande intérprete que está à disposição de ouvidos sensíveis à boa música.
Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4
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Não se ouve Fatima
Sempre gostei de Fatima.
Porém não se ouve no radio.
Porque as radios sempre tocam a mesma coisa de gosto duvidoso?
Já e altura de começar uma campanha:
“Toquem boa musica que meu ouvido não é penico”
Um promo de 6 minutos com
Um promo de 6 minutos com todos os creditos ao final:
[video:https://www.youtube.com/watch?v=xxkoBAvfY9E%5D
E “Criatura” (uma bossa nova fingindo que eh samba!) com um truque vocal respeitavel:
[video:https://www.youtube.com/watch?v=72Q500xUygw%5D
Ao invez de descer dois semitons ela desce 14!!! Nao eh qualquer um que faz isso!
Além da Fátima Guedes, ando
Além da Fátima Guedes, ando com saudade da Jane Duboc.
Na época de Anitas e Ludimilas, elas fazem falta.
[ … feição airosa da
[ … feição airosa da barbara mais jovem mais sexy mais produzida melhor montada… ]