MPB com bom verniz pop: Ana Clara Horta estreia em disco com frescor e identidade forte
Plantão | Publicada em 09/11/2010 às 08h40m
Antonio Carlos Miguel
RIO – De novas cantoras e compositoras a música brasileira está cheia, quase transbordando. Mas Ana Clara Horta acredita que ainda há lugar para mais uma e trata de provar isso com um misto de frescor e identidade forte nas 11 faixas de “Órbita”, seu belo disco de estreia, que acaba de sair pela Biscoito Fino.
Musicalmente, sua órbita é a da MPB contemporânea, ou seja, em suas canções (sete delas com diferentes parceiros) ela tem como referência a grande safra de compositores revelada nos festivais dos anos 60. A partir daí transita com inventividade por toadas, maracatus e bossas que dialogam sem pudores com levadas do pop ou do funk.
Esse repertório diversificado e consistente tem em Ana Clara uma segura intérprete que, como bem define Pedro Luís – o líder da Parede, que também participa de um dueto na faixa “Bailarina” -, vai “do vigor necessário à suavidade encantadora, parece sempre estar cantando ao pé do nosso ouvido”.
A cantora também tocou violão em todo o disco, que, produzido por Mário Moura, tem a sonoridade de uma coesa banda, graças aos três instrumentistas – Igor Araújo (baixo e direção musical), Fernando Caneca (guitarras e violões) e Pitito (bateria e percussão) – que participam em dez das 11 faixas. Eventuais convidados adicionam coloridos extras às canções, como Serginho Trombone, que sola no pop funkeado “Não há dúvida”; o acordeonista Kiko Horta, em “Órbita”, “Concha do mar” e “Menina do leite”; e o gaitista Flávio Guimarães, que bota um tempero de blues em “Melodrama”. Bons exemplos que merecem orbitar nos tocadores de CD, MP3 e demais geringonças sonoras.
http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2010/11/08/mpb-com-bom-verniz-p…
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