O dia em que Beth Carvalho provocou um quiproquó no Alemão

E baixou um santo qualquer em Carlinhos Vergueiro, que ficou aperreado por ter sido relegado a segundo plano.

Meu amigo, o Negão Almeida sempre foi um sujeito forte. Não forte de bar, de rua: forte mesmo! Foi campeão latino-americano sênior pelo São Paulo Futebol Club. Aliás, ficou de me apresentar Dino Sani e até hoje não cumpriu a promessa.

Carlinhos Vergueiro sempre foi um rapaz (hoje senhor) miúdo, pouco afeito às coisas do músculo, como quase todos nós.

Pois o Carlinhos levou a grande Beth Carvalho ao Bar do Alemão lá pelos idos dos anos 70. Beth entrou brilhando, mas seus olhos bateram no seu grande companheiro de botecos, o Negão Almeida. Quase sempre era ele quem a levava nos botecos tradicionais de São Paulo. E garra conversar e cantar em dueto com o Negão.

O Alemão tinha noites etílicas memoráveis, e aquela foi uma delas. Mas baixou um santo qualquer em Carlinhos, que ficou meio aperreado por ter sido relegado a segundo plano pela musa do samba.

Segurava a bronca e tomava um chopp. Segurava menos um pouco, e tomava outro. Até que afastou de si todos os temores e foi até o Negão Almeida e deu-lhe um sopapo no pescoço. Como um hipopótamo sendo esmurrado por um beija-flor, o Negão olhou para trás, para saber o que estava acontecendo.

Levou um pouco para se dar conta que havia sido agredido. Foi preciso meia dúzia de bebuns para segurar o Negão.

No dia seguinte, um constrangido Carlinhos apareceu no bar pedindo desculpas. E o Negão Almeida, que não é de guardar mágoas de ninguém, concedeu.

 

 

 

Luis Nassif

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