Os 30 anos do álbum The Final Cut, do Pink Floyd

Ontem completaram-se 30 anos do lançamento na Inglaterra do vigésimo disco (e o último da formação clássica) da banda Pink Floyd: The Final Cut. A banda britânica de rock progressivo, consagrada com os álbuns conceituais The Dark Side of the Moon (1973), Wish You Were Here (1975) e Animals (1977) vinha de um retumbante sucesso de público com o disco (1979) e o filme (1982) The Wall.

The Wall e The Final Cut representaram o ápice da influência do vocalista e letrista Roger Waters sobre a produção da banda. Waters se impôs sobre o guitarrista David Gilmor e os demais integrantes para produzir dois trabalhos extremamente pessoais, quase autobiográficos. The Final Cut é uma obra controversa na história da banda mas tem um interessante apelo histórico: produzido durante o período mais crítico das reformas neo-liberais da primeira ministra Margareth Tatcher, o disco revela o profundo desconforto causado pela destruição do estado de bem estar social britânico e pela falência do “sonho do pós guerra”, numa Grã-Bretanha empobrecida e decadente que ainda se vira forçada a enfrentar o desgaste da Guerra das Malvinas.

Uma obra interessante de ser revisitada hoje que sabemos para onde as (então) incensadas revoluções neo-liberais de Tatcher e Reagan por fim nos conduziram. 

Luis Nassif

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