Simplificando a simplificação

Muito se fala sobre as vantagens de simplificar a vida. Se eu limitar minhas expectativas e objetivos, se diminuir a quantidade de coisas que tenho pra fazer, se morar longe das grandes cidades serei abençoado com esse item raro e praticamente inatingível: a tal paz de espírito. Será que funciona?

No começo deste ano eu tentei simplificar minha rotina ao máximo. Fiquei 2 meses numa cidade do interior, sem pensar em trabalho, checando e-mails 1 vez por semana (ou até de 15 em 15 dias), com o celular desligado e até mesmo sem namorada.

Resultado: nunca ficou tão evidente o quanto minha mente é que é complicada. A rotina era basicamente tranqüila, mas eu repetia os mesmos padrões comportamentais de antes. Conseguia complicar até mesmo um almoço.

O tempo todo eu julgava, calculava, controlava e me preocupava com minha imagem social. De alguma forma, eu buscava aceitação, reconhecimento e tentava “subir na vida” numa situação em que isso era absolutamente ridículo.

Chutando sem medo de errar, cerca de 70% da nossa ocupação diária não é o trabalho externo. É tentar servir minuciosamente aos nossos padrões de pensamento. E a maioria deles nem é clara pra nós mesmos.

Simplificar a vida pode ajudar. Mas esse não é o principal problema. O essencial é simplificar seus conceitos.

Comunicação ou conspiração?
Você consegue ouvir o que as pessoas dizem? Ou sua cabeça não pára de querer classificá-las, julgá-las e rotulá-las? Você se comunica ou cria conspirações? Você quer resolver uma questão ou sentir-se especial, participante de um grupozinho de privilegiados? Esse questionamento vale pra tudo, do gerenciamento da sua carreira a um chamado no suporte técnico.

Luis Nassif

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