Custo para manter térmicas em operação já atinge R$ 1 bi

O prolongamento da seca e a queda dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas obrigaram o Operador Nacional do Sistema Elétrica (ONS) a ligar praticamente todas as térmicas a gás e a óleo para garantir o abastecimento de eletricidade no país. Segundo fontes do setor, até térmicas a carvão com níveis baixos de eficiência estão sendo acionadas no Brasil para garantir o abastecimento.

A conta para manter essas térmicas funcionando será cobrada na conta de luz dos consumidores (livres e cativos) por meio do Encargo de Serviços do Sistema (ESS). A expectativa é que esse custo alcance o recorde histórico de R$ 500 milhões em novembro, segundo estimativas da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). Nos primeiros dez meses deste ano, o ESS já atingiu R$ 1,07 bilhão, informa a entidade.

O cálculo feito pela Abrace leva em consideração a manutenção, pelo ONS, dos despachos de mais de 3.500 MW médios de usinas térmicas a óleo combustível e a diesel ao longo de todo o mês e a permanência do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) nos patamares atuais, da ordem de R$ 360 por MWh.

“A associação entende que os procedimentos operativos acionados pelo ONS devido à falta de chuvas deveriam ser incorporados ao Preço de Liquidação das Diferenças (PLD)”, afirma a Abrace em nota.

“Dessa forma, o custo seria dividido apenas entre os agentes de geração e consumo expostos no mercado de curto prazo. Já os consumidores com contratos de longo prazo não seriam afetados, o que faz todo o sentido, tendo em vista que já pagaram pela segurança nesses contratos”, diz o presidente-executivo da entidade, Paulo Pedrosa.

O ESS é formado por duas parcelas. A parcela de segurança energética é usada para cobrir os custos do funcionamento das térmicas acionadas em função do baixo volume de chuvas e do consequente baixo volume dos reservatórios das hidrelétricas. A segunda é relativa à restrição elétrica, sendo utilizada principalmente para cobrir custos relativos a restrições de funcionamento de linhas de transmissão.

Redação

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