A guerra midiática e o turbilhão de imagens

Há dois anos era previsível o que ocorreria no Brasil em 2016. Em razão disto resolvi republicar este texto.

Qualquer pessoa de bom senso percebe que a imprensa brasileira está em guerra com o governo federal. A razão desta guerra para os barões da mídia é a defesa da “liberdade de imprensa”, argumento que tem sido sistematicamente utilizado para defender privilégios mesquinhos conquistados através de monopólio e concentração das despesas federais com publicidade.

Há mais uma década os governos petistas hesitam em declarar guerra ao seu inimigo declarado. Neste segundo mandato, Dilma Rousseff parece ter começado a movimentar suas tropas parlamentares. A regulação da mídia será feita para derrubar a barreira de desinformação criada pelos inimigos da democracia para beneficiar a oposição fascista e fascinada por dinheiro que aderiu incondicionalmente ao partido das capitanias hereditárias da desinformação.

Toda guerra tem sua característica hegemônica. A I Guerra Mundial foi o paraíso das peças de artilharia fixa e das metralhadoras que despedaçavam milhares de soldados que corriam para a morte certa na terra de ninguém. A II Guerra Mundial na Europa foi caracterizada pela mobilidade das divisões de tanques e, é claro, pelo turbilhão de fogo provocado de maneira intencional pelos tapetes de bombas incendiárias e explosivas lançadas nas cidades históricas alemãs indefesas pelos aviões ingleses e norte-americanos.

A guerra entre os barões da mídia e o governo federal reúne características das duas guerras mundiais. Os barões da mídia se entrincheiram em suas capitanias hereditárias de desinformação lançando mão de sua devastadora arma de destruição da cidadania: o turbilhão de imagens.

Ontem por exemplo, os telejornais da Gazeta e da Rede Bandeirantes fizeram alusões ao apagão elétrico supostamente provocado pelo esvaziamento dos lagos das usinas hidrelétricas. Nenhuma imagem aérea de uma hidrelétrica sem água foi mostrada. Em seguida, como se tivessem combinado, ambos os telejornais falaram da seca na Cantareira e no sistema Alto Tietê. Imagens dos ex-reservatórios paulistas foram mostradas.

As duas notícias, veiculadas uma logo depois da outra e devidamente misturadas pela ausência de imagens que comprovassem a seca nos lagos das hidrelétricas, induziu o telespectador desavisado a fazer as seguintes associações: governo federal = crise hídrica em São Paulo; apagão elétrico = seca na Cantareira e Alto Tietê. Isto é o que podemos chamar de destruição sistemática e massiva da racionalidade mediante um turbilhão de imagens. As notícias pouco importam, o que interessa é o uso que se pode fazer delas mediante a astuta utilização e/ou omissão de imagens, em que idéias contraditórias podem ser reforçadas de maneira a desinformar a população.

O que ocorreu ontem prova que os barões da mídia não darão trégua à verdade factual enquanto seus monopólios. Dilma Rousseff está certa envidar esforços para destruir este modelo de negócio que dinamita diariamente a inteligência dos cidadãos, que fomenta a barbarie mediante a desinformação e que conspira contra a estabilidade política do Brasil induzindo o povo a sentir um ódio irracional por seu governo legitimamente eleito. 

Fábio de Oliveira Ribeiro

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