A máquina de moer cérebros está onipresente

É triste e estarrecedor sair de casa para frequentar salas de espera de consultórios e hospitais, ir a botecos, padarias e locais comerciais populares nos dias de hoje. Na imensa maioria de locais onde saímos fora de casa para nos “divertir”, comprar algo ou cuidar de nossa saúde, há uma televisão ligada. Geralmente passando a programação da Rede Globo (as vezes das outras que apenas querem ser iguais a Globo). E o pior, segundo alguns proprietários que consultei, muitas vezes são os próprios clientes que pedem para que a TV ali esteja, dando diariamente a pauta sobre o que eles têm que se preocupar, desejar, pensar e acreditar. O povo não quer pensar, prefere o seu cérebro lavado pela agenda da elite (“aquilo que os homens de fato querem não é o conhecimento, mas a certeza”, Bertrand Russel).
E claro, a agenda é monolítica sob o ponto de vista político econômico e socialmente excludente. Basta ver o quanto de pessoas acreditam sinceramente que o fato dos 1% mais ricos do planeta possuírem 90% da riqueza é algo fatalístico, ou pior, que a única alternativa a esse descalabro social seria um caos social maior. Esse “argumento” geralmente vem associado a alguma argumentação pseudocientífica mal ajambrada (a do “espantalho” referente ao comunismo real é muito usada). Rico agora nem precisa se defender, há toda uma geração na classe média comedora de migalhas iludida a defendê-los (pequena burguesia é um termo antigo, mas o tema segue atual).
Por outro lado, nos locais mais “chiques” e caros, onde frequenta a elite econômica, é raro assistirmos a lavagem de cérebros operando. Claro, a programação passa uns 75% do tempo mostrando o mundo que não presta, o mundo que não dá certo. Para que a elite vai ficar olhando aquilo se ela presta? A elite não odeia muito, esse sentimento ela terceiriza, ela prefere ficar socialmente auto segregada… E “feliz”.
Antes eu saia de casa sem a preocupação de não ver TV, algo que sempre desejei e gostei, porque além de não ligar muito para a programação, é algo que na minha formação costumava ser algo “do lar”. Lembro que principalmente nos locais de lazer, a “ponta de lança” da doutrinação foram os esportes. Realmente é legal ver o jogo do seu time bebendo uma cerveja com os amigos. Mas agora as TVs ficam ligadas o tempo todo, e o único lugar onde tenho a opção de não vê-las é em casa. Particularmente tenho evitado abrir uma breja gelada nos locais onde sem me pedir permissão, me põem esse mundinho pautado na cara. O problema é que está cada vez mais difícil encontrar um lugar “adequado”, isso só é possível onde a conta é mais salgada, aí fica “difícil”…
Há uma clara tentativa de uniformização do pensamento da sociedade em andamento. E o pior é que ela se dá via influência do poder econômico mitigado nas decisões que seriam de caráter “individual”, de forma sub reptícia, utilizando vias que em tese seriam democráticas, pois o argumento do tal controle remoto na mão dos indivíduos, sempre está à mão. Mas eu não duvido, tenho certeza que a decisão mental está na deles, não na do povão…

 

Redação

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