A “roda-presa” virá em cima da Petrobras

Que a nova presidente da Petrobras, Graça Foster, se prepare.
A turma da “roda-presa”, este ano, vem doida para cima da empresa.
Depois de idas e vindas, negociações e enxugamento nos preços, 2012 marca o deslanchar dos investimentos da companhia.
Começa a construção das 26 sondas de águas ultraprofundas – que se estenderá até 2015 – para o pré-sal, coisa de US$ 500 milhões cada, com conteúdo nacional em torno de 60%.
Inicia-se o reforço e conversão dos cascos de quatro petroleiros gigantes, com confirmação, nos próximos dias, do resultado da licitação que inclui a reativação do estaleiro Ishibras, agora Inhaúma, no Caju, no Rio de Janeiro, que que vão atuar na área de Franco, onde os testes de longa duração já estão avançados. A primeira delas, que você vê aí na foto ainda como um casco antigo – começa a ser convertida daqui a dois meses e há outras conversões em realização no Rio Grande do Sul e em Angra dos Reis. Cada uma delas é investimento da ordem de R$ 500 milhões, que continuará com um valor cerca de 60% maior para a colocação dos conjuntos de topside – o equipamento petroleiro propriamente dito – em casa uma delas.
Começa a ser construída a usina de regaseificação da Bahia – 40% de aumento na produção nacional – as obras dos refinarias de Itaboraí (Comperj) e Abreu e Lima saem do estágio de preparação para o de instalação de equipamentos, dá-se a partida para a construção de um termoelétrica na Baixada Fluminense e, no final do ano, deve começar a construção do  complexo Gás-Químico em Linhares (ES), setor onde também entrará em operação a Usina de Três Lagoas, essencial para os projetos de substituição de importações na área de fertilizantes.
Embora o mercado chie e grite, os horizontes da empresa são excelentes. A queda de hoje nas bolsas, é apenas resultado da realização dos lucros dos últimos dois meses e um muxoxo pela ausência de distribuição de dividendos imediata. As recomendações de compra permanecem e segunda-feira seja, para a maioria, um dia com tendência expressiva de alta para suas ações.
O maior problema da empresa, em 2011, parece estar mais suave este ano: as pressões inflacionárias menores, o preço internacional do açúcar – para onde se desvia a produção de cana – está 20% menor do que em fevereiro passado e, finalmente, os estoques de etanol estão 50% acima do que estavam em fevereiro de 2011. Portanto, não é previsível que a necessidade de importar gasolina para abastecer o mercado interno seja tão severa, e foi ela, essencialmente, que provocou a redução dos lucros da Petrobras no balanço divulgado ontem.
O tom pessimista, entretanto, vai continuar por algum tempo, tentando direcionar as naturais inflexões de rota que uma empresa sofre depois de uma mudança de comando. Mas, na sua obtusidade, muitos dos pessimistas não percebam que José Sergio Gabrielli, ao sair, deixou “a mesa limpa”, solucionando a maioria das questões que estavam pendentes de decisão, e o fez de acordo com a nova direção.
Os desafios da nova presidente são enormes, mas diferentes dos também enormes com que se defrontou o ex-presidente, que deixa o comando de uma empresa que, ao assumir, não tinha diante de si o horizonte do pré-sal e teve de preparar- falo mais detalhadamente dos aspectos políticos.
A Petrobras de 2012 é investimento em curso, mais que em planos.
E o curso que segue está bem traçado e definido: ser o centro de uma cadeia produtiva que movimente fortemente a economia nacional.
 
Por: Fernando Brito

Redação

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