Apoiadores da vaquinha de Bolsonaro estão na mira da PF

Investigação acredita que parte dos R$ 17 milhões recebidos por pix é dinheiro vivo da venda de joias sauditas.

Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) vai cruzar dados a fim de identificar todos os doadores que fizeram pix para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), vaquinha que somou R$ 17 milhões, e se houve fraude ou lavagem de dinheiro.

De acordo com um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o ex-presidente recebeu R$ 17,2 milhões em transações via pix apenas nos seis primeiros meses deste ano, dinheiro arrecadado de apoiadores para ajudar no custeio de multas e despesas processuais de Bolsonaro.

A varredura terá início pela avaliação das contas bancárias de Jair e sua esposa, Michelle, cuja quebra de sigilo foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada.

Colaboração

A PF vai investigar todos os doadores envolvidos na vaquinha, a fim de descartar ou comprovar a hipótese de que parte deles não existe e que a arrecadação foi uma forma de “esquentar” o suposto dinheiro vivo recebido pela família com o esquema de venda de joias sauditas.

Para tanto, os investigadores contarão com uma colaboração do Ministério Público para acessar o Sistema de Investigação de Movimentações Interbancárias (Simba), que cruza os dados obtidos pela quebra de sigilo com bancos.

Na última semana, o ex-presidente pagou a multa de R$ 913 mil, aplicada pelo governo de São Paulo pelo não uso de máscara durante a pandemia de Covid-19. Foi esta justificativa, a multa de quase R$ 1 milhão, que levou o presidente a fazer a campanha de arrecadação.

À CNN, o advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, disse estar tranquilo com os rumos da investigação, pois tudo foi feito de forma republicana. Ele também deu a entender que o volume de doações é normal, se considerado que o ex-presidente teve quase metade dos votos no último pleito.

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Camila Bezerra

Jornalista

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