Appio pede reforço na segurança após receber ameaças de seguidores de Moro e Dallagnol

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Juiz Eduardo Appio passou a receber ameaças nas redes sociais após colher o depoimento de Tacla Duran citando Moro e Dallagnol

Juiz Eduardo Appio, homem branco com terno e gravata, expressão séria e estante de livros no fundo da sala
O juiz federal Eduardo Fernando Appio

O juiz federal Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, requisitou medidas de reforço em sua segurança pessoal após receber “ameaças e pressões” de seguidores do ex-juiz Sergio Moro e do ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol.

Em ofício ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região e ao diretor do foro do Paraná, Appio explicou que tem sofrido “ameaças e pressões, via redes sociais e órgãos de imprensa”, por conta das investigações que se iniciaram nesta semana, a partir do depoimento de Rodrigo Tacla Duran.

“As referidas ameaças são consequência direta do poderio econômico, social (redes sociais) e político exercido por dois dos nominados na referida investigação que hoje tramita em sigilo junto ao Supremo Tribunal Federal (por conta do foro por prerrogativa de função parlamentar), ou seja, Deputado Federal Deltan Dallagnol e Senador Sérgio Fernando Moro”, diz o ofício.

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Em seu depoimento, Duran citou o nome de Dallagnol e Moro no contexto de uma denúncia de “extorsão” envolvendo Carlos Zucolotto e Fábio Aguayo, dois amigos de Moro.

Quando Moro ainda era juiz da Lava Jato, Tacla Duran afirmou que o advogado e padrinho de casamento do casal Moro, Carlos Zucolotto, cobrou propina de 5 milhões de dólares para facilitar um acordo de delação na Lava Jato. Aguayo, por sua vez, foi gravado “vendendo” os serviços do “escritório de Moro”. O áudio foi apresentado por Duran à Polícia Federal.

Após a audiência, Appio aceitou pedido de Tacla Duran para ser transformado em testemunha protegida.

Appio também citou ao TRF-4 a necessidade de reforçar sua segurança mediante “potenciais ameaças decorrentes de júri a ser realizado por este Juízo Federal envolvendo suposto membro de organização criminosa.”

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Avante, Appio! Nao ceda à pressão dos celerados! Mostre que há Juízes, Tribunais. Ajude a encerrar-se aquela operação nefasta, eivada de erros materiais e formais, expediente criminoso das oligarquias contra a República!

  2. Um veículo de comunicação hoje veiculou que: “MPF cobra explicações de juiz da Lava Jato sobre audiência com Tacla Duran. Atendendo a uma determinação do STF, o juiz Appio suspendeu a ação penal contra Tacla Duran em 14 de março, mas, depois, marcou uma audiência. Na justificativa do magistrado, a audiência serviria para ajustar as medidas cautelas que substituíram a prisão preventiva, revogada recentemente por Appio.

    “Todavia, dada a palavra ao réu, que advoga em causa própria, serviu a solenidade para —em nome da ampla defesa— tecer críticas aos trabalhos realizados pela força-tarefa e magistrados que antecederam os trabalhos perante esse juízo e elucubrar sobre supostas provas que estariam há anos em seu poder, não havendo urgência para transpor a suspensão””. Resumindo: Appio atirou no que viu e alvejou o que não viu.

  3. Os setores responsáveis do Poder Judiciário devem proteger este Juiz que se mostra propenso a revelar a verdade. Faço votos que ele tenha coragem e determinação para exercer sua atividade de forma honesta e segura. Que Dus o proteja.

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