Blario Maggi, política e mensalão.

Blairo Maggi deu uma entrevista a um site de Mato Grosso. Não sei até que ponto é jogo de cena, usar de desculpa, aproveitar o momento, etc, mas ele diz que abandona a política ao fim do mandato, e entre as razões, cita o “domínio do fato” do JB (direto da biblioteca jurídica da batcaverna) e o desgaste dos políticos em geral em relação a população.
O trecho em que ele fala isso:

DIÁRIO – É possível que, em 2014, os partidos da base de Silval Barbosa não consigam viabilizar um candidato a governador com chances de vitória. Na certa, vão ver no senhor um nome de consenso. O senhor já refletiu sobre isso? Será difícil dizer não?

MAGGI – Não, a procura por esta situação que você coloca já existiu. Não foi nem uma, nem duas, ou três vezes. É quase que diariamente. Mas eu não vou disputar a eleição. É uma questão definida há muito tempo e não deve ser surpresa para ninguém. Há muito tempo venho dizendo que não vou disputar. Minha ida para o Senado já foi um acidente. Eu queria ter terminado o governo em 2010 e encerrar minha participação na política, mas, mais uma vez, por causa das situações que foram criadas, acabei disputando. Mas pretendo que seja minha ultima participação nas eleições. Está muito difícil fazer política. A classe está muito desgastada. Todo mundo que vê um político fala ‘esse é bandido’. Pode ser mais ou menos bandido, mas é bandido. Eu, sinceramente, não nasci para isso e não gosto desse tipo de situação. Acho que é ruim para política. Muitas pessoas que poderiam fazer política não vêm por isso, por causa da depreciação da classe. E, principalmente, depois da condenação do Supremo com base na teoria do domínio do fato – em que condenou algumas pessoas sem nenhum tipo de prova, mas por entender que elas deveriam saber -, a atividade política se transformou em algo de altíssimo risco. Principalmente no Executivo onde, teoricamente, você precisa saber de tudo, mas normalmente não sabe. Ficou muito perigoso ser condenado ou conduzido a um processo criminal ou mesmo de improbidade administrativa pela teoria do domínio do fato. Tenho conversado com muita gente que faz parte da política e que está saindo. Muitos outros, que têm uma avaliação bem clara dos riscos que representa ser Executivo, não pretendem entrar na política. Foi uma guinada muito grande que o Supremo deu. Não sei se vai permanecer esse entendimento, mas, se permanecer, vamos ter uma mudança muito brusca nas candidaturas. Eu já sou um produto disso

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