Jornal GGN – Jair Bolsonaro, ao brigar com a história do País, embaraça a própria imagem no exterior e no ambiente doméstico mais uma vez. É o que avalia o jornalista Bernardo Mello Franco, em artigo divulgado em O Globo nesta quarta (27). Nesta semana, Bolsonaro ordenou que as Forças Armadas façam as “comemorações devidas” a respeito do aniversário do golpe militar de 1964.
“Em países que enfrentaram seus fantasmas, exaltar ditaduras é crime e pode dar cadeia. Por aqui, escolheu-se contemporizar com personagens que cultuam o autoritarismo. Um deles acaba de assumir a Presidência pela via democrática que insiste em desprezar”, disparou Franco.
“Ao celebrar o golpe, Bolsonaro mantém o figurino radical que marcou sua atuação parlamentar. O problema é que agora ele representa o país, não uma franja do eleitorado fluminense. Além de desrespeitar as vítimas da ditadura, suas declarações comprometem a imagem do Brasil no exterior.”
Para o jornalista, “é constrangedor que o general [o porta-voz da Presidência] precise explicar uma divergência do chefe com os livros de História.”
“A data festejada por Bolsonaro marca o aniversário de um típico golpe de Estado. (…) A ditadura fechou o Congresso, censurou a imprensa e perseguiu opositores. Deixou um saldo de 434 mortos e desaparecidos, além de milhares de torturados e exilados. São fatos do passado, que devem ser lembrados para que não se repitam.”
Franco ainda lembrou que o presidente chileno, Sebastián Piñera, rechaçou as declarações de Bolsonaro em defesa da ditadura Pinochet, servindo de exemplo para o presidente brasileiro. “O chileno ensina que um governante de direita não precisa defender regimes que sufocaram as liberdades em nome de ideais conservadores.”
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