Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Luis Nassif

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  1. Demanda por transporte aéreo doméstico cresceu 11,2%

    Demanda doméstica cresce 11,2%
    Brasília, 28/03/2014 – 15:18—Assessoria de Comunicação da ANAC- – Agência Nacional de Aviação Civil—-Gerência Técnica de Relações com a Imprensa
    A demanda (em passageiros-quilômetros pagos transportados – RPK) por transporte aéreo doméstico de passageiros cresceu 11,2% em fevereiro de 2014, em comparação com o mesmo período de 2013. Esse é o maior índice para a de demanda registrado nos últimos dez anos. A oferta (em assentos-quilômetros oferecidos – ASK) do transporte aéreo doméstico de passageiros teve recuo de 0,4% no período. Com esse resultado, a demanda acumulou alta de 9,19% no ano, e a oferta, de 3,03%.

    Entre as principais empresas aéreas brasileiras*, Azul e Avianca se destacaram com as maiores taxas de crescimento de demanda doméstica para o mês, quando comparadas a fevereiro de 2013, dando prosseguimento à escalada iniciada nos meses anteriores, com índices de 59,4% e 34,4%, respectivamente. Se consideradas somadas as operações de Azul e Trip, essas empresas registraram crescimento de 10,9% na demanda doméstica no mesmo período

    A GOL registrou aumento de 19,5% e a TAM se manteve praticamente estável, com aumento de 0,5% em fevereiro deste ano. A TAM foi a única empresa que apresentou redução da oferta de assentos (ASK), registrando 7,7% em fevereiro de 2014, quando comparada a fevereiro de 2013.

    Passageiros transportados em voos domésticos por empresas brasileiras com bilhetes pagos

    O número de passageiros transportados no mercado doméstico em fevereiro de 2014 atingiu 7,3 milhões, tendo sido o maior para o mês nos últimos 10 anos, com alta de 14,4% em relação a fevereiro de 2013.
    A GOL foi a empresa que mais transportou passageiros no mercado doméstico em fevereiro de 2014, com 2,69 milhões, seguida pela TAM, com 2,39 milhões, e pela Azul, com 1,56 milhão.

    Aproveitamento de aeronaves
    A taxa de aproveitamento das aeronaves em voos domésticos operados por empresas brasileiras (RPK/ASK) foi recorde para o mês de fevereiro nos últimos dez anos, da ordem de 80,5%.
    Com este resultado no mês de fevereiro/2014, o indicador registrou melhora de 11,7% em relação ao mesmo mês de 2013. O acumulado do ano no aproveitamento doméstico foi de 80,5%, frente a 76,0% do mesmo período de 2013,

    Carga transportada
    A quantidade de carga paga transportada no mercado doméstico foi de 28,9 mil toneladas em fevereiro de 2014, o que representou aumento de 1,9% com relação a fevereiro de 2013. A TAM liderou o mercado de carga doméstica em fevereiro de 2014, com 11,6 mil toneladas pagas transportadas.

    Transporte aéreo internacional—Demanda e Oferta
    A demanda (em RPK) do transporte aéreo internacional de passageiros das empresas aéreas brasileiras apresentou contração de 0,6% em fevereiro de 2014, quando comparada com o mesmo mês de 2013. A oferta internacional (em ASK) registrou queda de 9,6% no mesmo período.  Está é a quarta redução consecutiva na oferta internacional e a segunda na demanda.

    A GOL registrou alta de 25,4% na demanda por transporte aéreo internacional em fevereiro de 2014, quando comparada a fevereiro/2013, enquanto a TAM apresentou redução de 4,3% no período
    .
    Participação de mercado internacional
    Tam, com 84,5%, e GOL, com 15,5%, representaram a totalidade das operações de empresas brasileiras no transporte aéreo internacional de passageiros em fevereiro de 2014.

    Passageiros transportados em voos internacionais por empresas brasileiras com bilhetes pagos
    O número de passageiros transportados no mercado internacional em fevereiro de 2014 atingiu 472,1 mil, com alta de 0,6% em relação a fevereiro de 2013.

    A TAM foi a empresa que mais transportou passageiros no mercado internacional em fevereiro de 2014, com 324 mil. A GOL transportou 148 mil passageiros, com aumento de 26,7% em relação ao ano anterior.
    No acumulado de janeiro a fevereiro, a TAM foi responsável pelo transporte de 706,5 mil de passageiros em 2014 e a GOL transportou um total de 315,4 mil.

    Aproveitamento de aeronaves
    A taxa de aproveitamento das aeronaves em voos internacionais de passageiros operados por empresas brasileiras (RPK/ASK) alcançou 77,5% em fevereiro de 2014, contra 70,5% no mesmo mês de 2013, representando uma variação positiva de 9,9%.
    A TAM teve ocupação média de 78,9% em suas aeronaves no mês de fevereiro de 2014 e a GOL registrou taxa de 70,8% no mesmo período.

    Carga transportada
    A quantidade de carga paga transportada no mercado internacional foi de 12,7 mil toneladas em fevereiro de 2014, o que representou redução de 11,5% com relação a fevereiro de 2013.
    A TAM liderou o mercado de carga internacional entre as empresas aéreas brasileiras em fevereiro de 2014, com 9,3 mil toneladas pagas transportadas, o que representou redução de 14,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A Absa foi a segunda maior transportadora de carga no mercado internacional em fevereiro de 2014, com 3,3 mil toneladas.

    Transporte Interestadual de Passageiros de Longa Distância
    Além dos dados divulgados acima, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) passou a publicar, desde dezembro de 2013, um comparativo do transporte rodoviário com o modal aéreo. Para mais informações, acesse o relatório por meio do link a seguir: http://www2.anac.gov.br/estatistica/demandaeoferta/DemandaeOferta.asp

    O relatório de Demanda e Oferta do Transporte Aéreo é elaborado com base nas operações regulares e não regulares das empresas brasileiras de serviços de transporte aéreo público de passageiros. Mais informações podem ser obtidas no relatório de Demanda e Oferta do Transporte Aéreo, publicado hoje pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), disponível no endereço: http://www2.anac.gov.br/estatistica/demandaeoferta/DemandaeOferta.asp.

    *Principais empresas aéreas brasileiras: foram consideradas aquelas que registraram participação de mercado superior a 1%, em termos de RPK.

    Assessoria de Comunicação da ANAC
    Gerência Técnica de Relações com a Imprensa

    url:

    http://www.anac.gov.br/Noticia.aspx?ttCD_CHAVE=1340

  2. Somos educados para o analfabetismo econômico

    Carta Maior

    29/03/2014

     

    Somos educados para o analfabetismo econômico

     

    Somos treinados a concordar com coisas que não fazem sentido. Por exemplo, pagamos um Mineirão dia, em juros da dívida, e achamos que a Copa é o problema.

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    Antonio Lassance Arquivo

     

    Os barões ladrões que rebaixam o Brasil

    A agência Standard & Poors, uma das que fazem classificação de risco de países e empresas, alterou a nota do Brasil para pior: de BBB para BBB-.

    E se alguém acha que esse é um debate econômico, está redondamente enganado. A economia continua sendo um assunto importante demais para ficar restrito aos economistas.

    A elevação ou o rebaixamento da nota de um país são entendidas, mundo afora, como um sinal do quanto um país é rentável e confiável.

    Confiável segundo agências de classificação especializadas em dizer aos grandes financistas internacionais onde investir seu dinheiro para obter maiores lucros, com a garantia de que não tomarão um calote.

     A Standard & Poors foi criada no século XIX, nos Estados Unidos, por Henry Varnum Poor, em plena época dos chamados barões ladrões.

    Os grandes investidores que Henry Poor avaliava e recomendava ganhavam dinheiro com ferrovias,  siderúrgicas e empresas de petróleo.

    Uma parte significativa dos lucros desses magnatas vinha da apropriação de terras e outros ativos públicos e da arte de usar e roubar o dinheiro de pequenos investidores desavisados, que depositavam suas economias no nascente mercado de ações.

    Esses barões ladrões do século XIX não eram tão diferentes dos mais recentes, que causaram a grande crise financeira de 2008 e 2009. Todos bem recomendados pela Standard & Poors.

    A avaliação de risco do Brasil basicamente expressa o quanto o país continua sendo um dos paraísos mundiais do rentismo, a mágica de ganhar dinheiro com o trabalho dos outros. Quanto mais a política econômica de um país é ditada pelos interesses dos rentistas, melhor a nota.

    Para não ser rebaixado pelas agências, um país precisa rebaixar sua política econômica. Tem que seguir uma receita orientada pelo objetivo de fazer crescer o volume de dinheiro movimentado pelas finanças, e não o de fazer crescer o país.

    E ainda tem gente que acha que nosso grande problema é a Copa

    Se o Brasil sofreu o rebaixamento de um único pontinho, “o que eu tenho a ver com isso?”, pode e deve perguntar o cidadão. Como diria o velho Brecht, tem a ver com o custo de vida, o preço do feijão, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio. Não deveria ter, mas tem.

    Para dizer a verdade, esse rebaixamento tem a ver até com a Copa do Mundo de futebol, pois, enquanto tem gente preocupada, com razão, com o custo dos estádios, esqueceram-se do principal.

    Para se ter uma ideia: o País vai gastar cerca de 8 bilhões em estádios. É, de fato, muito dinheiro. Mas o analfabetismo econômico ajuda todo mundo a se esquecer de fazer a conta que importa.

    O Brasil gastou, em 2013, R$ 248 bilhões com o pagamento de juros, segundo o Banco Central. Pois bem, dividindo esse valor pelos 365 dias do ano, pagamos mais de R$ 679 milhões por dia.

    Vamos comparar com a copa? Dá quase para construir um estádio do Mineirão por dia. Aliás, registre-se que o Mineirão só tem R$11 milhões de dinheiro público envolvido em seu financiamento. O restante será pago pela iniciativa privada. Dois dias de juros da dívida pagam mais de um Maracanã.

    E ainda tem gente que acha que a copa é o absurdo dos absurdos do gasto em dinheiro público. É a prova cabal do quanto perdemos a noção das coisas.

    Perdemos a noção de grandeza e a de proporção. Com isso, perdemos também o senso crítico em relação a esse buraco negro de nossas finanças públicas. Depois, perdemos o foco das prioridades.

    Finalmente, erramos o alvo das manifestações. Tem gente malhando o Judas (a Copa, a Fifa) fingindo que está enfrentando o Império Romano. Se não for piada, é teatro.

    Quem sabe, um dia, alguém se lembre de escrever a frase em um cartaz: “Cada 1% de aumento na taxa de juros custa R$20 bilhões aos brasileiros”. É uma mensagem mais consistente e valiosa do que “Não é só pelos 20 centavos”.

    Vinte bilhões são duas vezes e meia, por ano, o que iremos investir em estádios, que serão pagos em 15 anos em empréstimos ao BNDES – ou seja, dinheiro que voltará aos cofres públicos.

    O rebaixamento do debate econômico nos fez perder a noção das coisas

    O verdadeiro rebaixamento que o país sofre não é de hoje e não é só o da Standard & Poors. O mais prejudicial de todos é o rebaixamento do debate sobre os rumos da economia do país.

    O Brasil continua sendo um carro em que os mecânicos  do mercado puxam o freio de mão e culpam o motorista pela dificuldade de acelerar o crescimento, melhorar a infraestrutura e a qualidade do serviço público.

    A primeira mudança para uma tomada de consciência é superar a visão de que os juros são um problema só da macroeconomia e que sua conta é paga pelo governo. Não é.

    O governo é apenas quem assina o cheque. Quando falamos “o Brasil”, muita gente ainda acha que estamos falando do governo. Perdemos, talvez na ditadura, e ainda não recuperamos a noção de que o Brasil são os brasileiros.

    Quem confunde isso com nacionalismo barato e governismo acaba por reproduzir, às avessas, a velha maneira de pensar ensinada pela própria ditadura. Puro analfabetismo cívico.

    Quem paga a conta cara dos juros altos são todos os que pagam impostos, principalmente os mais pobres, que, proporcionalmente, pagam mais impostos.

    A luta para inverter prioridades precisa convencer milhões de brasileiros de que é preciso virar as finanças públicas de cabeça para baixo.

    Hoje, a principal função do Estado brasileiro é pagar juros, os maiores do planeta. O Brasil é um dos três países que mais comprometem recursos públicos com o pagamento de juros, em proporção do PIB, conforme diz até o Fundo Monetário Internacional.

    A educação, a saúde, a segurança pública e os investimentos em infraestrutura são pagos com o troco do que sobra do pagamento de juros.

    Somos educados para o analfabetismo econômico

    O problema que temos em mãos lembra o alerta feito por um professor de Matemática, com cara de cientista maluco, chamado John Allen Paulos, em seu livro “O analfabetismo em Matemática e suas consequências” (publicado originalmente em 1988).

    O divertido livro de Paulos relembra casos famosos que denunciam a falta nem tanto de habilidade, mas de uso prático e corriqueiro até das operações matemáticas mais simples.

    A principal denúncia de Paulos é ao quanto nos desacostumamos da operação mais essencial de todas, não exclusiva da Matémática: pensar sobre os problemas e raciocinar logicamente sobre eles.

    Paulos nos avisa que isso é um perigo. Corremos riscos diários com essa nossa preguiça de pensar logicamente sobre os problemas e com a nossa incapacidade de extrair resultados práticos e numéricos dessas operações.

    O que acho mais curioso nesse livro, e muito similar ao que acontece em nosso debate econômico, é que esse tipo de analfabetismo é ensinado diariamente.

    É como se fôssemos educados para o analfabetismo. Somos treinados a esquecer a lógica dos argumentos e a concordar com coisas que não fazem o menor sentido.

    Paulos usa, dentre tantos exemplos, o livro “Viagens de Gulliver”, de Jonathan Swift (1667-1745). O matemático nos mostra como o autor de Gulliver, ao descrever um gigante em uma terra de pequeninos (Lilliput), lascou o livro de grandezas absurdas, que não fazem o menor sentido.

    As histórias de Gulliver são de 1726. Para não parecer tão distante, Paulos escreveu, em 1995, “Como um Matemático lê os Jornais”, publicado no Brasil como “As Notícias e a Matemática” ou “Como um Matemático lê jornal”.

    Acertou na mosca. A imprensa é useira e vezeira em nos deseducar a usar não só os números, mas a lógica. É assim também com as notícias cujo título é contraditado pelas próprias matérias, armadilha comum aos que leem jornal com o espírito crítico repimpado e babando no sofá.

    Terrorismo fiscal, um atentado ao raciocínio lógico

    A notícia sobre o rebaixamento da nota do Brasil foi uma farra nesse sentido de propagar o analfabetismo econômico.

    A conclusão enfiada goela abaixo é a de que o País precisa aumentar seu rigor fiscal e seu controle sobre a inflação.

    Ou seja, o Brasil precisaria urgentemente cortar gastos e continuar elevando sua taxa de juros. Como assim, se o nosso principal gasto extraordinário é com juros? Não faz sentido, faz? Depende pra quem.

    A ideia brilhante para atender às agências de risco é cortar o que o governo faz para pagar mais juros. Faz todo o sentido – para o financismo, não para a maioria dos brasileiros.

    Mal começou o ano, os problemas sazonais dos preços dos alimentos, que impactam também os alugueis, são traduzidos na conclusão disparatada e tão absurda quanto os números das “Viagens de Gulliver”.

    A lógica é a seguinte: se choveu muito, ou se choveu pouco, a inflação de alimentos elevou-se. Solução: aumentem os juros. Elevando-se os juros, as pessoas vão comer menos alimentos e os agricultores assim plantarão mais alimentos. Com juros mais altos, choverá a quantidade certa, no lugar certo. Entendeu? Nem eu.

    O preço do tomate disparou, então o remédio é aumentar os juros. A pessoa irá desistir de levar tomates quando pensar que a taxa Selic está mais alta. Quando a taxa Selic alcança dois dígitos, as pessoas trocam a macarronada a bolonhesa por lasanha ao molho  branco.

    Os alugueis subiram, então os juros precisam aumentar, pois, em Lilliput, a terra de quem pensa pequeno, quando os juros sobem, ao contrário do que ocorre em qualquer lugar do mundo, mais imóveis são construídos e os alugueis baixam.

    Engraçado, pensávamos que seria o contrário; que, com juros mais baixos, mais pessoas poderiam comprar seus próprios imóveis e se livrar dos alugueis. Aumentaria a própria oferta de imóveis e os aluguéis cairiam. Difícil entender os lilliputianos.

    Essa falta de parâmetros e de noção do debate econômico causa uma deficiência grave em nossas políticas públicas.

    Figuras exemplares que alertam sobre isso, como fazem Paulo Kliass, Ladislaw Dowbor e Amir Khair aqui na Carta Maior, há muito tempo, falam de coisas sobre as quais deveríamos não só prestar mais atenção, mas usar em nosso dia a dia.

    Os movimentos sociais precisam se lembrar de explicar essa lógica dos argumentos aos seus militantes.

    Precisam fazer as contas de quantos trabalhadores do setor público poderiam ser contratados e pagos com esses valores estratosféricos e escatológicos pagos com juros.

    Precisam mostrar para a opinião pública quanto custa o reajuste de salários de suas categorias e compará-los com o que se paga em juros aos banqueiros.

    Quem sabe, uma boa ideia seria acampar no gramado em frente ao Banco Central toda vez que ocorre uma reunião do Copom. E por que não fazer pelo menos um dia de luto quando se decreta aumento na taxa de juros.

    Imagine todo mundo com a fitinha preta no braço explicando quanto vai nos custar pagar 0,25 ou meio ponto percentual a mais na taxa Selic, e quanto deixará de ser aplicado em prioridades para o país.

    Pode até não ajudar a pressionar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, mas, pelo menos, seria um sinal de quantas pessoas terão se livrado do analfabetismo econômico atroz que nos acomete.

    (*) Antonio Lassance é cientista político.

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Somos-educados-para-o-analfabetismo-economico/4/30597

  3. Organizadora do “Eu não mereço ser estuprada” recebe ameaças de

    Organizadora do “Eu não mereço ser estuprada” recebe ameaças de estupro

    Leonardo Sakamoto

     

    A jornalista e escritora Nana Queiroz (28) é a responsável pela campanha “Eu não mereço ser estuprada”, que inundou as redes sociais nesta sexta, como uma resposta aos resultados de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Ele revelou que 65,1% da população concorda total ou parcialmente que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas” e 58,5% concordam total ou parcialmente que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”.

    A campanha pediu que mulheres fotografassem a si mesmas, da cintura para cima, nuas ou não, reafirmando – com cartazes ou escrito em seu próprio corpo – que não merecem serem estupradas e circulassem as imagens pelas redes sociais com hashtags como #EuNãoMereçoSerEstuprada.

    Pedi para Nana um texto sobre os resultados até agora. Se por um lado, há um engajamento crescente e uma vontade de muita gente de não mais aguentar em silêncio, de outro a constatação de que quando se tenta mudar essa realidade, o contra-ataque machista – vindo de homens e mulheres – é aterrador.

    Verdadeiras e falsas coragens, por Nana Queiroz

    Acordei de uma noite mal dormida e perturbada. Adormeci ao som das notificações de meu Facebook e acordei com elas. Desde que começou o protesto online “Eu Não Mereço Ser Estuprada”, nesta sexta, às 20h, recebi incontáveis ofensas. Homens me escreveram dizendo que me estuprariam se me encontrassem na rua, outros, que eu “preciso mesmo é de um negão de 50 cm” ou “uma bela louça para lavar”. Se ainda duvidava um pouco da verdade por trás da pesquisa do Ipea, segundo a qual 65% dos brasileiros acreditam que mulheres que mostram o corpo merecem ser atacadas, hoje acredito nela totalmente. Senti na pele a fúria revelada pela pesquisa.

    Em algum momento hoje, depois que conseguir descansar um pouco, vou à Delegacia da Mulher denunciar as ameaças. Pior: vou delatar um sujeito, Cirilo Pinto, que não só confessou publicamente já ter cometido um estupro, mas afirmou que o faria novamente. Está aí o print screen da página dele, para quem duvidar. Espero que ele seja, ao menos, detido por incitar o estupro.

    coisa

    Centenas de perfis falsos foram criados e nosso evento bombardeado com frases machistas, pesquisas preconceituosas e montagens com fotos do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) com dizeres ofensivos. Uma imagem dele ilustrou até um evento criado para promover um estupro coletivo. Caro deputado, pense: o senhor se tornou o ídolo de pessoas que defendem o estupro. Não será a hora de pôr a mão na consciência ou no coração?

    Por outro lado, estou emocionada com o tamanho que a manifestação ganhou, não só pelo número de adesões, mas pela qualidade das postagens. Um resultado inesperado me comoveu ainda mais: Dezenas e dezenas de homens e mulheres contaram publicamente, muitos pela primeira vez, seus casos de estupro. Quanta coragem!

    Alguns me escreveram privadamente para desabafar. Outros publicaram para milhares. Daiara Figueroa, creio eu, fez um dos relatos mais tocantes, contando como superou o trauma do abuso. Em sua foto, vestiu com orgulho um cocar, em homenagem a seu povo indígena.

    Quero falar aqui, principalmente, a essas pessoas: vamos exorcizar isso juntos. Vocês nos inspiram, nos movem e comovem. Que o mundo tenha mais pessoas com a coragem legítima de Daiara e menos com a falsa coragem de Cirilo.

     

  4. Os bancos estão deitando e rolando

    O dinheiro é apenas um “papagaio” e os bancos estão deitando e rolando

     theguardian.com, Tuesday 18 March 2014 10.47 GMT  Tradução José Filardo

    A dose de honestidade do Banco da Inglaterra lança as bases teóricas da austeridade pela janela.

    Na década de 30, Henry Ford teria dito que era uma coisa boa que a maioria dos americanos não soubesse como o sistema bancário realmente funciona, porque se eles o fizessem, “haveria uma revolução antes da manhã de amanhã.”

    Na semana passada, algo notável aconteceu. O Banco da Inglaterra soltou os cachorros. Em um artigo chamado ” A Criação de moeda na Economia Moderna ”, de co-autoria de três economistas da Direção de Análise Monetária do Banco, declarou abertamente que as hipóteses mais comuns de como funcionam os bancos são simplesmente erradas, e que o tipo de posição heterodoxa e populista mais comumente associada a grupos como Occupy Wall Street estão corretas. Ao fazê-lo, eles efetivamente jogaram toda a base teórica da austeridade pela janela.

    Para se ter uma noção de quão radical é a nova posição do Banco, considere o ponto de vista convencional, que continua a ser a base de todo o debate respeitável sobre política pública. As pessoas colocam seu dinheiro em bancos. Os bancos emprestam esse dinheiro a juros – as consumidores ou a empresários dispostos a investir em algum empreendimento rentável. É verdade, o sistema de reserva fracionária não permite que os bancos emprestem muito mais do que mantêm em reserva, e é verdade, se a poupança não é suficiente, os bancos privados podem buscar empréstimos junto ao banco central.

    O banco central pode imprimir tanto dinheiro quanto desejar. Mas ele também é cuidadoso em não imprimir muito. Na verdade, muitas vezes nos dizem que é por isso que os bancos centrais independentes existem. Se os governos pudessem imprimir dinheiro por si mesmos, eles certamente colocariam muito dele no mercado, e a inflação resultante jogaria a economia no caos. Instituições como o Banco da Inglaterra ou o Federal Reserve dos EUA foram criadas para regular cuidadosamente a oferta de dinheiro, para evitar a inflação. É por isso que eles estão proibidos de financiar diretamente o governo, por exemplo, através da compra de títulos do Tesouro, mas, em vez disso, financiam a atividade econômica privada sobre a qual o governo cobra impostos.

    É esse entendimento que nos permite continuar a falar de dinheiro, como um recurso limitado, como bauxita ou petróleo, para dizer “simplesmente, não há dinheiro suficiente” para financiar programas sociais, para falar da imoralidade da dívida pública ou da despesa pública “sobrecarregando” o setor privado. O que o Banco da Inglaterra admitiu esta semana é que nada disso é verdade. Para citar seu próprio resumo inicial: “Ao invés de os bancos receber depósitos quando as famílias economizam e, em seguida, emprestá-los, empréstimos bancários criam depósitos” … “Em tempos normais, o banco central não fixa a quantidade de dinheiro em circulação, nem o dinheiro do central dinheiro é “multiplicado” em mais empréstimos e depósitos.”

    Em outras palavras, tudo o que sabemos não é apenas errado – é contraproducente. Quando os bancos fazem empréstimos, eles criam dinheiro. Isso ocorre porque o dinheiro é realmente apenas um “papagaio”. O papel do banco central é presidir uma ordem jurídica que efetivamente conceda aos bancos o direito exclusivo de criar “notas promissórias” de um certo tipo, aquele que o governo reconhecerá como meio de pagamento legal por sua vontade de aceitá-los como pagamento de impostos. Não há realmente nenhum limite de quanto os bancos podem criar, desde que eles possam encontrar alguém disposto a pedir emprestimos. Eles nunca serão pegos de calça curta, pela simples razão de que os mutuários, de modo geral, não pedem dinheiro e o colocam sob seus colchões; em última análise, todo o dinheiro de empréstimos bancários acabará de volta em algum banco. Assim, para o sistema bancário como um todo, cada empréstimo se torna um outro depósito. Além do mais, na medida em que os bancos precisam adquirir fundos do banco central, eles podem pedir emprestado tanto quanto eles quiseram; tudo o que isso realmente faz é definir a taxa de juros, o custo do dinheiro, e não a sua quantidade. Desde o início da recessão, os bancos centrais dos EUA e britânicos reduziram esse custo a quase nada. Na verdade, com a “liberação quantitativa” eles efetivamente bombearam o máximo de dinheiro que puderem nos bancos, sem produzir quaisquer efeitos inflacionários.

    O que isso significa é que o limite real da quantidade de dinheiro em circulação não é o quanto o banco central está disposto a emprestar, mas quanto o governo, as empresas e os cidadãos comuns, estão dispostos a pedir emprestado. Os gastos do governo são o principal motor de tudo isto (e o documento não admite, se você lê-lo com cuidado, que o banco central financia o governo). Então, não se trata de dizer que os gastos públicos “oneram” o investimento privado. É exatamente o oposto.

    Por que o Banco da Inglaterra, de repente admite tudo isso? Bem, uma das razões é porque, obviamente, é verdade. O trabalho do Banco é realmente administrar o sistema, e ultimamente, o sistema não tem funcionado particularmente bem. É possível que ele decidiu que a manutenção da versão fantasiosa da economia que tem se mostrado tão conveniente para os ricos é simplesmente um luxo que não podemos mais pagar.

    Mas, politicamente, está assumindo um risco enorme. Basta considerar o que poderia acontecer se os detentores de hipotecas perceberam o dinheiro que o banco lhes emprestou não é, realmente, as economias da vida de alguns pensionista econômico, mas algo que o banco simplesmente criou por meio de sua posse de uma varinha mágica que nós, o público, lhe entregamos.

    Historicamente, o Banco da Inglaterra tendeu a ser um termômetro, assumindo posições aparentemente radicais que, finalmente, se tornaram novas ortodoxias. Se isso é o que está acontecendo aqui, podemos em breve estar em condições de saber se Henry Ford estava certo.

    http://www.theguardian.com/commentisfree/2014/mar/18/truth-money-iou-bank-of-england-austerity?CMP=fb_gu

    Link: Banco da Inglaterra:
    http://www.bankofengland.co.uk/publications/Documents/quarterlybulletin/2014/qb14q102.pdf

  5. Corram que os trolls tucanos vem aí

    Saiu na coluna Poder da Folha, onde o missivista Fernando Rodrigues entrevistou um dos Caciques do DEM, César Maia.

    Entre recados dados ao PSDB vindo de um aliado que não tem medo de criar fogo amigo, saiu uma não comentada (pelo missivista) denúncia da contratação pelo PSDB de 9.000 militantes pagos para atacar o PT e o governo nas redes sociais. o que Maia, apelidou de “anti-rede”.

    Antes de mais nada cabe salientar que para qualquer jornalista sério aquela confissão se transformaria no mote da entrevista, com direito a chamada de título, mas é indescritível no que a Folha conseguiu transformar esse rapaz Fernando Rodrigues, que no início do século despontava como uma grata revelação do jornalismo.

    Precisou vir o César Maia para confirmar o que já suspeitávamos, que toda a campanha asquerosa que presenciamos nas redes sociais é obra de agências de publicidade, que recrutam e pagam mercenários virtuais para fazer a campanha apócrifa e recheada de mentiras e calúnias.

    Vamos ver como vai se comportar a Procuradoria Eleitoral e o TSE, já que se trata de uma confissão de crime eleitoral, pois se por um lado a legislação diz que manifestações na internet não são consideradas propaganda fora do prazo, partidos não podem contratar cabos eleitorais antes do início do prazo legal.

    Se considerarmos que a contratação segue as leis trabalhistas, portanto não haveria mais crimes envolvidos, e que se pague ao menos um salário mínimo para cada um dos mercenários virtuais, com o recolhimento dos encargos, os ataques rasteiros  ao PT e ao governo custariam para o PSDB mais de dez milhões de Reais por mês, fora o que já pagam as agências.

    De onde vem esse dinheiro, fora do tempo para arrecadação de doações eleitorais? do fundo partidário? fora do semestre das eleições seria crime eleitoral. Está declarado nas contas do partido ou é caixa dois? vem da corrupção de governo tucanos, principalmente São Paulo e Minas Gerais? A contratação dessa quantidade de cabos eleitorais virtuais configuraria abuso de poder econômico? Campanhas de apologia ao ódio e à desconstrução de adversários sempre foram consideradas ilegais pelo tribunal.

    Não veremos o assunto ser explorado pela mídia corporativa que sempre protege tucanos, portanto cabe ao partido cobrar providência para apuração dessa denúncia por fogo amigo.

    http://pontoecontraponto.com.br/2014/03/29/corram-que-os-trolls-tucanos-vem-ai/

  6. A farsa da Mensalão, também na internet

    Julgamento do mensalão mobilizou ‘robôs’ em 2013

     

    Mais de 20 mil perfis de usuários falsos foram utilizados para espalhar pelo Twitter mensagem contra recursos no STF

     

       O Estado de S. Paulo 

    No ano passado, um exército de “robôs” entrou em campo no Twitter durante o julgamento do mensalão com o provável objetivo de levar um slogan aos “trending topics” – a lista de termos mais citados, espécie de “pódio” dos assuntos debatidos na rede social.

    Tudo começou quando, no dia 15 de setembro de 2013, uma usuária do Twitter postou uma mensagem para o perfil do Supremo Tribunal Federal com os dizeres “diga #NaoAosEmbargosInfringentes” – referência a um possível recurso que, se aceito pela Corte, poderia levar à redução de penas de alguns dos condenados pelo mensalão. O texto trazia ainda um link para um vídeo no YouTube, intitulado #OperaçãoBrasilSemPT.

    No dia seguinte, a mensagem foi “retuitada” (reproduzida) por outros 23.846 usuários do Twitter – um volume expressivo e inusual. Análise feita pelo Estadão Dados detectou que apenas três das 23.846 reproduções do conteúdo foram feitas por pessoas de verdade e as demais, por perfis falsos.

    Os “robôs” tinham várias características em comum: eram seguidos por zero usuários e também não seguiam ninguém no Twitter; entraram na rede em 13 ou 14 de setembro; e tinham em sua descrição biográfica ditados populares como “Pense duas vezes antes de agir”, “A fome é a melhor cozinheira”, “Onde come um, comem dois” – todos retirados de uma mesma página na internet.

    A articulação provocou impacto na rede social: em determinado momento do dia 16 de setembro, #NaoAosEmbargosInfringentes foi o 153.º termo mais popular em todo o mundo no Twitter.

    http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,julgamento-do-mensalao-mobilizou-robos-em-2013,1146769,0.htm

  7. Aumento das Pensões na Criméia

    Putin ordena aumento do valor das pensões para crimeanos

    Putin ordens para aumentar as pensões para Crimeans

    O presidente russo, Vladimir Putin deu instruções ao Ministério do Trabalho para aumentar o valor deas pensões para Crimeanos até o nível das pensões russas e disse que isso deve ser feito ‘a toque de caixa’.

    “Todos os cidadãos da Rússia, e este é o caso, devem ser colocados em condições de igualdade e os procedimentos legais em breve serão concluídos”, disse Putin ao ministro do Trabalho, Maksim Topilin. “Como você vai fazer,  isso é o seu negócio. Pense sobre isso e faça-o, juntamente com os deputados da Duma, o mais rápido possível “.

    Especialistas estimam que, de acordo com a ordem de Putin, a renda média dos crimeanos pode aumentar em quase duas vezes.

    QHA

  8. Como sei que seu Nassif gosta

    Como sei que seu Nassif gosta muito do jornalista analista Janio de Freitas…

    Momento dramático

    DE SÃO PAULO

    30/03/2014 02h00

    As duas táticas que o PT planeja, para conter efeitos eleitorais de uma CPI da Petrobras contrários a Dilma Rousseff, não prometem o que os petistas delas esperam e têm um componente ainda pior.

    É fácil protelar a instalação de CPI. O PT e seus duvidosos aliados podem, de fato, levá-la em suspenso até as proximidades ou o início da Copa. A partir daí, instalada ou não, nem a oposição se empenharia em movimentá-la, na inviável concorrência com o interesse popular pelos jogos.

    Mas não é bem fundada a crença dos petistas de que, passada a Copa, em agosto o contingente político estará forçosamente dedicado à campanha eleitoral, buscando recuperar em oito semanas o tempo perdido. A CPI pode ser, ela própria, um veio fértil para campanha eleitoral, justificando esforços para dar-lhe repercussão. E, nesse sentido, os partidos de oposição nem precisariam de grandes feitos: uma sessão ferina por semana será suficiente para que os meios de comunicação alimentem e engrandeçam a temática oposicionista até a sessão seguinte.
    E assim em diante.

    O efeito eleitoral de escândalos é criado nos meios de comunicação, não é obra dos políticos.

    Quando instalada a CPI, a tática de desviá-la dos objetivos oposicionistas com temas originários do PSDB, na Petrobras ou nas transações paulistas com cartéis, não seria tão simples.

    Exigiria, entre outros fatores, uma bancada petista bem preparada. O que está muito longe da realidade. Basta ver sua preguiçosa incompetência para trabalhar com as negociatas em governos peessedebistas, só abordadas por pequena parte dos jornais.

    O PT está diante de um problema que não se limita a possíveis reflexos eleitorais de uma CPI da Petrobras. Entradas VIP para a Fórmula 1 são abuso de agora, mas ridículo em comparação com os indícios emitidos pela compra da refinaria nos Estados Unidos e com os desatinos perceptíveis na sociedade e na obra da refinaria em Pernambuco. E estes dois casos são de responsabilidade direta do PT e do que há de mais importante para o PT: o governo Lula e o próprio.

    Não levar a sério a Petrobras, e tudo que lhe diga respeito, é ser irresponsável com o país. O que adverte para a utilização política que dela façam os oposicionistas e contém uma indagação dramática para o PT.

    MAIS MAIS

    Mesmo com seus novos ares de agremiações políticas, ou por causa deles, o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira devem suas apreciações sobre a constatação -do Datafolha, não do governo- de que 14 milhões de brasileiros, ou 10% de toda a população com mais de 16 anos, foram atendidos por algum médico estrangeiro em menos de seis meses do Mais Médicos.

    Claro que se espera o argumento, respeitável, de que a qualidade do atendimento importa mais que a quantidade. Se as duas entidades tiverem o que dizer a respeito, não façam cerimônia. Os futuros 14 milhões de beneficiados aguardam.

    ORIGINAL

    General Leônidas Pires Gonçalves, sobre os 50 anos do golpe: “Nós, militares, nunca fomos intrusos na história”.

    A história conhecida pelo general não inclui nem a Proclamação da República.

     

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