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As matérias para serem lidas e comentadas.

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Redação

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  1. Entrevista: ‘Os militares estão num governo de opereta. Eles se submeteram a constantes vexames’, diz pesquisador.
    Por Guilherme Pavarin, para The Intercept Brasil

    OS ESTUDOS DE João Roberto Martins Filho são a prova de que, no Brasil, os conflitos se repetem, nunca cessam. Quando ele iniciou o mestrado, nos anos 1970, o país estava sob domínio dos militares e, nas ruas, a oposição mais ruidosa emergia da ala estudantil. Na época jovem acadêmico e fã de História, Martins se interessou pelo tema e se debruçou sobre documentos, entrevistas e livros para entender os grupos de estudantes na ditadura militar. O resultado lhe rendeu tese de mestrado na Unicamp, mas o principal fruto que colheu foi o fascínio pelo plano de fundo da pesquisa: as disputas internas das Forças Armadas do Brasil, assunto pouco explorado na academia.

    Nos anos seguintes, Martins Filho se tornou uma referência no tema. Foi ele que, no doutorado, refutou a ideia de que havia apenas dois grupos que explicavam o regime — o moderado, dos castelistas, e o linha-dura. Na sua tese, adotada até hoje por outros estudiosos, mostrou como as divisões internas nas casernas eram numerosas e complexas.

    Hoje, 25 anos depois, o pesquisador se concentra em atividade similar, mas para tratar do governo de extrema direita de Jair Bolsonaro. Com adaptações ao método de outrora — agora, além de pesquisas, leituras e conversas, também vasculha redes sociais — ele busca mapear os diferentes interesses entre os militares no poder. Suas conclusões não são animadoras: se, de um lado, o alto escalão do Exército que apoiou Bolsonaro na campanha não está feliz com o governo, de outro, o baixo escalão está insatisfeito com o próprio Exército. Para Martins Filho, não é difícil imaginar que, num cenário de extrema crise, Bolsonaro possa usar de sua influência entre os postos inferiores do Exército para provocar uma revolta, uma inquietação popular.

    A percepção do pesquisador tem fundamento: o comportamento errático de Bolsonaro. No mês passado, quando enfrentava sua pior crise de popularidade e via protestos em massa contra os cortes na educação, o presidente apoiou manifestações favoráveis a seu governo que tinham como alvo pilares democráticos como a Câmara dos Deputados e o Superior Tribunal Federal. “Nada impede que, ao se sentir ameaçado, dentro da sua tradicional irresponsabilidade, o presidente também faça acenos para os escalões inferiores do Exército”, conta Martins Filho ao Intercept. “Seria um desastre. E essa possibilidade só existe porque o Exército, em vez de ficar profissionalmente fora da política, decidiu apoiar Bolsonaro.”

    Martins Filho acredita que parte da tensão que vivemos agora se deve ao fato de que os militares — sobretudo o Exército — erraram ao voltar ao protagonismo da política. Hoje são oito representantes das Forças Armadas nos ministérios, número maior do que todos os governos da ditadura militar. Para ele, os militares endossaram, em nome do antipetismo, com o claro objetivo de afastar a centro-esquerda do poder, um candidato que, agora percebem, é despreparado para funções básicas do cargo. “Me parece que os militares entraram nesse projeto para criar uma imagem positiva entre a população, mas, na prática, foi um tiro pela culatra”, diz.

    Pouco antes do regresso das Forças Armadas ao centro do poder, Martins Filho se concentrava em estudar práticas repressoras da ditadura. Professor titular da Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo, ele destrinchava a colaboração do governo da Inglaterra com o do Brasil para criar um aparelho de repressão com salas de tortura no Rio de Janeiro. Com espanto, viu, em 2015, políticos e eleitores de classe média celebrarem a figura do torturador Coronel Brilhante Ustra durante o rito que culminou o impeachment de Dilma Rousseff. Ali percebeu que era hora de mudar seu foco para o presente. “Ninguém pode dizer que a classe média não sabia quem era Bolsonaro”, fala Martins Filho. “Um homem capaz de elogiar tortura, de elogiar ditadura, de dizer que ia metralhar os petistas, expulsar os petistas do Brasil. Todo mundo sabia quem era esse homem. Uma vez eleito com 58 milhões de votos, continuou sendo quem era. E é nesse ponto que estamos.”

    Conversei com Martins Filho por uma hora e meia no começo de junho. Ele falou da demissão do general Santos Cruz, da relação do governo com Mourão e outros generais e dos possíveis riscos que Bolsonaro representa à democracia.

    Leia a entrevista aqui → https://theintercept.com/2019/06/23/entrevista-joao-roberto-martins-militares-bolsonaro/

  2. Bresser: a tese da adulteração não cola mais, Moro…
    Aprofunda-se a combinação maliciosa entre o MP e o Juiz (sic)

    Publicado em 23/06/2019 no Conversa Afiada

    A propósito dos novos desdobramentos da Vaza Jato – agora que o Intercept se associou à Fel-lha para ferrar (ainda mais) o Moro -, o Conversa Afiada publica reflexão do professor Luiz Carlos Bresser-Pereira:

    Minha avaliação dos vazamentos de hoje (acordei 5 horas antes):

    1. Importantíssimo: a Folha de São Paulo aceitou a parceria com o The Intercept Brasil, assumindo a corresponsabilidade e o compromisso em divulgar material recebido de fonte anônima. E isso não é pouco, dada a credibilidade do Jornal e o avanço das teses que criminalizam as divulgações e os jornalistas;

    2. Na parceria da Folha com TIB, está claro que essa é somente a primeira revelação de uma série, reforçando o alerta de que não serve de nada negar o que poderá ser confirmado mais adiante. A parceria reafirma que o acervo inclui áudios, vídeos, fotos e documentos compartilhados no aplicativo Telegram desde 2014;

    3. A Folha destacou um grupo de jornalistas para trabalhar ao lado do site e confirmar a integridade do material. A Folha afirma não ter detectado nenhum indício de que o conteúdo possa ter sido adulterado, checando até mesmo a comunicação da Lava Jato com vários jornalistas. Os envolvidos não negaram a autenticidade dos diálogos revelados, mas passaram a questionar a integridade, sugerindo que pudessem ter sido adulterados;

    4. A riqueza de detalhes das revelações torna a tese da adulteração cada vez mais distante, já que as tratativas entre juiz, procuradores e terceiros é confirmada pela realidade subsequente aos fatos;

    5. A cada nova revelação, aprofunda-se a combinação maliciosa entre MP e o Juiz e a comprovação da relação de comando de Moro sobre Dallagnol. Nestas últimas revelações, é nítida a subserviência do procurador e o apoio irrestrito, atuando como um “assessor pessoal”, embora munido dos poderes de Ministério Público Federal;

    6. Nesse sentido, fica evidente o frenético ir-e-vir do procurador para “acalmar as coisas” junto à Polícia Federal (o Delegado Anselmo, que teriam feito “lambança”, segundo Moro), bem como junto à Procuradoria Geral da República (Pelella e o pessoal de lá);

    7. Fica evidente, nessas últimas revelações, o comprometimento da autonomia da Polícia Federal (o Delegado Anselmo se explica em relação à divulgação de planilhas publicizadas sem a intenção de comprometer a operação), da PGR (determinado parecer passaria pela revisão da Lava Jato), do Conselho Nacional de Justiça (Deltan diz que vai falar com o pessoal deles no CNJ), da Associação Nacional de Procuradores da República (que seria a articuladora junto ao CNJ);

    8. É escandalosa a combinação dos tempos do processo, do prazo de denuncia do MPF para que dois processos (do João Santana e do Zwi Skornicki) pudessem “subir” (ao STF, ao Teori, para, então, desmembrar) com as denúncias já feitas pelo MPF;

    9. A preocupação de Moro em acalmar o CNJ aparece claramente, bem como a correspondente atuação de Deltan por intermédio da ANPR.

    10. Moro também se preocupa com a atuação do Movimento Brasil Livre – MBL, perguntando ao Deltan se tem contato, chamando-os de tontos pelo protesto em frente à casa do Teori e avaliando que “isso não ajuda evidentemente”. Deltan responde “não, com o MBL não.” Fica em aberto, teria contato com outros?

    https://www.conversaafiada.com.br/politica/bresser-a-tese-da-adulteracao-nao-cola-mais-moro

  3. Diálogos mostram que Teori era o último empecilho à Lava Jato
    Por Luís Nassif, 23/06/2019

    Diálogos mostram que Teori era o último empecilho à Lava Jato

    Os diálogos revelados pela parceria Folha-Intercept na edição de hoje do jornal, mostrando as articulações Sergio Moro-Deltan Dallagnol, confirmam algumas suspeitas da época

    Os diálogos revelados pela parceria Folha-Intercept na edição de hoje do jornal, mostrando as articulações Sergio Moro-Deltan Dallagnol para contornar os incômodos com o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmam algumas suspeitas da época:

    1. O diálogo é a consagração do finado Ministro Teori Zavascki. De fato, ele seria um freio para o atrevimento da Lava Jato. Tinha firmeza, isenção, respeitabilidade e autoridade, mesmo não levando adiante a punição a Moro no episódio do vazamento das conversas de Lula e Dilma.

    2. Sua substituição por Luiz Edson Fachin era tudo o que faltava para a consumação da grande operação jurídico-política. Essa constatação certamente ressuscitará outras “teorias conspiratórias”. Como a história da influência da CIA, FBI e DoJ na operação que destruiu a economia e a democracia brasileira.

    O destino da República foi selado no momento em que o avião que transportava Teori caiu.

    https://jornalggn.com.br/recado-do-nassif/dialogos-mostram-que-teori-era-o-ultimo-empecilho-a-lava-jato/

    Nassif não perguntou, mas eu pergunto: quem matou Teori Zavascki?

  4. Defesa de Lula explica por que Moro é suspeito

    “Na cruzada contra Lula, sua defesa foi tratada como mera formalidade; provas relevantes foram indeferidas e criou-se na opinião pública, por ações do próprio juiz do caso, uma expectativa de condenação difícil de ser superada mesmo com as provas de inocência que apresentamos”, explicam os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins

    24 de junho de 2019, 04:49 h

    Zanin: se Brasil não cumprir decisão da ONU, eleição será questionada

    247 – Em artigo publicado nesta segunda-feira, os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins explicam, de forma didática, por que o ex-ministro Sergio Moro deve ser considerado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento que pode ocorrer nesta terça-feira 25. Se o Estado de Direito prevalecer, Lula deverá ter sua liberdade plena restabelecida nessa data e os processos devem voltar ao início, presididos por juiz natural, independente e imparcial, o que nunca foi o caso do atual ministro da Justiça, Sergio Moro, em relação ao ex-presidente”, dizem os advogados. “A Constituição Federal e a legislação não permitem a condução do processo e sua conclusão por juiz que tenha —ou aparente ter— interesse no seu desfecho”, lembram ainda.

    Cristiano e Valeska argumentam que “a mera dúvida sobre a isenção do magistrado é suficiente para que seja reconhecida sua suspeição”. E isso se tornou evidente após a chamada ‘Vaza Jato’.

    “Não há qualquer controvérsia quanto ao fato de que, em 2016, Moro autorizou ilegalmente, por 23 dias, a interceptação do principal ramal do nosso escritório e monitorou, com procuradores e policiais, as conversas que mantínhamos sobre a estratégia jurídica de defesa do ex-presidente Lula”, lembra ainda os advogados.

    “Na cruzada contra Lula, sua defesa foi tratada como mera formalidade; provas relevantes foram indeferidas e criou-se na opinião pública, por ações do próprio juiz do caso, uma expectativa de condenação difícil de ser superada mesmo com as provas de inocência que apresentamos”, aponta,.

    https://www.brasil247.com/poder/defesa-de-lula-explica-por-que-moro-e-suspeito

  5. BNDES pode devolver R$100 bi ao governo em 2019, diz conselheiro

    RIO DE JANEIRO (Reuters) – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá devolver ao Tesouro Nacional cerca de 100 bilhões de reais neste ano para ajudar nas contas do governo, disse à Reuters o conselheiro do banco Carlos Thadeu de Freitas.

    O banco já devolveu esse ano cerca de 30 bilhões de reais e, segundo Freitas, os demais 70 bilhões devem ser quitados até o fim do ano. Thadeu, que já foi diretor da instituição, disse que o banco tem espaço e fôlego para devolver ao Tesouro esse montante para ajudar nas contas públicas.

    “As contas públicas não podem piorar. Está todo mundo no mesmo barco e se piorar todo mundo afunda junto”, disse ele.

    Durante a última década, o Tesouro irrigou o BNDES com quase 500 bilhões de reais, usados para empréstimos ao empresas, muitas vezes mais baratos do que o custo de captação da União. Esse recursos começaram a ser devolvidos nos últimos anos.

    De 2015 a 2018, o banco devolveu ao governo 309 bilhões de reais. No ano passado, BNDES fez acordo com a União, antecipando de 2060 para 2040 o prazo final para devoluções.

    Comenta-se internamente no banco que Joaquim Levy, que se demitiu do comando do banco no último fim de semana após ter sido cobrado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro, estaria resistindo a uma devolução mais expressiva.

    “O Levy é um grande economista, mas talvez tenha demorado a entender o novo tamanho do banco”, disse Freitas.

    Há receios no banco é que as devoluções possam comprometer a capacidade de financiamento da instituição. Mas como a economia ainda não engrenou, há correntes no governo que entendem que a devolução não teria maiores consequências para o banco.

    O parecer da reforma da previdência prevê o fim dos repasses do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o BNDES. O FAT é uma dos principais fontes de financiamento do banco.

    “Se isso for aprovado, seria só para 2020. Aí tem que ver como vai ficar a devolução dos demais recursos. No total, faltam uns 200 bilhões de reais”, frisou Thadeu.

    O executivo afirmou não se deve mais esperar que o banco empreste mais de 70 bilhões de reais anualmente. O BNDES já chegou a emprestar mais de 140 bilhões de reais por ano. O foco daqui para frente devem ser financiamentos para obras de infraestrutura e para médias, micro e pequenas empresas, disse.

    “Não há mais alternativa para o banco ser maior. Os privados podem emprestar, são muito líquidos e não faz mais sentido ter um BNDES enorme. Se tem que ser focado em pequenos e infraestrutura”, disse ele.

    A previsão do executivo é que o BNDES empreste em 2019 cerca de 65 bilhões de reais, abaixo dos 69,3 bilhões de 2018.

    Com isso, Freitas afirmou que é hora de se pensar em enxugar o quadro de funcionários por meio de um Programa de Demissão Voluntária (PDV). Isso poderia levar o quadro total do BNDES, hoje em cerca de 2500 pessoas, para no máximo 1800 empregados.

    A asssociação de empregados do BNDES disse que por enquanto não tem conhecimento de um PDV e que não vai iria se manifesta

    https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKCN1TM25O-OBRBS

  6. O $érgio Moro afirmou que não precisa fazer media training para falar a verdade.

    Porventura, o $érgio Moro não foi falar a verdade em Davos? É que ele afirmou:

    “Por insistência do Planalto nós fizemos ‘media training’ para Davos. Foi uma tarde, uma conversa, não foi aquele treinamento exaustivo”.

    “Tesão demais essa matéria de O Globo. Vou dar um beijo em quem de vocês achou isso”. – DELCÍDIO Dallagnol

    “Beijei o beijoqueiro na televisão
    Acabou-se a inflação
    Barato é o marido da barata
    Amazônia preza a sua mata

    Pega na mentira, pega na mentira
    Corta o rabo dela, pisa em cima, bate nela
    Pega na mentira”

  7. PARA QUEM ACREDITA QUE OS MILITARES NÃO SE METEM EM CORRUPÇÃO

    10 escândalos de corrupção da ditadura militar, abafados pelas Forças Armadas

    O general Hamilton Mourão ameaçou uma intervenção militar “caso o Judiciário não limpe a política da corrupção”. Qualquer conhecedor da história brasileira sabe que as Forças Armadas estão tão próximas da corrupção como o pus da ferida.

    10 escândalos de corrupção da ditadura militar, abafados pelas Forças Armadas

    Segunda-feira 25 de setembro de 2017

    O general Hamilton Mourão ameaçou uma intervenção militar “caso o Judiciário não limpe a política da corrupção”. Qualquer conhecedor da história brasileira sabe que as Forças Armadas estão tão próximas da corrupção como o pus da ferida. Se quiséssemos ilustrações recentes, basta olhar para o Pará: neste último 21/9, como mostra o G1, o Superior Tribunal Militar (STM) condenou o coronel do Exército, Carlos Alberto Paccini Barbosa, e mais seis pessoas – um ex-tenente e cinco civis -, por envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro público em obras que estavam sob a responsabilidade do 8º Batalhão de Engenharia de Construção (8º BEC), quartel do Exército sediado em Santarém.

    Em primeiro lugar, deram origem a figuras tão “íntegras” como Paulo Maluf, Antônio Carlos Magalhães e José Sarney, durante a ditadura militar. A ditadura militar no Brasil, ainda, deu o ponta pé inicial para o enriquecimento abrupto das grandes empreiteiras como a Odebrecht, sempre envolvida em esquemas de corrupção (como mostramos aqui). Mas além disso, podem-se enumerar dezenas de conhecidos casos de corrupção na ditadura militar, que desabilita os “cérebros das casernas”, como Mourão, a falar sobre “limpeza de ilícitos” numa instituição impregnada de escândalos.

    1. Hidrelétrica de Itaipu
    A maior produtora de energia elétrica do mundo provavelmente também foi a obra em que mais se desviou verba pública durante o regime militar. Em 1979, o embaixador José Jobim foi encontrado morto com uma corda no pescoço. Sua filha afirma que uma semana antes ele estava na posse de João Figueiredo e havia anunciado que escreveria um livro sobre a corrupção na construção da usina. Jobim participou do empreendimento indo ao Paraguai para negociar as turbinas com a empresa Siemens.

    Sinais de sangue nas roupas e os pés encostados no chão, mas o investigador concluiu que teria sido “suicídio” sem sequer abrir o inquérito. (Leia a fonte aqui.)

    2. Paulipetro

    “Rouba mas faz” foi o slogan de ninguém menos que Paulo Maluf, que teve empresa criada para a perfuração de petróleo enquanto foi governador de São Paulo. Depois de perfurados 69 poços, constatou-se que não havia petróleo algum e que R$ 4 bilhões foram gastos na “empreitada”. Belo presente da ditadura militar, tão aclamada pelos saudosistas dos coturnos e uniformes verde e amarelo, proporcionou à política brasileira.

    3. Ponte “Costa e Silva” (Rio-Niterói)

    O primeiro grande empreendimento faraônico dos militares, a Ponte Rio-Niterói demorou 5 anos para ser entregue e passou por dois consórcios diferentes. O general Costa e Silva, que “humildemente” deu o próprio nome à ponte, licitou a Construtora Ferraz Cavalcanti, a Construtora Brasileira de Estradas, a Empresa de Melhoramentos e Construções S.A. e a Servix Engenharia S.A, que entregariam a obra por 238 milhões de cruzeiros em 1971.

    Com o atraso nas obras e inúmeros acidentes que levaram a morte de muitos operários, o ministro dos Transportes, Mário Andreazza, da alta cúpula das obras faraônicas dos militares, adiou a inauguração e entregou a obra para a Camargo Corrêa, Mendes Júnior e Construtores Rabelo Sérgio Marques de Souza.

    Segundo O Globo, a obra terminou custando US$ 674 milhões de dólares na época. Já segundo a Istoé, o empreendimento teria ficado em R$ 5 bilhões. Difícil saber o número exato quando os militares escondem as informações e censuram a imprensa.

    Médici passeia com Andreazza na ponte no Rolls Royce presidencial, A opulência dos militares daria inveja em muitos políticos de hoje- Fotos Acervo Globo

    4. Delfim Neto e a Camargo Correa
    Delfim Neto foi ministro da Fazenda durante o governo Costa e Silva, Médici, embaixador na França durante o governo Geisel e ministro da Agricultura no governo Figueiredo.

    Sobre ele pesam as suspeitas, também abafadas pela censura e pelo encobrimento de tudo o que ocorreu durante os governos militares, de ter facilitado a Camargo Correa na construção de outras duas hidrelétricas, de Água Vermelha (MG) e de Tucuruí. As denúncias foram publicadas em no livro “Ditadura Acabada” de Élio Gaspari.

    A hidrelétrica de Tucuruí, no projeto US$ 2,5 bilhões, acabou custando US$ 10 bilhões de dólares. (Fonte.)

    5. Newton Cruz e o caso Capemi

    Um caso leva a outro, e o jornalista e colaborador do Serviço Nacional de Inteligência, Alexandre von Baumgarten, teria sido morto por ter contato com as denúncias envolvendo o general Newton Cruz com a Agropecuária Capemi e a exploração da madeira no futuro lago Tucuruí (ver anterior). Pelo menos US$ 10 milhões de dólares teriam sido desviados para beneficiar o SNI. O ex-delegado do Dops, Cláudio Guerra, declarou em 2012 que a ordem para matar veio do próprio SNI.

    6. Transamazônica

    Conhecida por ser a a estrada que liga o nada ao lugar nenhum, a Transamazônica foi uma obra faraônica bilionária e inconclusa por parte dos militares, durante o governo Médici (1969 – 1974). O projeto previa a ligação do Cabedelo, na Paraíba, à cidade de fronteira Benjamin Constant, no Amazonas. A ideia era seguir até o pacífico pelo Peru e o Equador, um roubalheira realmente sem limites, combinado ao desmatamento da mata, expulsão de povos indígenas e seringueiros. No fim, a Transamazônica terminou 687 km antes, em Lábrea, e, claro, sem asfalto. Nem por isso, deixou de custar a bagatela de US$ 1,5 bilhões de dólares na época

    7. Grupo Delfin
    A corrupção rolava tão solta, que os corruptos de casos diferentes se juntavam esporadicamente para roubar. No caso do grupo Delfin, Mario Andreazza (ministro do Interior, ex transportes) e Delfim Netto (Planejamento, ex fazenda) se encontram com Ermano Galvêas (Fazenda), em uma reportagem da Folha de SP em 1982 que apontou que a empresa de crédito imobiliário Grupo Delfin, dos três, recebeu 70 bilhões de Cruzeiros do Bando Nacional de Habitação (governo) para quitar dívidas.

    8. Golpe militar financiado por Caixa 2

    Em 2014, o coronel reformado Elimá Pinheiro relatou à Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo que os militares receberam financiamento através de caixa 2 de empresas. No caso relatado Raphael de Souza, presidente da Federação das indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), teria pago o equivalente a, nos dias de hoje, R$ 9,5 milhões para comprar o apoio do general Amaury Kruel, que comandava o 2º Exército em São Paulo e havia sido Ministro da Guerra de João Goulart.

    Segundo o depoimento, “Cada um trazia duas maletas, uma em cada braço. No total, seis maletas. (…) Mandei abrir. Começou uma briga, mas olhei e vi que era só dólar, dólar, dólar. Todas elas cheias de dólares. Amarradinhos do banco, aqueles pacotes de depósito bancário. Um milhão e 200 mil dólares.” Kruel jurava lealdade a Jango e rapidamente mudou de lado.

    “Ninguém doava dinheiro de lucro” disse Paulo Egydio Martins, ex-governador de São Paulo e presidente da Associação Comercial de São Paulo na época. Esta fato ilustra que, não só existiu corrupção durante a ditadura militar, mas mais que isso, se não fosse a corrupção dos capitalistas, os militares não teriam força para se manter no poder por si próprios, sem o apoio dos capitalistas que financiaram aquele regime autoritário em troca de multiplicar seus lucros. (Fonte aqui..)

    9. Corrupção do chefão do Dops: Paranhos Fleury

    Um dos nomes mais conhecidos da repressão, atuando na captura, na tortura e no assassinato de presos políticos, o delegado paulista Sérgio Fernandes Paranhos Fleury foi acusado pelo Ministério Público de associação ao tráfico de drogas e extermínios. Apontado como líder do Esquadrão da Morte, um grupo paramilitar que cometia execuções, Fleury também era ligado a criminosos comuns, segundo o MPF, fornecendo serviço de proteção ao traficante José Iglesias, o “Juca”, na guerra de quadrilhas paulistanas. No fim de 1968, ele teria metralhado o traficante rival Domiciano Antunes Filho, o “Luciano”, com outro comparsa, e capturado, na companhia de outros policiais associados ao crime, uma caderneta que detalhava as propinas pagas a detetives, comissários e delegados pelos traficantes.

    Fleury também é acusado de envolvimento em diversos outros episódios de sequestro, tortura e assassinato durante a ditadura militar, entre eles os do militante Carlos Lamarca e do dominicano Frei Tito, caso relatado no filme Batismo de sangue. Também participou da prisão de participantes do Congresso de Ibiúna da União Nacional dos Estudantes (UNE) e é apontado como um dos comandantes da Chacina da Lapa, em São Paulo, e da Chacina da Chácara São Bento, no Recife.

    10. Fraude do Farelo
    Na pequena cidade de Floresta, Pernambuco, a agência do Banco do Brasil fazia empréstimos a pessoas influentes do estado, supostamente para plantar mandioca. Mas elas nunca pagavam: alegavam que a seca destruíra os plantios que nunca foram feitos e os prejuízos eram cobertos pelo seguro agrícola. Em 1981, quando se descobriu a mutreta, calculava-se que o valor total dos “empréstimos” chegara a 700 milhões de dólares. O processo de desvio de dinheiro não foi concluído e, claro, nenhum dinheiro foi devolvido. Em Pernambuco mesmo, no ano seguinte, grandes pecuaristas pediam financiamento para comprar farelo para alimentar o gado e aplicavam o dinheiro na caderneta de poupança. Essa história ficou conhecida como “fraude do farelo”.

    http://www.esquerdadiario.com.br/10-escandalos-de-corrupcao-da-ditadura-militar-abafados-pelas-Forcas-Armadas

    E O PIOR É QUE MUITO DESSA DINHEIRAMA VEIO DE DESVIOS NA PREVIDÊNCIA SOCIAL, COMO O CASO DA CONSTRUÇÃO DA TRASAMAZÔNICA E PONTE RIO-NITERÓI

    A Previdência Social pública foi vítima de todos os governos da República

    Site Aposentados, 22/03/2011

    Maurício Oliveira – Assessor econômico

    Alguns parágrafos da matéria do Maurício Oliveira

    O sistema público de Previdência Social, historicamente, foi vítima de duros golpes financeiros por praticamente todos os governos do país, desde a sua criação. Apesar de tudo o sistema permanece em pé. A dívida histórica da União para com a Previdência, ao longo do século XX e até hoje, é praticamente impossível de ser mensurada.

    Entretanto, sabe-se que são bilhões e bilhões de recursos desviados para outras finalidades. Para se ter uma idéia dessa sangria dos governos, os recursos da Previdência já foram utilizados para financiar políticas industriais, por exemplo, na Companhia Siderúrgica Nacional, Companhia Vale do Rio Doce, Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco, Itaipu Binacional, etc.

    Outro volume estrondoso de recursos foi utilizado para viabilizar o sonho de Brasília, a ilusão da Transamazônica, e até mesmo obras de infra-estrutura tais como a ponte Rio – Niterói e a via rodoviária da Belém-Brasília. Pior do que usar recursos de aposentadorias e pensões para financiar tudo isso é que esses recursos não retornaram aos cofres da Previdência. E ficou por isso mesmo.

    Matéria Completa:
    https://blogs.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/2011/04/795/7/

  8. Le Monde publica manifesto e denuncia Moro

    Jornal francês dá voz a juristas que exigem a libertação de Lula

    O respeitado jornal francês Le Monde dá dimensão às revelações do Intercept sobre o Golpe no Brasil, que transformou Jair Messias num presidente “normal”:
    Não foram poucos em 2018 os que alertaram que o processo contra o ex-presidente brasileiro Lula fazia parte de um projeto, por qualquer meio e a qualquer custo, para colocá-lo fora da disputa eleitoral. Esta estratégia foi vitoriosa, tanto que permitiu a eleição de Bolsonaro.

    As recentes revelações do jornalista Glenn Greenwald e de sua equipe, no site americano The Intercept, derrubaram todas as máscaras. As investigações e o julgamento de Lula foram distorcidos desde o início. Não só Sergio Moro [ex-juiz, figura na operação anticorrupção “Lava Jato”, atual ministro da justiça do governo Bolsonaro] conduziu o processo de maneira tendenciosa, como também foi ele quem liderou o processo de acusação, desafiando as regras mais básicas do Direito no Brasil.

    Conspiração política
    De fato, ele manipulou os mecanismos de delação premiada, orientou o trabalho do Ministério Público, exigiu a substituição de uma promotora que não lhe agradou e dirigiu a estratégia de comunicação da promotoria. Sabe-se também, a partir dessas revelações, que essa estratégia foi seguiu, secretamente, em estreita colaboração com o Ministério Público.

    Isso se soma ao fato de Sergio Moro ter decidido por si mesmo não cumprir a decisão de um juiz que ordenou a libertação de Lula, o que violou a lei de forma desavergonhada.

    Apesar de todos esses estratagemas, Sergio Moro teve que se contentar em condenar Lula por “fatos indeterminados”, dada a inexistência material de provas que o envolvessem diretamente em casos de corrupção. Ao fazê-lo, Lula tornou-se prisioneiro político – o que deve ser considerado, em vista dessas revelações recentes, como uma conspiração política.

    O STF agora tem o dever de considerar todas as consequências das graves irregularidades que levaram a uma condenação injusta e ilegal e, por isso, colocar Lula em liberdade e anular sua condenação. As autoridades brasileiras devem tomar todas as medidas necessárias para identificar os responsáveis por esse gravíssimo abuso de autoridade.

    A luta contra a corrupção é hoje uma questão essencial para todos os cidadãos do mundo, para a Democracia e para o Estado de Direito. Mas, no que diz respeito a Lula, essa luta tem sido usada para alimentar estratégias com o propósito de eliminar o ex-presidente do jogo político e permitir a Bolsonaro tomar o poder, “recompensando”, em seguida, Sergio Moro, nomeando-o Ministro da Justiça.

    Os signatários deste manifesto lembram que os beneficiários dessa conspiração mostram apenas desprezo pelo interesse geral dos brasileiros, pelas liberdades públicas, pelos direitos das populações indígenas e, além disso, pela Democracia.

    Bruce Ackerman, professor de direito e ciências políticas – Universidade de Yale
    John Ackerman, professor de direito e ciências políticas – Universidade Nacional Autônoma do México
    William Bourdon, advogado
    Mirelle Demas-Marty, jurista, professora honorária do Colégio da França
    Juan Garcés, advogado – Madri
    Baltasar Garzon, advogado – Madri
    Louis Joine, advogado honorário da Corte de Cassação (tribunal superior da França), ex-presidente do grupo de trabalho sobre detenção arbitrária e da Comissão de Direitos Humanos da ONU
    Henri Leclerc, advogado, decano da corte de Paris
    Wolfgang Kaleck, advogado (Berlim)
    Jean-Pierre Mignard, advogado
    Christophe Marchand, advogado (Bruxelas)
    Philippe Texier, conselheiro honorário da Corte de Cassação, ex-presidente do Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU

    https://www.lemonde.fr/idees/article/2019/06/24/la-cour-supreme-bresilienne-a-le-devoir-de-liberer-lula-et-d-annuler-sa-condamnation_5480534_3232.html

    https://www.conversaafiada.com.br/brasil/le-monde-publica-manifesto-denuncia-moro

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