Coronavírus e o risco geopolítico de Trump, por Roberto Simon

Apagão de liderança agravou pandemia; para articulista, começa-se a entender custo de ter um governo disfuncional  e sem credibilidade internacional

Jair Bolsonaro segue Donald Trump e deixa de pagar OMS Foto: Reprodução

Jornal GGN – A recente pandemia do coronavírus (Covid-19) mostra como a escolha de algumas pessoas com grande poder, em certas capitais, vão determinar o destino de muitas pessoas e o futuro da economia global.

Para Roberto Simon, diretor sênior de política do Council of the Americas, esse quadro é mais assustador quando se tem alguém como Donald Trump à frente da maior potência da humanidade.

“O risco geopolítico que Trump representa foi normalizado nos últimos anos”, diz Simon, em artigo publicado no jornal Folha de São Paulo. “Mas com o abismo do coronavírus a olhar dentro de nós, começa-se a entender o custo real de se ter, em Washington, um governo disfuncional, anticientífico, em guerra contra as instituições democráticas e a imprensa, e sem credibilidade internacional”.

Quando a conjuntura era favorável – pleno emprego, bolsa norte-americana batendo recordes e poucas chances de guerra –, Trump era visto como “uma distração excêntrica” nas palavras de Simon. Em uma situação de crise, a falta de credibilidade e as mensagens truncadas agravaram a situação.

“São óbvios os paralelos de Trump com Jair Bolsonaro –que, dias atrás, chamava o vírus de “fantasia” e ajudava a convocar manifestações de rua–, mas eles param nas assimetrias de poder entre EUA e Brasil no mundo”, pontua Simon. “A pergunta agora é o que virá depois da tempestade, se ficar claro que decisões desastrosas tiveram um custo econômico e em vidas humanas”.

Redação

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  1. A epidemia de coronavírus é apenas um fator extra que mantém as principais economias capitalistas disfuncionais e estagnadas. Este artigo aponta como principal causa da estagnação o declínio a longo prazo na lucratividade do capital. “A teoria básica (e o senso comum) nos diz que deveria haver um vínculo entre os rendimentos dos ativos financeiros e os dos reais; portanto, baixos rendimentos dos títulos deveriam ser um sinal de baixos rendimentos do capital físico. E eles são”. O autor identifica “três grandes fatos”: a desaceleração no crescimento da produtividade; a vulnerabilidade à crise; e empregos de baixa qualidade. E, como diz ele, “é claro, todas essas tendências foram discutidas há muito tempo pelos marxistas: uma queda na taxa de lucro; monopólio que leva à estagnação; propensão à crise; e piores condições de vida para muitas pessoas. E há uma grande quantidade evidências para eles. (https://choldraboldra.blogspot.com/2020/03/sobre-estagnacao-capitalista.html)

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