Edifício Caiçara é demolido e comprova o empenho da Prefeitura do Recife em priorizar projetos das construtoras

Por Antes que suma I Do obstinado jornalista Jota Nogueira, do Recife

PATRIMÔNIO DO CHÃO

CAIÇARA É DEMOLIDO E COMPROVA O EMPENHO DA PREFEITURA DO RECIFE EM PRIORIZAR PROJETOS DAS CONSTRUTORAS (RIO AVE, NO CASO) EM DETRIMENTO DA HISTÓRIA DA CIDADE

 

O que restava do simbólico Edifício Caiçara, que há quase três anos teve a sua demolição suspensa por ordem judicial, está indo ao chão. A informação e a primeira foto (desta quinta-feira, 07.04) estão na página de Direitos Urbanos. 

Ana Paula Portella comentou que, mesmo embargada, a demolição foi adiante. “Havia dois policiais na frente do prédio garantindo a segurança das retroescavadeiras (enquanto rola assalto na cidade toda). Pra gente saber quem é que manda em Pernambuco”, escreveu ela na página.

De fato, proteção policial a bens e a iniciativas dos poderosos e de empresas privadas em detrimento da segurança pública é um triste indicativo das prioridades da cidade. 

As três últimas fotos são de janeiro deste ano e mostram o prédio pela metade. Na segunda imagem (UFPE) se vê o edifício inteiro.

 

Em 03 de janeiro, fiz este post:

AVENIDA BOA VIAGEM
CAIÇARA VAI SE TRANSFORMAR EM SÍMBOLO DE RESISTÊNCIA OU CONFIRMARÁ A SINA DE MAIS UMA VÍTIMA DAS CONSTRUTORAS?

 

Construído em estilo neocolonial no início dos anos 1940, o Edifício Caiçara entra em 2016 pela metade, abandonado e aguardando a decisão que pode transformá-lo de vez num símbolo da resistência contra o poderio econômico e político das construtoras ou em mais uma vítima da ganância que engole a história e mata documentos arquitetônicos. 

Em julho de 2015 o pequeno prédio situado na Avenida Boa Viagem, no Pina, teve a reconstrução determinada obrigada pela Justiça. A construtora Rio Ave, dona do imóvel, que já destruíra a metade da edificação, recorreu para tirar o prédio de vez do mapa e abrir espaço para arranha-céus de design padronizado. A ordem e extinguir qualquer indício de identidade e dar aos bairros do Recife a mesma imagem de “concreto + espelho” de bairros de Curitiba, São Paulo, Ribeirão Preto e por aí vai… 

Enquanto a decisão não chega, o Caiçara segue se deteriorando, com as “vísceras” expostas e servindo de exemplo do que não deve ser feito.

Relembre a história da triste sina do Caiçara:

http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2015/07/justica-determina-reconstrucao-do-edificio-caicara-na-zona-sul-do-recife.html 

 

Redação

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