“Em final de abril nosso sistema entra em colapso”, diz Mandetta

Ministro da Saúde afirma que Brasil, ao contrário da Itália, está se preparando para a crise com antecedência

Jornal GGN – O ministro da Saúde Luiz Mandetta afirmou, nesta sexta (20), que “sem fazer nada” e com a atual capacidade instalada, o sistema de saúde brasileiro aguentaria a epidemia de coronavírus por mais 30 dias. A empresários, mais cedo, ele argumentou que, depois disso, o sistema “entra em colapso.”

“Claramente, em final de abril nosso sistema entra em colapso. (…) Colapso é quando você tem dinheiro, mas não tem onde entrar”, afirmou Mandetta, ao lado do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo ele, a “Itália, por ter uma população muito idosa, o tempo que ela suportou foi muito baixo”. No caso do Brasil, a dinâmica depende de fatores como o comportamento social, a dimensão territorial e as características de cada estado.

“Nós temos alguns estados que preocupam mais, como o Rio Grande do Sul, que tem a maior faixa etária [mais idosos]. Nós somos um continente, não podemos ter uma receita de bolo única para o Brasil”, sustentou.

Embora tenha apelado para que empresário incentivem e apliquem as medidas de distanciamento social, Mandetta criticou, a exemplo de Bolsonaro, governos estaduais que estão tomando decisões mais radicais, como bloquear tráfego interestadual, suspender circulação do transporte público e fechar estabelecimentos comerciais.

“O que não pode é paralisar as regiões de forma desgovernada porque colapso pode acontecer não só por causa da saúde. Eu vi governadores fechando estradas [de modo que], que paralisou o abastecimento de oxigênio, que é o item que eu mais preciso garantir para manter o sistema [de saúde].”

“Ainda dá tempo das pessoas pensarem nas consequências desses atos”, alertou Mandetta, sem cita o nome dos governadores.

O ministro ainda afirmou que, ao contrário da Itália, o Brasil está se preparando com antecedência.

“Estamos trabalhando. Ampliamos número de leitos e CTIs, coisa que a Itália não teve tempo de fazer. Semana a semana, nosso sistema pode inflar, temos espaço para crescer, mas temos que fazer isso garantindo equipamentos num mundo que está todo mundo comprando. Temos que buscar isso no parque industrial brasileiro”, disse.

Mandetta afirmou que, por causa da concorrência internacional, o Brasil deve aumentar a produção de aparelhos respiradores para equipar as unidades de terapia intensiva.

“Se conseguirmos, dentro de três semanas teremos o número de ventiladores necessários para atravessá-la [a epidemia] inteira. Se a China nos abastece com um pouco, já temos mais um tanto.”

O ministro comentou, ainda, que a previsão para a queda da curva de infecção no Brasil se dará apenas a partir de setembro.

Ele revelou que as medidas de isolamento social, quando duram 14 dias, por exemplo, só serão sentidas depois de 28 dias. No governo, está em discussão isolar a população idosa, possivelmente em municípios do interior, onde há menos aglomerações.

 

Redação

12 Comentários

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  1. E o Mandetta defendendo no Datena o legítimo direito do bozo em não dar publicidade ao resultado dos seus exames para o corona virus apesar de toda a sua comitiva estar contaminada e de ele, como médico, saber que o coronavirus é doença de notificação compulsória.
    Sem contar a desobediência civil ao decreto do marreco de maringá.
    Assim, temos um faraó na república, um médico cretino no ministério da saúde e um ministro da justiça que prevarica.

  2. “Só” idosos?
    E os cardiopatas, diabéticos, hipertensos, pessoas imunodepressas, com HIV, transplantados?
    Lembrando que essa gente não mora sozinha em muitos casos.

  3. O ministro quer comparar com a Itália por pura especulação momentânea da entrevista sem considerar que:
    – dados estatísticos vem mostrando que a curva de infecção no Brasil, ao menos pelo que vem até agora, é mais parecida com a dos países europeus (Itália em especial), que a dos asiáticos (a “barriga” melhor é a baixa e longa, que a alta e curta > que acaba por se tornar mais longa e penosa).
    – a Itália é país bem menos extenso, com menos briga entre as províncias, faz parte da rica Europa e não está brigada com a China, além de ser mais perto dela.
    – a Itália não deixa predominar o terraplanismo anti-cienticifismo nas decisões governamentais e não tem um despreparado que odeia seu povo e que já disse mesmo no início do governo que não queria ter recebido este abacaxi para descascar.
    – e precisam parar de se escorar de modo desajustado na balela de que o problema da Itália é que tem mais idosos: percentualmente a Itália tem cerca de 22% de sua população, com mais de 65 anos. O Brasil tem 13%. Numericamente esta população na Itália é de 13 milhões, enquanto que no Brasil são mais que o dobro, 28 milhões ou meia Itália. Um dos problemas é que grande parte é da baixa renda, continuamente desassistidos, que tem de viver pendurado nos empréstimos consignados, pagando mensalmente os juros extorsivos e de roubalheiras permitidas abertamente por financiadores da mídia e da política, para terem de sustentar netos e filhos sem empregos. Na Itália, por questões humanistas e sem dados do passado (pois não haviam ainda) tiveram de dispender muitos mais leitos aos idosos e agora se sabe que jovens também precisam e sobra para o estresse a triste decisão imediata aos agentes de saúde, acudir aos demais em detrimento dos idosos. Pela história de mazelas deste país com relação aos mais necessitados, a coisa será mais greve até por que não somos a Itália.

    Vamos criar a campanha. Não salvem as aéreas, até por que vai ser dinheiro no ralo: em 2020 poucos precisarão, poderão ou irão voar. Campanha pelo fim dos juros abusivos e extorsivos, primeiro nos créditos consignados que afetam as aposentadorias. Quanto mais idoso, mais ZERADA a taxa. A EXPLORAÇÃO CONTINUADA É A PIOR PESTE QUE ENFRAQUECE O PAíS.

  4. Eles só prevêem a tragédia e a anunciam, mas não provêem
    Nem sequer positivistas os nojentos são. Prever para prover era o lema dos Malinhas. Aqui o lema é prever para anunciar e assistir, de camarote e comendo pipoca com coke, a tragédia.
    Vade retro, Belzebus
    Mas quer ajudar as empresas aéreas

  5. Eu identifiquei um tipo de Bolsominion: o Bolsominion Avestruz. Ele enfia a cabeça na areia para não ver o perigo que se aproxima
    Li uma matéria, cujo título é Quantas pessoas vão morrer se medidas eficazes não forem adotadas? Cientistas respondem. Pouco mais de 2 milhões.

    Um Bolsominion enfezado disse que esse tipo matéria deveria ser proibido, pois espalharia o pânico na população. Ele prefere enfiar a cabeça na areia para não ver o perigo que se aproxima

  6. E o adolinquente que não consegue sair de campanha, há mais de 30 anos ainda vomita que
    “após facada não será uma gripezzinha que irá derrubá-lo”.
    Pois foi esta oportuna “facada” que viabilizou o desastre de sua eleição!

  7. Prá não dizer que o Geraldo Vandré não falou das flores:

    Vem, vamos embora, que esperar não é saber
    Quem sabe faz a hora não espera acontecer

    Pelos campos há fome em grandes plantações
    Pelas ruas marchando indecisos cordões
    Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
    E acreditam nas flores vencendo canhoes

  8. Exatamente, Rui.. É como se o médico lhe dissesse “olha toma este antibiótico, mas não vai adiantar nada pq vc vai morrer mesmo!” … O Corno não é capaz de defender seu próprio Ministério. Já tá tirando o fiofó da reta. Quando tudo fuder, Mandeta dirá: “fui honesto, eu avisei que tudo iria explodir”. Canalhas. Não tem inferno para armazenar essa gente!

  9. Lúcio Vieira, o Ministro da $aúde, que se limita a anunciar a tragédia em vez se empenhar para evitá-la, acha que a Itália, e não o Haiti, é aqui.

    Enquanto esse nojento exerce seu podre poder, ele não escuta o Caetano afirmar que o Haiti é aqui.

  10. Lúcio, que o povo não esqueça que, o Brasil em 2015, quando começou a ofensiva para seu desmonte pelos golpistas, pessoas de bem e respeitados cidadãos, certamente, o nosso país, ainda que não fosse uma Suíça, principalmente, a área de saúde pública, tinha um perfil de nação, e agora?
    O desmonte do país continuou após o golpe e, por que reclamamos? O Artigo 3° da CF, foi realmente respeitado pelas autoridades atuais, em sua essência para o bem-estar comum do povo? E, até onde nós cidadãos brasileiros e donos do poder constitucional, de acordo com o Parágrafo Único do Artigo 1° da CF, nos incomodamos com esses desmotes que, hoje, causam dor ao povo mas, somos bravos patriotas para ofender e agredir quem pensa diferente de nós. Estamos colhendo agora, o que permitimos por ignorância e por falta de cidadania, ser plantado.
    Sebastião Farias
    Um brasileiro nordestinamazônida

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