Enquanto eram os indianos que perdiam emprego para os operários ingleses, tudo bem, mas agora…

Enquanto eram os indianos que perdiam emprego para os operários ingleses, tudo bem, mas agora…

Minha filha mais nova veio me perguntar o que era globalização, pensei, refleti e não consegui e não consigo dar uma definição precisa de globalização, só um sentimento do que seja isto.

Desde o início da idade do bronze o homem começou a um processo de globalização. Quem tinha bronze trocava por alimentos e as trocas foram se multiplicando durante milênios. Quem tinha mais para trocar vivia melhor e quem tinha menos vivia pior ou saqueava os outros.

Lá na época em que o Império Britânico a prática corrente era obrigar os indianos a consumir os tecidos produzidos na Inglaterra, criando uma troca compulsória que não agradava muito um dos lados. Era uma fase de trocas, em que a especialização e o comércio começavam a produzir desempregos num país e criar em outros, pois já naquela época existia o cenceito de Estado Nacional, antes não era assim definido porque eram tribos.

Porém os empregos que eram criados na Inglaterra e extintos na Índia, tinham uma lógica, onde era a casa do colonizador era o local adequado para produzir empregos mais nobres, e mais rentáveis para os patrões, enquanto o que ocorria nas colônias era simplesmente culpa dos colonizados que não souberam fazer as mesmas fábricas.

Num determinado momento no século XX os países dos colonizadores viram que era mais conveniente transferir as fábricas que produziam mais poluição, precisavam de mais operários e recursos naturais que os disponíveis nos países colonizadores e poderiam deixar para seus operários atividades mais nobres e menos cansativas nos setores terciários da economia.

À medida que estes países que recebiam as indústrias mais sujas, começaram a ganhar habilidade de operar outros tipos de indústrias, estas mais sofisticadas começaram a ser transferidas para as ex-colônias. As metrópoles ficavam com o trabalho mais nobre, a concepção e criação de novos produtos, porém para conceber e criar é necessário mentes criativas e grande parte das pessoas não dispõe destas mentes.

Como ainda existiam mentes criativas nas metrópoles estas assumiram papel de destaque e com um rendimento bem superior aos demais, supriram parte do desemprego, por servidores que por uma época quase foram extintos pela prosperidade na matriz, os servidores domésticos ou outros tipos de serviços diretos aos com bons empregos ou rendas que não exigem grande qualificação e por consequência são de remuneração mais baixa, ou são os personais qualquer coisa, que vivem para o deleite individual dos endinheirados.

Tudo ia bem até quando se verificou que era mais fácil as mentes criativas ficarem próximos as fábricas que produziam seus produtos do que transmitir suas ordens há milhares de quilômetros de distância. Neste ponto os empregos criativos começaram a migrar para as antigas colônias. Mas como as metrópoles ainda tinham guardado muitos recursos, parte destes era repassada aqueles milhões de pessoas que não conseguiam trabalhar nas matrizes das grandes indústrias e corporações através do bem estar social. 

Num ponto determinado ponto em que para os que possuíam bons empregos ou eram proprietários das fábricas disseminadas por todo o planeta, viram que era mais confortável não repassar parte do que ganhavam para as grandes massas de trabalhadores desempregados ou subempregados nos seus países, inventou-se a ideologia do máximo treinamento e do empreendedorismo, deplorando o estado de bem estar social por considerar uma fonte ócio, dependência e baixa de produtividade. 

A ideologia do empreendedorismo que vende a ideia da saída individual, pois para quem se esforçar ao máximo ou tiver uma habilidade excepcional com capacidade de transformar isto num bom negócio, ele estará salvo no mundo que se criou.

O problema que isto esta enorme de uma falácia, pois não são todos que são empreendedores e a maioria não consegue atingir níveis de excelência mesmo se dedicando muito. Com o tempo o desemprego dos países que por séculos sempre estavam na frente migrou para outras regiões.

Agora o descontentamento que sempre existiu nas colônias passou a existir também na matriz, devido à perda de esperança da saída individual. Neste momento cria-se a palavra GLOBALIZAÇÃO, ou seja, a noção do que já aconteceu com os outros agora está acontecendo conosco. Com um grande agravante, as pessoas estão começando a se dar conta que agora não há mais saída, chegou à vez dos últimos, e que os agora 1% e os 99%, número que era conhecido por todos foi globalizado 99% somos nós!

Conclusão final: Globalização é um fenômeno que existe há séculos, mas agora somos nós os prejudicados.

Redação

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