Ernesto Araújo, aquele que mandou a diplomacia para o espaço

Ao invés de priorizar o entendimento com o principal parceiro comercial do Brasil, ministro prefere ficar ao lado do semeador da discórdia

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo (esq.) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Foto: Reprodução/Carta Capital

Jornal GGN – Toda a imagem positiva que a diplomacia brasileira construiu ao longo dos anos está sendo demolida pela atual equipe de Jair Bolsonaro. E o alvo desta vez é a China – justamente o principal consumidor de commodities brasileiras.

Na noite de ontem, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou suas redes sociais para acusar a China de ser responsável pela pandemia de coronavírus – embora o país praticamente tenha controlado o avanço da doença, e a Itália seja o atual epicentro da pandemia.

As declarações do filho do presidente Jair Bolsonaro – que chegou a ser pleiteado para assumir a embaixada brasileira em Washington – foram suficientes para causar uma crise diplomática entre os dois países, gerando críticas duras por parte da Embaixada Chinesa no Brasil.

E o atual ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, preferiu abraçar o lado dos Bolsonaro ao invés de procurar resolver o imbróglio causado pelo filho do presidente, como seu comunicado deixa claro.

Embora tenha dito que as críticas não reflitam a posição do governo brasileiro, Araújo exigiu que os chineses se retratem “por sua repostagem ofensiva ao Chefe de Estado” do Brasil.

Ou seja: entre procurar a conciliação com o principal parceiro comercial do Brasil ou partir para uma crise diplomática, Araújo preferiu jogar um balde de gasolina na questão. Resta saber como a China irá se posicionar a respeito.

Para um país que chegou a ter Celso Amorim, Luiz Felipe Lampreia, Celso Lafer, San Tiago Dantas e Afonso Arinos de Melo Franco representando suas relações exteriores, ter alguém como Ernesto Araújo à frente do ministério é o mais próximo de “fundo do poço” que se pode dizer a respeito da atual diplomacia brasileira.

Redação

5 Comentários

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  1. A China agora vai fazer é silencio, já falou o que tinha de falar sobre o episódio. Eles não são de ficar de bate boca, ainda mais com um bando de boçais desvairados…

    A coisa toda já passou do limite da AVACALHAÇÃO há muito tempo. Impressiona a desarticulação TOTAL da massa crítica do Itamaraty com os setores financeiros, empresariais, midiáticos, judiciários, militares… Só dá pra supor que são todos cúmplices dessa mixordia toda.

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