Espaço para as mulheres e foco no futuro: o que a campanha Lula deve avaliar

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Segundo turno promete disputa ainda mais acirrada, e não se pode contar apenas com os votos do Nordeste; leia análise de Luis Nassif

Foto: Ricardo Stuckert

Os estrategistas da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devem se ater a alguns pontos antes de contar com a vitória no segundo turno das eleições presidenciais.

Na TV GGN 20 horas desta segunda-feira (10/10), o jornalista Luis Nassif relata uma conversa que teve com um dos conselheiros do marqueteiro político Duda Mendonça, e lista uma série de pontos a serem considerados.

“Essa pessoa prevê uma disputa muito mais acirrada do que essa que está saindo pelas pesquisas, especialmente do IPEC”, destaca Nassif.

Segundo Nassif, as maiores prefeituras de Minas Gerais aderiram à campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), e é preciso tomar cuidado com a votação na região Nordeste. “Cuidado com o Nordeste, não fique confiando cegamente nas diferenças do Nordeste”, ressalta Nassif.

Fale mais do futuro e menos do passado

A primeira dica que a equipe de Lula deve considerar em sua estratégia é não falar do passado – “fale do presente e do futuro”.

Além disso, o estrategista ressalta: o maior personagem da campanha de Lula tem que ser Jair Bolsonaro – algo que, segundo Nassif, a equipe de comunicação do ex-presidente já começou a explorar.

“Tem que expor. O Bolsonaro é um dos personagens mais degradantes da história política do país, e a mentira está correndo solta aí”, explica Nassif.

E um exemplo simples envolve Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Infraestrutura do governo Bolsonaro e candidato ao governo de São Paulo.

“Você pega o Tarcísio de Freitas, você pega a Confederação Nacional dos Transportes, e você pega os investimentos em estradas em 2021 – foram os menores da década”, afirma Nassif.

“Você vê a situação das estradas, as piores. Mas ele chega, vai ao debate e fala ‘não, nós fizemos tantas pontes’, não importa o tamanho da ponte”, ressalta Nassif.

Nassif também alerta para a capacidade de manipulação bolsonarista. “Primeiro, nesse modelo de debate que nós temos, que você não tem a conferência – o cara mente e você não tem, o veículo não tem um sistema de checagem na hora dos dados. Depois, com as redes sociais, então você mente do jeito que quiser”.

Distorção do foco e degradação do debate

Outro ponto relacionado é o nível do debate e das notícias falsas. “A Damares (Alves, ex-ministra e senadora eleita pelo DF) falou – é impressionante que você tem lugares onde se tira o dente das crianças para que possam fazer sexo oral”, diz Nassif.

“E daí vem o grande guru da militância digital, o Janones (André Janones, deputado federal) e fala ‘não, eu tenho uma bomba agora’ (…) Pelo amor de Deus gente, manda o Janones junto com a Damares para outro lugar, sabe? Isso aí é uma coisa que degrada”.

Mais espaço para as mulheres

Segundo Nassif, outra dica desse analista com quem conversou é dar espaço para as mulheres, desde que os princípios não sejam distorcidos.

“As mulheres vão ter um papel central, e a Simone Tebet (senadora e ex-candidata à Presidência pelo MDB) já entrou com tudo na campanha, recomendando que o PT não pode ter manifestação com o vermelho senão afasta os conservadores”, diz Nassif.

Nassif lembra que o PT não pode abrir mão de seus princípios para atrair o eleitorado, e que existem diversos fatores que permitem a melhoria dos votos.

“A previsão é que vai ser um tiroteio complicado, você – já estão identificando aí nesses dois dias de campanha do primeiro turno uma inundação de material que vem das profundezas da internet, aquelas áreas que são pouco fiscalizadas”, afirma Nassif.

Outro alerta: para Nassif, existem diversos fatores de resistência que mostram a caminhada do Brasil em direção ao fascismo.

“Não adianta querer falar ‘não, mas não é bem assim porque o fascismo era isso, era aquilo’. O fascismo teve etapas, e a etapa que o Bolsonaro está hoje, de tentativa de conquista do poder pelo voto usando as instituições, foi o mesmo processo que o Mussolini passou lá, o mesmo processo”, alerta Nassif.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. QUERIA DIZER MAIS ALGO,SÓ Q É TANTA SUGESTÃO Q DEIXA PRA LÁ,MAS Q O MELHOR ESPECIALISTA SOU EU PODE TER CERTEZA Q SIM(BENVINDOS AO MUNDO DA FANTASIA JMARCELIANO)

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