Falta visão estratégica ao país

Um dos grandes problemas das políticas públicas brasileira é o da falta de continuidade. Especialmente, o da falta de continuidade dos projetos estruturantes.

Há exceções, como é o caso das políticas sociais, armadas em cima de bases conceituais sólidas.

Em outras áreas, têm continuidade os projetos sob tutela de alguma organização pública específica. É o caso da diplomacia, sob a orientação do Itamaraty. Ou da política de petróleo e gás, sob o guarda-chuva da Petrobras, com seus desdobramentos na área naval. Ou ainda as Forças Armadas e seus institutos militares –  trabalhando sem uma integração maior.

Mas, de uma maneira geral, as pressões da conjuntura é que acabam determinando as prioridades do momento.

***

Tudo isso decorre da falta de think tanks, de centros de pensamento estratégicos intrinsecamente ligados ao Estado brasileiro, sem depender dos humores do governo de plantão.

Nos anos 90, apenas a Escola Superior de Guerra arriscava discutir estrategicamente o país, mas ainda dentro das visões compartimentalizada e autárquica tradicionais. Houve alguns ensaios com o Plano de Integração Competitiva, desenvolvido por Julio Mourão no BNDES, que serviu de bússola para as tentativas de abertura programada do governo Collor – atropeladas pela política cambial inaugurada com o Plano Real.

***

Depois disso, pouco se avançou. No governo Lula, o presidente incumbiu Luiz Gushiken de montar estudos prospectivos, no âmbito da SAE (Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos).

Montou-se o Brasil em 3 Tempos, uma tentativa de think tank aberto, utilizando a melhor metodologia de planejamento estratégico.

Não vingou. A discussão ficou restrita a especialistas, sem jamais chegar a uma opinião pública ampliada e – pior – sem jamais se ligar ao dia a dia da administração pública.

***

Seguiu-se o período Roberto Mangabeira Unger, que adotou outro estilo. Garimpava os projetos inovadores na administração pública e tratava de lhes dar publicidade. Com essa atuação, ajudou a desengavetar muitos projetos ambiciosos.

Saiu Mangabeira, interrompeu-se essa atuação.

Seguiu-se um período em que a SAE limitou-se aos estudos do Ipea – dirigidos por Márcio Pochmann, a melhor cabeça prospectiva do PT.

Depois, passou para o político fluminense Moreira Franco e, agora, com o professor da FGV Marcelo Nery.

Trata-se de um intelectual respeitado, que se tornou um dos melhores avalistas do Bolsa Família – especialmente junto ao pensamento mais conservador da FGV-Rio.

Na SAE, Nery prosseguiu em seus estudos sobre a nova classe média, os novos hábitos. São relevantes, mas não são assuntos estratégicos. No máximo, são insumos para a definição desse pensamento estratégico.

Sem ele, a visão de futuro do governo Dilma fica restrito ao pensamento de Dilma. Se ela sair amanhã, o pensamento vai com ela.

Além disso, o pensamento Dilma focaliza a logística, a educação e/ou inclusão social e a inovação. O país é mais complexo que isso. Mas não há as linhas-mestras de uma visão estratégica integrada para completar sua visão de futuro.

Luis Nassif

47 Comentários

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  1. Faltam políticos de qualidade
    Faltam políticos de qualidade, nós elegemos os piores gestores públicos.
    Por isto o presidente Lula sempre convoca novas pessoas a integrarem a política brasileira.
    Porque pessoas com boas idéias, como vc Luis Nassif, não entram para a política?

  2. Bicicletas elétricas

    Muito papo e pouca ação.

    Alterar todas as políticas possíveis e imagináveis até que o Brasil possa produzir bicicletas elétricas competitivas. Ai começamos a entrar no jogo.

    Qualquer outra coisa é tapeação.

    1. Interbike 2013

      Interbike 2013, maior feira de bicicletas da costa oeste dos USA, há três anos atrás as elétricas eram uma exquisitisse, hoje são a melhor oportunidade de bons negócios.

       

      The Future of Electric Bicycles | Interbike 2013

      Angelenos know how to get there in style…

      When thinking of commuter bicycling in America, the innovation adoption curve comes to mind. With any new product (or lifestyle choice) there are leaders and followers. In Los Angeles, 1% of the population commutes on pedal power. In America’s leading cycling city, Portland, OR, it’s around 6%. How did a city with 39” of rain per year become a better cycling city than one with only 14” of rain per year (and usually all at once!)?

      What would it take to cross the chasm between early adopters, (aka brave/crazy/poor) people who actually pedal to work and the mainstream who still suffer traffic and gas prices for the sake of comfort and safety? CicLAvia (coming up October 6th!) is great for reintroducing people to the joy of cycling, but what will it take to get those people to pedal to work in the near future? According to this article on CleanTechnica.com, the electric bicycle market is growing like wildfire. No wonder automakers are taking notice…

      Web

      $60 million or $1 billion?

      At Interbike, I spoke with Caron Whitaker of The League of American Bicyclists, who told me that Portland spent about $60 million over the last 18 years “building” (more like painting, really) over 300 miles of bike infrastructure. No wonder they’re the Platinum Standard! Granted, the League needs to separate their rankings by city size, because it’s a lot easier to make a town of 1,497 inhabitants bicycle friendly than a metropolis of nearly 4 million and growing. Portland comes in 4th place, but has a population bigger than the total of all others in the top 10. So if they were to rank cities over 500,000 separately, Portland would be #1.

      What can $60 million buy a city? Whitaker told me it would also have paid for one mile of 4-lane highway. Interestingly, Los Angeles (and state, and federal) taxpayers have spent $1 billion just to add a couple lanes to the 405. Which still isn’t done, and will cost more. Yet if 10% of those drivers rode their bicycles to work, that extra lane would never have been necessary. Yes, I’m talking to you, Car Guy Elon Musk.

      Another transportation maverick, Gary Fisher, known for picking winners in bicycling technology, is also on the e-bike train. The inventor of the modern mountain bike is a huge advocate of electric bicycles, the ideal form of transport over the Sepulveda pass for anyone who doesn’t want to shower at work. If only there was a safe route for cyclists, instead of the freeway that Sepulveda Blvd is for locals who know better than to ever drive on a “freeway” in Los Angeles.

      Bicycling- it’s not just for kids anymore…

      pinky's lil pink bikeOn Tuesday at Interbike, LEVA chairman Ed Benjamin gave an overview of the electric bicycle industry, and where it’s headed. He pointed out how cycling in America has evolved over the years. In the 1950′s and 60′s, it was strictly for the kids. In the 70′s when OPEC made driving a car a bit difficult, many adults discovered they could just as easily get there by bike. This was known as the great Bike Boom period. There was a bust, of course, once gas prices stabilized.

      But with the recent recession, more people have taken up cycling again. Even before the recession, Millenials have shown a much stronger interest in cycling than driving. Benjamin went on to explain that bicycle shops (the audience was mainly shop owners) arethrowing away money by not selling electric bicycles. He told us electric bicycle sales doubled in the US from 2011 to 2012, from 80,000 to 160,000.

      By only catering to people fit enough to pedal at full power, they’re missing out on half the US population who are either too heavy, injured, or old to pedal without assistance. He also echoed a lot of the information Ford shared with us in their research for the Further with Ford conference. Benjamin told us that GM had even expressed an interest in doing something with bicycles. As you know, Ford already has.

      In that interview, Pedego CEO Don DiCostanzo claims electric bicycles are a gateway drug to electric cars. I claim they’re a gateway drug to pedal bicycles. I think he’s right, considering current e-bike customers. But I see this as a way to get people into bikes who might not otherwise consider them. Then once they start riding, they realize it really is a LOT easier and faster than walking, even without pedal assist or a throttle!

  3. Pra mim são dois problemas e

    Pra mim são dois problemas e não apenas um. A falta de visão estratégica e a falta de continuidade são problemas distintos. 

    A continuidade decorre da estabilidade da corrente política dominante, que se iniciou com Lula e tem perspectiva de continuar até o fim do mandato da Dilma pelo menos. Se houver uma troca da corrente dominante, haverá uma mudança na orientação das políticas públicas para refletir o programa de governo daquele que for eleito, que resultará num novo PPA. Estamos falando de continuidade de orientação e de prioridades, que no final resultará em continuidade de financiamento.

    O próprio Ministério do Planejamento entende isso, como está descrito em 

    http://www.planejamento.gov.br/ministerio.asp?index=10&ler=s175

    “O Plano Plurianual Mais Brasil (PPA 2012-2015) é um instrumento de planejamento da ação de governo previsto pelo Artigo 165 da Constituição Federal.

    Os três últimos PPA’s, 2004-2007, 2008-2011 e 2012-2015, recuperaram a dimensão política do planejamento ao trazer para o centro da agenda de desenvolvimento a inclusão social e a equidade. Nos planos estão declaradas a estratégia do atual modelo de desenvolvimento brasileiro.

    O atual ciclo de desenvolvimento experimentado pelo país, resultado da escolha democrática da sociedade brasileira, vem sendo impulsionado por políticas públicas inovadoras que combinam crescimento econômico com redução das desigualdades sociais e regionais.

    Essas políticas têm como elemento fundamental a recuperação da capacidade do Estado de planejar e agir visando, sobretudo, garantir e expandir os direitos da cidadania. Por isso, o PPA 2012-2015 – Plano Mais Brasil, resultado de um amplo diálogo social e federativo, inovou em sua metodologia.

    O sentido geral das mudanças ampliou as possibilidades de execução da política e do controle público ao introduzir, em seu escopo, objetivos e metas. Isso faz com que a Administração Pública opere, por meio de diversos mecanismos, para cumprir estes compromissos assumidos perante a sociedade e aprovados pelo Congresso Nacional. O PPA permite também construir os cenários e ações do desenvolvimento do Brasil escutando a sociedade e por meio de uma intensa cooperação federativa.

    A importância do Plano pode ser verificada pelo expressivo aporte de recursos planejados: R$ 2,4 trilhões no PPA 2004-2007 para R$ 5,5 trilhões no atual Plano Mais Brasil (PPA 2012-2015). O plano possui 65 programas temáticos, que articulam 492 objetivos e 2.417 metas.

    O acompanhamento deste desempenho poderá ser mensurado anualmente com o Relatório Anual de Avaliação do PPA 2012-2015, conforme estabelece o Decreto nº 7.866/2012. Para cada um dos 65 programas do PPA, será divulgada a identificação do índice atualizado dos indicadores, a análise situacional dos objetivos e metas e a execução financeira das Iniciativas, bem como a avaliação do cenário macroeconômico.”

     

    A visão estratégica tem que estar à frente do pensamento do Ministério do Planejamento e de sua Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos – SPI. Dentre as competências desta Secretaria está parte do pensamento estratégico do governo. Só que ela não tem fôlego para dar conta de identificar os problemas nacionais, nem estabelecer objetivos estratégicos a serem buscados pelo pais. Esta função deve ser exercida por entidades governamentais como as citadas, os tais think tanks, mas o pais se recente da falta de profundidade do pensamento estratégico na própria sociedade organizada, nos partidos políticos ou outras entidades, de forma independente, e com capacidade de identificar e até mesmo influenciar as demandas sociais, que no futuro resultarão em programas de governo dos candidatos eleitos e orientarão as políticas públicas.

    Está na hora de começar a discutir as propostas de programa de governo propostos na próxima eleição.

    Outra questão que se coloca é como ter visão estratégica e planejar com visão de longo prazo no Brasil, já que todo o modelo de planejamento do governo brasileiro é pensado com visão de curto e médio prazo. No máximo se planeja para quatro anos. Este é o campo onde os think tanks poderiam fazer a diferença. Visão estratégica de longo prazo.

    1. Esta política do blog do

      Esta política do blog do Nassif de separar os comentários como se uns fossem de primeira qualidade e o resto o resto não me parece boa.

      Basta ver que os assuntos “selecionados” não prosperaram pois o viés é nitidamente errado, qualquer idiota percebe isto de cara.

    2. Acho que você está coberto de

      Acho que você está coberto de razão.

      No tocante à “descontinuidade” das estratégias acho que precisamos contornar uma questão cultural complexa. O administrador público brasileiro revela extrema resistência em dar continuidade aos programas do seu antecessor, mesmo naqueles casos em integram um mesmo partido ou professam gostos ideológicos comuns.

      Está arraigada a ideia de que os louros são destinados àqueles que plantaram a árvore e que nada sobra para aqueles que a aguam. Vejam que é corriqueiro que o administrador público abandone parques, praças, calçadões, etc., construídos na gestão do seu antecessor, com o simples propósito de evitar a visibilidade daquele que foi substituído. Atentem para a luta ferrenha que se trava entre PT e PSBD, pela paternidade de alguns programas sociais. Parece que tocá-los não conta; só interessa quem os idealizou.

      Estas questões, mostradas aqui no varejo, espelham o comportamento macro da política.

       

  4. Caro Nassif,
     
    tem uma coisa

    Caro Nassif,

     

    tem uma coisa há muito me intriga, como eu não sou da área econômica, gostaria que você me ajdasse a entender um fato, se possível claro.Dentre as principais economias do mundo, por que o Brasil, depois de 10 anos de estabolidade,

    o Brasil é o único que não tem uma indústria automotiva própria/Até a Chna tem!

  5. Pronto ! Tai a síntese do que

    Pronto ! Tai a síntese do que venho falando a tempos , aqui mesmo no blog , muito bem posto pelo Nassif e aqui não vai qualquer preconceito ao  PT , que é bom que se diga , sabe fazer política como poucos e principalmente junto as camadas mais pobres.

    Mas cadê o planejamento a curto médio e longo prazo? Simplesmente não existe e so um movimento do povo nas ruas deste Brasil e a presidente ja muda toda sua agenda de afogadilho. As nossas universidades tem que participar mais ativamente como núcleos de saber e de la partir ideias e sugestões administrativas positivas . Os nossos politícos em sua maioria esmagadora so pensa em se garantir no poder e usufruir do dito , estão sempre junto ao poder e formam a falada base de apoio , apoio de que?

    Temos que erradicar pelo voto estes politícos demagogos e eleger jovens inteligentes e com ideias novas ou velhos mas com ideias novas.

     

  6. mal antigo

     

     

      Nenhuma novidade. O Brasil nasceu virado pelo avesso. Cá vieram uns portugueses aventureiros cuja sagrada missão era conquistar a terra nova para praticar a extração (de pau-brasil, ouro, prata, pedras preciosas, etc…) e a produção de bens de consumo (açúcar) para enriquecer-se e enriquecer a Metrópole mediante a brutalização e escravização de índios e negros. Os descendentes deles continuaram fazendo a mesma coisa antes e depois da independência com pequenas alterações impostas pelas necessidades internacionais (o café se tornou mais importante que o açúcar, assim como soja, milho e algodão são hoje mais importantes que o café).  Novas atividades de exportação foram acrescentadas às antigas (produção de carne de  suínos, bovinos e peixe) e algumas industrias foram sendo implantadas no Brasil ao sabor dos incentivos para substituição de importações (Getúlio Vargas e Lula) ou a instalação de multinacionais atraídas com facilidades fiscais (Juscelino Kubitschek e FHC). Mas o foco do país nunca foi verdadeiramente sua autonomia e independência.    Russia e China seguiram caminhos diferentes daqueles que foram e são trilhados pelo Brasil. A primeira se fechou totalmente e esforçou-se para superar inclusive militarmente seus rivais adotando um ambicioso e bem sucedido programa de modernização industrial nas primeiras décadas de socialismo (e depois amargou fracassos decorrentes do peso dos seus gastos militares ao final da Guerra Fria). O mesmo ocorreu com a China, que soube tirar proveito de suas vantagens comparativas antes do colapso do modelo socialista. Os fracassos do Brasil tem sido maiores, mais dolorosos e mais duradouros que os que se abateram sobre Russia e China, dois países que foram parcialmente destruídos duas vezes (durante as guerras revolucionárias e durante a II Guerra Mundial).    A falta de uma estratégia coerente e duradoura no caso do Brasil talvez possa ser creditado ao seu isolamento geográfico. Nosso país passou praticamente incólume à guerras napoleônicas (que modernizaram os regimes políticos europeus e acarretaram a vinda de D. João para o Brasil, cujo legado foi o fortalecimento do ‘antigo regime’ em território brasileiro) e não chegou a sofrer as devastações e depopulações impostas aos atores/vítimas da I e II Guerra Mundiais. Esta falta de inimigos nos torna não somente indolentes, mas paradoxalmente satisfeitos. Falta-nos o desejo de vingança (que fez a Alemanha Nazista erguer-se após a I Guerra Mundial para iniciar a II) e o medo do inimigo externo mais poderoso ( que fizeram a Russia e China se superarem). Não nos falta colhões… falta-nos algo que a geografia sempre será incapaz de nos proporcionar, as condições permanente da guerra. Ficaremos sempre em paz e justamente por causa disto oscilando entre uma mediocridade maior e outra menor.   

    1. Fábio, muito bom o seu texto

      Os EUA também têm uma posição geográfica semelhante ao Brasil, e atacá-los em seu território é dificílimo, quase impossível. Mesmo assim, eles são o quê são pois a colonização do território norte-americano foi feita por pessoas que queriam um território para se chamar de Meu País…

      Ano que vem tem a Copa, depois as Olimpíadas, …

  7. Se não há continuidade,

    Se não há continuidade, talvez seja porque falte política de Estado (e não de governo). Como o Nassif exemplificou e quem vive a área pública conhece, mesmo uma mudança de gestor (ou chefia “menor) pode alterar aquilo que está sendo feito ou desenvolvido numa área específica. As coisas podem ir de 8 a 80 (ou o contrário) com a entrada ou saída de uma única pessoa com poder de decisão.

    As mudanças, ideias, projetos (e por aí vai), precisam ser incorporados no dia-a-dia da administração pública. Tem que virar parte da rotina, para se tornar algo permamente e duradouro. E nesse processo de implementação vai existir resistência, nem que seja pelo simples receio da mudança ou devido ao velho “eu sempre fiz assim”. E mesmo considerando tudo isso, não se afasta totalmente o risco de um paraquedista que chega mudando tudo (ou boa parte) para dar sua cara ao “negócio”.

    E precisamos de pessoas que pensem além da rotina. Ou no mínimo, na melhora da mesma.

  8. Não é falta de visão

    Não é falta de visão estratégica, é excesso de pragmatismo. Nassif, assim pontua:

    “Mas, de uma maneira geral, as pressões da conjuntura é que acabam determinando as prioridades do momento.”

    Sobre a falta de continuidade:

    Não se trata apenas de políticas elaboradas por governos que se opõem e se sudem. No governo Lula, por exemplo, houve um excelente estudo estratégico elaborado por Mangabeira Unger para as próximas décadas e que foi misteriosamente engavetado.

    Então, vamos botar os pontos nos iiss.

    O mundo atual, como descreve brilhantemente Bauman, é liquido.

    Todas as relações, seja entre indivíduos, entre pessoas, são liquidas e como tal a busca de soluções de problemas é imediata, ou em outras palavras, o que importa é o momento.

    O que vale, o que é propagado, o que é cobrado, é o imediatismo das soluções, a realização do consumismo, vivemos na cultura do agora e já. É o mundo do “corre-corre” onde planejamento parece não caber mais. A cultura do “em tempo real” não admite o amanhã, a cultura do pragmatismo exige o resultado imediato.

    Essa condição pode ser observada em todo o mundo exceto, talvez, na China onde temos um modelo diferenciado das demais nações, mas, como Nassif pontuou certa vez:: “É um modelo autocrático que não serve para o Brasil.”

    Além de ser um modelo autocrático, a China culturalmente se distingue de todo o ocidente, lá a paciência é cultuada, as relações são formadas a partir de relações de confiança, portanto duradouras, sólidas.

    Desta forma, todos nós ocidentais estamos condicionados ao sucesso imediato, o que de certa forma prejudica, ou mesmo incapacita, a aplicação de estudos para médio e longo prazo. É a própria sociedade que exige isso dos seus governos.

    Não se pode afirmar que não se tenha estudos de médio e longo prazo, no Brasil.

    O presidente Lula chegou a criar a Secretaria de Assuntos Estratégicos, com força de Ministério, dentro da própria estrutura da Presidência da República, com o objetivo de planejar políticas públicas de médio e longo prazo. Nesta secretaria, Mangabeira Unger realizou e apresentou uma série de estudos estratégicos tanto em relação à economia, quando à defesa do país.

     

    1. Pois é…
      E como o governo

      Pois é…

      E como o governo continua sendo do PT quem engavetou a tal politica? rs

      O mundo é liquido, mas a gente podia ao menos procurar ser mais parecido com a ” liquidez ” Americana, Chinesa, Sul Coreana ou Alema né?

      A verdade é que nao há e nunca houve neste pais um Estadista…

  9. Concordo com o Nassif.
    Estou

    Concordo com o Nassif.

    Estou no governo federal há 5 anos e, infelizmente, o único espaço de debates no país é o IPEA.

    No governo existem bons quadros. Na AGU, agências reguladoras, polícia federal, exército existem pessoas preparadas que poderiam estar em centros de estudos de modo a realizar estudos que orientassem a elaboração de políticas públicas mas, infelizmente, estão perdidas em meio à burocracia cotidiana.

    Quem entende mais de telecomunicações? um técnico da anatel, geralmente engenheiro elétrico, com alguns anos de exiperiência na área e conhecimento de como funciona a coisa em outros países ou o Ministro das Comunicações e seus aspones, ou mesmo os Conselheiros da Agência, indicados políticamente.

    Ao mesmo tempo, tem um outro aspecto em que o PT prestou um grande desserviço ao país: o excesso de cargos em comissão ocupados por quem não é da máquina. Todo o know-how adquirido nesse período será perdido quando mudar o governo. O correto seria que a grande maioria dos cargos, inclusive os de alto escalão (assessores, secretários executivos de ministérios etc) fossem ocupados por quem é servidor público efetivo. Tais cargos propiciam grande aprendizado mas, infelizmente, esse conhecimento sai de dentro do estado quando há troca de governo.

    Infelizmente, somo o país do jeitinho. Ficamos sempre fazendo remendos, sem que exista uma política mais ou menos estável.

    Basta observar o Mais Médicos pra ver que vivemos de improvisação. Esse programa deveria ser pensado há muitos anos e elaborado, pra que agora não tivesse toda essa celeuma. 

    Isso demonstra, sobretudo, a falta de estadistas em nossa política, afinal, é isso que faz a diferença entre um estadista e um populista: a visão de longo prazo.

    1. Falta um think thank na área de Telecomunicações.

      Falta um think thank na área de Telecomunicações. Os poucos estudos da economia das telecomunicações vem sendo feito, esporadicamente pelo IPEA mas acredito que uma entidade como a agência reguladora do setor poderia assumir esse papel de think thank . Já tem massa crítica suficiente para iniciar este processo, mas falta visão estratégica internamente e externamente. Outras agências reguladoras, cada uma em seu setor de expertise poderia tomar tal iniciativa.  

      Um exemplo de descontinuidade de programas é o PNBL. No Governo Lula a visão era a de reativar e fortalecer a Telebrás para melhorar o oferta de infra-estrutura que serve ao provimento de banda larga. No govreno Dilma o projeto foi completamente desmanteladocapitulado frente as operadoras de telecomunicações por Bernardão & Cia. a quem entregou a responsabilidade de implementar o projeto. A Dilma nem sabe o que fazer com a Telebrás, já que o foco do PNBL mudou completamente. Nem sabe que ainda existe um CPqD, sobrevivente das privatizações que na década de 80 desenvolvia equipamentos nacionais de telecomunicações (centrais Trópico). Nem com a crise de espionagem para se lembrar disso. Já estudos do CPqD. como este abaixo que por exemplo indicam quais tipos de equipamentos de telecomunicações teriam viabilidade técnica e econômica de serem desenvolvidos e fabricados no Brasil Perspectivas do desenvolvimento tecnológico para a indústria brasileira de telecomunicações no contexto do PNBL  Resumo do Estudo (33 pág)http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/produtos/download/telecom_perspectivas_desenvolvimento_tecnologico.pdf http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Areas_de_Atuacao/Infraestrutura/Telecomunicacoes/artigo_cpqd.html Relatório completo Versão para o BNDEShttp://rfid.cpqd.com.br/pesquisa-desenvolvimento/perspectivas-desenvolvimento-tecnologico Versão para a ABDIhttp://www.eco.unicamp.br/neit/images/stories/arquivos/Relatorios_NEIT/Relatorio-Banda-Larga.pdf

      1. Eu iria além, falta o Governo

        Eu iria além, falta o Governo PARAR DE INDICAR gente do sindicato pra diretoria da Anatel.

        Vc não acha que isso ajudaria?

        E não é de sindicato ligado a telecomunicações que estou me referindo…

  10. crítica recorrente

    Essa crítica é velha e recorrente, Nassif.

    A mesma sucessão de fracassos que você aponta ocorreu com a gestão.

    A questão é por que esses fracassos se repetem eternamente.

    Vamos cair na política de novo, no presidencialismo parlamentarista, na política imediatista de trocas comezinhas do dia a dia do poder e um povo afastado da condução de seu destino.

    Planejamento e gestão requerem um povo dono de seu futuro e nós estamos longe disso.

    A reforma política e constitucional seria um primeiro passo para conquistar o futuro que desejamos, mas olha só como está difícil desejar alguma coisa que o congresso não deseje…

    Nosso representantes não nos representam.

    1. Despedida da Eliane Brum

      Olha só como a Eliane Brum se despediu hoje… Como vamos planejar nosso futuro desse jeito…? “Nosso” de todos nós, o dos latifundiários já foi planejado há muito tempo!

      “Na semana de 30 de setembro a 5 de outubro, indígenas de diferentes povos e regiões do país planejam se reunir em Brasília para uma mobilização em defesa da Constituição.

      Escutar ou não o que têm a dizer definirá uma ideia de Brasil.

      Hoje, a bancada ruralista é a mais influente do Congresso Nacional.

      Suprapartidária, representa não a massa de agricultores, mas os grandes latifundiários.

      Se corresponde a uma minoria no conjunto da população, seu poder no Congresso é enorme.

      Um dos principais focos de sua atuação é avançar sobre as terras públicas, fazendo com que se tornem disponíveis para ganhos privados.

      Para isso, mira nas terras públicas destinadas aos povos indígenas, cujo direito originário a essas terras é reconhecido e assegurado pela Constituição de 1988 (leia aqui).

      E trabalha para difundir entre a população três máximas: 1) a de que é necessário disponibilizar mais terras para a agricultura se o Brasil quiser se desenvolver; 2) a de que os índios têm terra demais e são um entrave ao desenvolvimento; 3) a de que só é um bom brasileiro aquele que “produz” – e produz em um modelo determinado, que limita a terra à condição de mercadoria.”

      Não é à toa que a Eliane se despediu da Globo…

      https://jornalggn.com.br/noticia/a-despedida-de-eliane-brum-da-epoca

  11. Nassif, sempre te admirei

    Nassif, sempre te admirei como um dos poucos pensadores deste Brasil….., concordo com tudo, mais temos que renovar todas as AGENCIAS REGULADORAS, TCU, ….., onde tem filhos do desgoverno do FHC??? quanto as FFAA que chamo de forças desarmadas, as cabeçasç que lá, mandam, sao as cabeças   que nao pensam,  ainda estao com o alzheimer, ainda estao  na DITADURA e no GOLPE??? Tem o Congresso Nacional cheio de bandidos, corruptos e burros desbrasileiros, mas cheio mesmo, nenhum processo que nao dê dinheiros para eles é aprovado, parece loja de R$1,99, sem querer ofender as lojas!!! Temos um Poder Judiciario de Bolsa de Valores ou Circo de Juizes Politicos Palhaços todos querendo aparecer na telinha da Globo….pouquissimos JUIZES DE VERDADE.   Veja o exemplo do Programa Mais Medico……, esta parado porque uma porcaria de CRM o impede. cadê  um unico, apenas um unico JUIZ DE CORAGEM, VERDADE para colocar estes pulhas dos diretores dos CRMs no seu devido lugar, interior de uma bacia de banheiro publico!!!…..pois há brasileiros morrendo por falta de medicos??? FALTA CABEÇAS PENSADORAS NOS LUGARES ESTRATEGICOS……, problema cronico, pois a maioria da populaçao do Brasil nao tem educaçao, falta educaçao para um povo melhor e por consequencia um Brasil melhor.

    Marcio Pochmann poderia voltar ao IPEA, junto com o NERY e mais alguns, mas sem ninguem do nivel do Moreira Franco ou qualquer politico de direita ou de ditadura, cabeças progressistas, sem retrocesso……gente nova e boa 

  12. Produzir conhecimento em Políticas Públicas

     

    Nassif

    Acompanho há anos o seu blog e vejo o quanto essa questão sobre estratégia e planejamento é fundamental para o nosso país e o quanto você insite nisso, o que aproveito para parabenizá-lo. Sou professor de Políticas Públicas e tenho uma proposta nesse sentido: não seria interessante montarmos um núcleo de estudos,via GGN, para aprofundarmos mais essa questão e ao mesmo tempo divulgar os trabalhos e reflexões? Me disponho a colaborar nesse sentido.

    Abraço

  13. CAro Nassif.
    a linha q divide

    CAro Nassif.

    a linha q divide a incompetencia da mah feh eh tenue.  como aceitar q um partido fique no governo por oito anos, dezeseis anos e nao conseguem se acercar de condiçoes favoraveis para direcionar o q realmente eh prioridade para o país.  

    aa medida q nao conseguem unir numa mesma sala os cabeças das nossas melhores universidades, institutos – seja por orgulho ou soberba,  impoe um atraso a naçao incomensuravel, parece de proposito.

    acrescente-se a isso uma  carencia profunda de LIDERES….. e temos o quadro formado do BRASIL andando em circulos.

     

     

  14. Nassif, tenho uma

    Nassif, tenho uma discordância conceitual com essa sua visão, que a meu ver é muito abstrata, que coloca em segundo plano a política.

    Essa história de visão estratégica para o país é mais para teorizar sim, pois na prática, nada funciona apenas por ser fruto de cabeças brilhantes e bem-intencionadas. A democracia, que é uma droga embora o menos ruim dos sistemas, atrapalha

    É por isso que o Assis falou na China. Esses planos de longo prazo tem êxito em não-democracias. A União soviética também foi exitosa durante um bom tempo. Não a toa o cara da Fifia disse que excesso de democracia atrapalha a Copa.

    Não acho nem que nos EUA se teve esse tipo de visão. Creio que tudo foi construído com o tempo pelos americanos movidos por um sentimento profundo de pátria. Aí entra aquilo que a gente aprende no colégio. EUA foram uma colônia de ocupação e nós de exploração.

    A estratégia que a esquerda (aí entra a ideologia, não adianta) brasileira adota não é uma só, são várias, desde o trabalhismo do Getúlio ao ‘neo-trabalhismo” do Lula. Mas o objetivo é um só, a superação do estigma de ter sido uma colônia de exploração, até outro dia.

    A fala da Dilma na ONU não deixa de ser uma continuidade nesse projeto de país. Tudo aos trancos e barrancos mesmo. O que não impede de ter cabeças pensando o país. 

    1. Os Estados Unidos tiveram a

      Os Estados Unidos tiveram a maior das visões estratégicas de uma nação nos últimos séculos, e se sintetiza em apenas duas palavras: Destino Manifesto.

  15. Continuidade das Políticas Públicas

    Caro Nassif,

     

    Sua observação nos ajuda a pensar uma questão central para os avanços estruturais que o nosso país necessita. Desejo partilhar um aspecto que está ligado ao fenômeno da descontinuidade.

    As políticas públicas são constituídas a partir de dois efeitos desejados: o resultado concreto da ação e os efeitos políticos decorrentes da ação. Como a ação política dos governos está cada vez mais marcada pela dinâmica eleitoral, existe uma supremacia dos efeitos simbólicos sob os efeitos concretos dessas políticas.Essa não é uma questão de um determinado governo ou esfera governamental. Encontraremos essa lógica presente na esfera federal, estadual e municipal. Na política, reduzida a sua dinâmica eleitoral, o mais importante é a visibilidade e não a sua efetividade (que geralmente precisa de um tempo maior que os mandatos).

    abraços e parabéns!

    Ricardo Spindola Mariz

  16. No Brasil se confunde inteligência com espionagem

     

    Luis Nassif,

    Tenho manifestado com frequência, e aqui no seu blog não tanto contra você, na contramão da maioria dos comentaristas que, em meu entendimento, superdimensionam a importância do planejamento.

    Considero o planejamento importante, mas avalio como o fator mais importante de longo prazo para o desenvolvimento de um país é a adoção da política econômica correta. E o cerne da adoção da política econômica é o estabelecimento de um câmbio que assegure, no caso do Brasil, algo em torno de 25 bilhões de saldo na Balança Comercial. Estabelecer o câmbio não precisa de muito planejamento, mas o manter é sim uma atividade estratégica.

    Outra questão que deve ser levada em conta para avaliar a capacidade de influência do planejamento é o modelo econômico, no caso do Brasil, o capitalismo, e o modelo político, no caso do Brasil, a democracia. Se o Brasil conseguisse adotar o câmbio bom, como fez a China, talvez não o conseguisse manter como fez a China em razão do modelo político que adotamos.

    Falo em se levar em conta o capitalismo porque o considero um sistema econômico um tanto refratário ao planejamento. É claro que a medida que os gastos públicos crescem e eles se aproximam no mundo para representar cerca de 35% do PIB, a economia torna-se mais previsível e é maior a influência do planejamento na economia capitalista. No Brasil, por exemplo, os gastos públicos são planejados na lei orçamentária, nas leis de diretrizes orçamentárias e nos Planos Plurianuais. O capitalismo como sistema flexível que é adapta-se cada vez mais ao planejamento e torna-se cada vez mais menos capitalista.

    Em outros posts aqui no seu blog e em outros em que discuto a importância do planejamento além de considerar a questão do capitalismo, eu menciono também o meu descrédito de que um governante possa trazer pela capacidade própria dele muita diferença na condução de um país. No extremo, um governante absolutamente competente faria uma grande diferença quando comparado com um governante absolutamente incompetente. No entanto, esses extremos não existem. Para se chegar a um cargo de governante em sistemas políticos não hereditários é preciso de um nível mínimo de competência. Pequenas diferenças nesses níveis mínimos de competência não se traduzem em grandes diferenças na condução da máquina pública que move em um ritmo próprio e que pela inércia é de difícil alteração.

    E então a adoção da política econômica correta é que acaba sendo mais relevante. Assim um governante mais competente com a política econômica inadequada traria menos ou menores resultados do que um governante menos competente com a política econômica correta. De todo modo, a política econômica correta não é só o câmbio e mesmo o câmbio é uma ideoligização minha. Há que se considerar a inflação, a taxa de desemprego, a questão ambiental. Enfim a política econômica correta depende da avaliação ideológica de cada um.

    Essa questão eu venho discutindo há um bom tempo e penso ser válido deixar aqui uma sequência de quatro posts em que eu tenha me manifestado mais ou menos dentro do que eu já expus. O primeiro é o post “O Brasil policêntrico” de sexta-feira, 04/11/2011 às 11:31 aqui no seu blog com destaque da matéria de Lilian Milena no Brasileianas.org e intitulada “País não tem plano para superar desequilíbrios” em que se abre espaço ao especialista em desenvolvimento regional e reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, Célio Campolina Diniz, convidado para falar no 16º Fórum de Debates Brasilianas.org. O endereço do post “O Brasil policêntrico” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-brasil-policentrico

    O segundo post é “O estilo Dilma” de quinta-feira, 24/11/2011 às 16:39 e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-estilo-dilma-0

    Na segunda página do post “O estilo Dilma” de quinta-feira, 24/11/2011 às 16:39, há um comentário meu enviado sexta-feira, 25/11/2011 às 08:05 para junto do comentário de Wannabe, enviado quinta-feira, 24/11/2011 às 17:55. Nele eu insisto na tese que apesar da diferença entre os estilos de governar de Lula e da presidenta Dilma Rousseff, não se poderia esperar grandes mudanças, ainda mais que ideologicamente eles pertencem ao mesmo grupo.

    Lembro ainda que há aqui no seu blog outro post com o mesmo título e endereço semelhante, mas para o qual eu não mandei comentário. Trata-se do post “O estilo Dilma” de quinta-feira, 18/08/2011 às 19:44, trazendo um comentário de Joaquim Aragão que fora transformado no post. Não fiz comentário mas gostos dos comentários de Joaquim Aragão ainda que com freqüência eu discorde dele, exatamente pela superdimencionamento que ele dá ao planejamento. No caso de Joaquim Aragão, como engenheiro que ele é, não chega a haver superdimencionamento, mas sim não dar muita importância a dificuldade de se fazer planejamento em democracias e no capitalismo. O post “O estilo Dilma” de quinta-feira, 18/08/2011 às 19:44 e originado de comentário de Joaquim Aragão pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-estilo-dilma

    O terceiro post é “O debate sobre o desenvolvimento regional do Brasil” de terça-feira, 24/04/2012 às 16:14, contendo a matéria “O paradoxo do desenvolvimento regional” de Bruno de Pierro, no Brasilianas.org, da Agência Dinheiro Vivo. O endereço do post “O debate sobre o desenvolvimento regional do Brasil” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-debate-sobre-o-desenvolvimento-regional-do-brasil

    E o quarto e último post é “A lenta adaptação do país aos novos marcos” de sexta-feira, 16/08/2013 às 08:00, trazendo a sua Coluna Econômica daquela data. O endereço do post “A lenta adaptação do país aos novos marcos” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-lenta-adaptacao-do-pais-aos-novos-marcos

    Os comentários ainda não foram migrados, mas lembro que fiz referência ao truísmo do título. No mundo inteiro é assim: a adaptação aos novos marcos é lenta.

    Por fim menciono certa concordância com você em relação a ausência no Brasil de agências para pensar o futuro. Creio que nós acabamos copiando os Estados Unidos de forma errada e não construímos os órgãos próprios para desempenhar o papel de desenhar cenários futuros e construir os mecanismos que permitissem que os cenários se realizassem. Talvez a tradução dos termos “investigation” e “intelligence” que nos Estados Unidos estavam vinculados a órgãos relacionados com investigação ou espionagem nos tenha levado a erros. Uma agência brasileira de inteligê3ncia deveria estar voltado para a prospecção de cenários e seu alcance enquanto as agências de investigação ou de espionagem teriam outro interesse.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 24/09/2013

  17. Discordo de certo tipo de
    Discordo de certo tipo de análise de nosso país, que pretende sempre debitar aos governantes nossas deficiências. O Brasil de hoje é produto de uma história das mais medíocres entre as grandes nações. Para dar um exemplo apenas, como é possível a um governo estabelecer um projeto de longo alcance, neste quadro político em que vivemos ? Onde o congresso acaba com uma CPMF com o único objetivo de prejudicar o presidente ? Este é apenas um exemplo específico, mas que permite que se imagine a dificuldade de se empreender qualquer projeto maior.

  18. Se uma empresa que se preze

    Se uma empresa que se preze deve planejar com uma projeção de um mínimo de cinco anos, é de se prever que governos de um Estado o deva fazer para prazos mais elásticos. Sim, há os planos exigidos por Lei, a exemplo do Plano Plurianual para quatro anos preconizado pela Constituição e do PAC,  elaborados mais para cumprir “tabela” do que efetivamente projetar cenários e sugerir ações, táticas e estratégicas de forma menos imediatista.

    Entretanto, a questão não é só de planejamento. Além de planejar de forma insuficiente os governos nativos também carecem de eficiência na execução. Idem para a função  Contrôle. 

    Como se admitir que obras estruturantes como a Ferrovia Norte-Sul, a Transposição do Rio São Francisco, e outras do mesmo porte se estendam por anos à fio? Já em 1994, quando trabalhava em Orós(CE) , o projeto da transposição era badalado. 

    Sobre Contrôle uma pergunta não quer silenciar: por que tantas inversões públicas são embargadas pelos orgãos fiscalizadores? Será pinimba por parte destes ou insuficiência de exames de Conformidade e Não Conformidades dos orgãos gestores?

    Nesse item estamos a dever aos governos militares com seus PND. 

  19. Talvez fosse uma boa ideia

    Talvez fosse uma boa ideia criar esses centros de pensamento estratégicos ligados às principais universidades brasileiras e um núcleo ligado ao governo (mas não dependente deste, não um ministério, mas uma estrutura autônoma) para coordená-los.

  20. Complementando o primeiro comentário

    Como não há visão estratégica?

    1) O Brasil sem miséria;

    2) O amplo desenvolvimento das regiões norte-nordeste que estão bombando em suas economias;

    3) O FIOL para escoamento das novas “riquezas” do nordeste;

    4) O pré sal;

    5) Aumento em investimentos em educação com várias Escolas Técnicas e novas UFs que foram inauguradas sobretudo no Ne.

    6) Aumento real do salário mínimo;

    7) Transposição do rio São Francisco;

    8) Propostas de reforma política e tributária que empacam no congresso;

    9) Desoneração dos custos da produção;

    10) Os vários projetos com abertura de leilões de concessões de rodovias que integrarão regiões e escoarão com mais rapidez e eficiências a riqueza produzida;

    11) As várias hidrelétricas inauguradas e outras por inaugurar;

    12) Os vários incentivos para a produção de energias alternativas como a eólica, solar, biocombustíveis etc.;

    13) Vários portos sendo inaugurados;

    14) Melhoria dos aeroportos;

    15) O incentivo à abertura de novos centros de pesquisa;

    16) A busca de novos parceiros para o comércio internacional fora do antigo eixo Brasil/EUA;

    17) A queda de juros;

    18) A abertura de crédito para pequenas e médias empresas e aumento para os grandes via os Bancos Públicos;

    19) Desconcentração de polos produtores.

    São vários os exemplos de que não só existem estudos,  projetos sendo implementados, como há visão estratégica.

    A abordagem de que no Brasil falta visão estratégica, que faltam estudos, é equivocada.

    Talvez os problemas sejam outros, como por exemplo, o vício de dezenas de anos de obras sem fiscalização, contratos superfaturados e garantia de lucros altíssimos.

    1. Sinto discordar Assis. Talvez

      Sinto discordar Assis. Talvez porque eu seja mais velho que você e tenha batalhado muito e visto os projetos ruirem. Todas estas coisas só estão acontecendo com continuidade porque o PT está no poder há dez anos. Se perdermos as eleições (bati na madeira três vezes) volta tudo ao que era dantes: o PMDB apóia o vencedor, mexem na constituição, desestruturam a Petrobrás, acabam com o bolsa família, esculhambam as universidades, voltam os juros altos e as reservas desaparecem no caminho da pu.. que pa…Os canalhas estão atrás do toco só aguardando uma bobeira do povo para reassumirem o poder! Nunca mais poderemos nos enganar! Nunca mais poderemos ficar desatentos e julgar que as coisas são irreversíveis! Só com o declínio (lento) da potência imperialista do norte, nossas falsas elites perderão sua força e nossa vendida imprensa perderá poder. Só assim teremos vencido a verdadeira guerra de independência ao norte!

       

    2. Caro Assis, Se me permite,

      Caro Assis, Se me permite, alguns dos “empreendimentos” citados foram e estão sendo tocados muito mais por impulso e vontade de quem estava no poder e contingências devido a compromissos bestas assumidos (COPA E OLIMPÍADAS) do que um planejamento decente. Aliás, se o fossem não veriamos atrasos indecentes e preços triplicados.

      e quanto a visão estratégica, permitir que nossas cidades tenham se transformado nisso que vejo dia  dia, só se for estratégia para ver todos vivendo na merda.

  21. De tudo que foi dito,

    De tudo que foi dito, parece-me que nos falta mais engenheiros e engenheiros em postos estratégicos O que é uma evidência, mas não posta em pratica. Os ministros são por demais politicos, isso também entrava projetos dos bons técnicos que acabam se perdendo em meio ao vai e vem das cabeças politicas.

  22.  
    Falta estratégia ao país?

     

    Falta estratégia ao país? Mas o país não têm cérebro.

         O correto seria:

               FALTA ESTRATÉGIA DA PRESIDENTE.

                 Aí sim.

  23. Pensar é mais que contabilizar

    Falta uma agenda intelectual ao país. “Intelectual” não no sentido da profissão intelectual, mas no sentido do que já se chamou de “pensamento social”. Os últimos a rascunharem isso de uma forma grotescamente caricatural foram os militares da ditadura e seu projeto de Brasil-grande, de modernização excludente e de recusa à cidadania.

    O projeto neoliberal era um antiprojeto por excelência: desmantelar tudo e deixar que as “forças inatas” da competição selvagem se assenhoreassem da regulação social. Se o projeto dos militares era nacional e antipopular, o projeto neoliberal de Collor e FHC era antipopular e antinacional.

    Com isso, o único precedente honroso que nos resta é o dos desenvolvimentistas dos anos 50, que ainda ousavam falar de uma “civilização brasileira”.

    Isso tudo se perdeu porque um pensamento possível sobre a nação fugiu do horizonte dos debates públicos. E creio que isso se deve tão simplesmente ao fato de que há décadas conspira-se sistematicamente pelo desmantelamento do espaço público. Desde as políticas neoliberais de desmonte do público, em favor do imediatamente privado, até as políticas de conversão do público ao critério semi-economicista do consumo, operada pelos governos federais do PT.

    Não, as políticas sociais não são armadas sobre bases conceituais sólidas. Simplesmente porque tais “bases” não são objeto do debate público, e menos ainda dos setotes que produzem conhecimento. Se assim o fosse, coisas como a política indigenista brasileira teriam rumos bem distintos da submissão errática às conveniências da política menor, a política armada entre gabinetes.

    Em um artigo que publiquei há dois meses e meio atrás (http://www.academia.edu/3851077/El_incendio_politico_en_Brasil), eu comparava o ambiente da eclosão das manifestações de junho no Brasil à asfixia da “democracia pactada” dos anos neoliberais na Bolívia, que acabou na queda do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada. O estreitamento do espaço público, como espaço da dialogia política, parece diretamente proporcional à estreiteza das visões estratégicas.

    Considerar os institutos militares como locus de produção de conhecimento só pode ser uma concessão poética do Nassif, porque fui oficial de uma das nossas FFAA, analiso também militares e sei exaustivamente bem que a mediocridade e o esquematismo são a norma no que diz respeito ao debates de idéias nesse ambiente. Não, a ESG não produziu nada além dessa escolástica de apostilas. O tal “pensamento militar” não era mais que uma fantasmagoria decalcada da agenda autoritária da tutela, ladeada por arremedos tecnocráticos que buscavam tão apenas a reiteração, em termos tecnicamente mais eficientes, da velha ordem senhorial.

    Do que o Brasil precisa?… talvez seja isso que devemos começar a discutir. A derrubada de Sánchez de Lozada na Bolívia instituiu politicamente naquele país a “agenda de outubro”, que levou Evo Morales ao poder, à elaboração de uma nova Constituição e a um redesenho quase completo da institucionalidade do país. Infelizmente as forças progressistas no Brasil se omitiram (ainda, pelo menos) da ousadia de propor uma “agenda de junho” (ironicamente, um dos poucos que ousam insinuar isso é exatamente a figura política arquetípica da sonegação do debate público em nome da conciliação paleativa: Lulinha Paz & Amor). O ambiente intelectual no país é em boa medida asfixiante e mistificador, movido por embates corporativos e particularistas, por trás dos quais se encontram grandes forças institucionais, como a Fundação Ford e o Instituto Milenium.

    Sim, falta fôlego, mas as tensões são grandes, e um diagnóstico acurado e ousado delas ainda não foi feito.

    Não basta reclamar salvacionismos tecnocráticos e elencar pontualidades avulsas. É preciso construir uma mirada distanciada que pense grande, articulada e atrevidamente o significado dos contextos.

  24. anglicismo

    autor http://amanhaontemehoje.wordpress.com/

    THINK TANK (locução nominal) (fins do século 20)
    Instituto, organismo ou empresa, formados por consultores ou especialistas (às vezes de várias áreas), que fazem análises, estudos, especialmente da conjuntura política, econômica ou militar, em geral por encomenda

    Autor: Hector Leis

    O conceito de think tank faz referência a uma instituição dedicada a produzir e difundir  conhecimentos e estratégias sobre assuntos vitais – sejam eles políticos, econômicos ou científicos.

    autor Agenor Soares dos Santos

    O termo think tank surgiu nos EUA, durante a Segunda Guerra Mundial, para designar uma sala aonde se reunissem oficiais graduados do exército americano para manter discussões estratégicas de combate, mobilização de tropas ou mesmo sobre a logística de equipamentos e suprimentos durante as operações de combate.

    autor emerson57

    será que a coisa é tão complicada que a língua pátria não dá conta?

     

  25. A política industrial do PT é

    A política industrial do PT é chinfrin, de relevante apenas a indústria naval.

    Claro que houve algumas medidas pontuais:

    – Indústria nacional de bens de capital cresceu 30% em 10 anos.

    – Incentivos a compra de computadores bombou, até quando a maior fabricante do mercado brasileiro (Positivo Informática) continuará sendo uma empresa nacional? (Já que a equipe econômica do governo não dá a mínima para o problema da desnacionalização)

    – O ministério da Saúde vem investindo na produção de medicamentos para reduzir a dependência das importações.

    Mas por outro lado, o governo perde tempo incentivando grandes empresas exportadoras enquanto o país não tem capacidade de produzir trilhos para expandir suas ferrovias.

    1. Ordem dos comentários

      Fiz este comentário no primeiro da seção dos selecionados  e ele entrou lá no fim da página.

      Esta política do blog do Nassif de separar os comentários como se uns fossem de primeira qualidade e o resto o resto não me parece boa.

      Basta ver que os assuntos “selecionados” não prosperaram pois o viés é nitidamente errado, qualquer idiota percebe isto de cara.

  26. A cultura de setores privilegiados

    É só reparar em algumas sumidades acomodadas nos ministérios e no Congresso para entender a falta de estratégia.

    A estratégia, decorrente das políticas de aliança, é determinada por grupos de pressão. O empresariado brasileiro vê os setores diferentes do seu, como concorrentes. Sua única estratégia, é sempre garantir a maior parte possível dos recursos para sua seara.

    São pessoas de visão tão estreita que não percebem as inter-relações existentes entre as diferentes atividades económicas e produtivas. Cada um defende o seu, ninguém se preocupa em defender um modelo que fortaleça o país. Não atinam que isto fortaleceria a todos.

    Daí a aceitação, que não foi pacífica no início, ao bolsa família. Em pouco tempo, perceberam que a melhor distribuição de renda alavancava vários setores, inclusive os seus.  

    Think tank no país, não funciona. Somos o país do achego, da política miúda, do se “eu estou ganhando o meu” é melhor ficar como está. Não há uma cultura de construção de um país forte, com metas claras, consensuais e definidas pelas oportunidades. Temem por seu feudo.  Há a “sua” cultura, que assegura desde sempre a manutenção dos recursos para uns poucos privilegiados. Nisto, sobra estratégia. 

    1. Pior do que está não fica!

      Vinha pensando em escrever o que você muito propriamente colocou no seu post Gilberto, não fazem nada por que não querem mudar nada.

      A meia dúzia de pilantras  que ganham com a atual situação só tem uma preocupação, manter seus odiosos privilégios.

      Mas uma coisa é certo, como dois mais dois são quatro, que pior do que está, com tudo sucateado, sem perspectiva futura, entregando tudo para os estrangeiros por  papel pintado que não vale a tinta que carrega, não fica, pelo menos enquanto o Estado de Direito estiver vingindo dentro de um processo democrático no Brasil. Digo mais, pelo empenho em defender com unhas e dentes  destes oportunistas salafrários que se apoderaram da máquina governamental em benefício próprio e contra o povo e a nação mostram, afirmo sem exitação, que são uns covardes de carteirinha e que no primeiro enfrentamento vão se esconder em qualquer buraco, tremendo que nem vara verde.

      Dilma, acorda!

  27. No FIM falta um programa de

    No fim das contas falta um programa do governo, um plano, ressuscitar e recriar todas as gerações perdidas e silenciadas por décadas da ditadura militar, não dá, necessita criar novos pensamentos e formar estes talentos em jovens gerações. Falta estrutura de diálogos, pensadores e ideias para estruturas do Brasil.

    Carência da base estrutural para as necessidades estruturais!

  28. Muito pelo contrário…

    Concordo com o fato de que há estratégias pinçadas aqui e ali e que não há “think tanks” e outros institutos responsáveis por pensar o país. Na administração pública, não dá para falar em gestão sem falar em política. A instabilidade política provoca uma descontinuidade na gestão. Aí é que está o problema. Faltam decisões políticas, calcadas em bases sólidas. Falta discutir com os movimentos sociais, os sindicatos, grupos de servidores públicos, etc.

    O colega Assis, com muita propriedade, mostrou um rol de ações do Governo Federal que dão estabilidade econômica, política e social ao país. Os programas sociais e econômicos estão estruturados em grandes bases sólidas, mas os projetos estruturantes hoje dependem exclusivamente da iniciativa privada.

    Não houve nenhuma tentativa ou ensaio de nacionalizar algum setor estratégico importante, a exemplo do que foi feito na Argentina. Lá está se resgatando o keynesianismo e aos poucos se afastando do neoliberalismo, mesmo na questão das concessões públicas.

    Enquanto os bancos públicos foram fortalecidos nesse processo de programas sociais e medidas econômicas, não houve o mesmo empenho em outros setores. Não se fala em reestatização do setor ferroviário, do setor de mineração (Vale do Rio Doce) ou no setor de telefonia.

    Cadê o nosso setor de aviação? Tínhamos uma gigante no setor – a Varig – que foi sucateada e hoje está em liquidação judicial. Os empregados da empresa estão vivendo de migalhas, sendo que a União deve R$ 1 bi de benefícios previdenciários atrasados.

    Acho que falta uma discussão nesse sentido. Tolo é quem acha que lá nos Estados Unidos o Estado é “mínimo”: a rede de espionagem, o sistema de segurança pública, os correios, a Boeing, tudo pertence ao Estado. A área de pesquisa e educação tem forte incentivo estatal.

    Cadê as nossas discussões estratégicas? É preciso trabalhar com convergência. O governo Lula primeiro tratou de tirar algumas amarras que o país tinha, como a questão da distribuição de riqueza e renda. Agora com Dilma está se buscando qualificar esse debate.

    Qualificar o debate no serviço público significa dialogar com a sociedade, com os movimentos sociais, sindicatos, etc. O problema de comunicação é uma coisa séria no governo Dilma. Ela não quis mexer nos ministérios: perdeu o “time” político, pois com Bernardo, Hoffmann e Campos, ela não vai a lugar nenhum, gerencialmente falando.

    Mas repito: não dá para discutir projetos estruturantes sem ter um grande pacto político pelo país. Não dá para pedir projetos estruturantes para uma elite entreguista, prestadora constante de serviços aos Estados Unidos, seja fornecendo informações, insumos, dados, entre outras coisas, com o intuito de sabotar o país.

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