Fora de Pauta

O espaço para os temas livres e variados.

Luis Nassif

19 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Três observações sobre a derrota da Argentina

    A primeira diz respeito à psicologia dos povos.

    Todos sabemos como os brasileiros reagem às derrotas: falando, falando, falando, cutucando a ferida até sangrar; liberando sua agressividade contra os responsáveis; e transcendendo (superando) a dor da derrota por meio do humor (vide os tuítes e memes que nem esperaram a vergonha do 7×1 terminar para ganharem a Web).

    Já os argentinos vão no sentido contrário: eles negam o sofrimento – e, muitas vezes, a própria derrota. Quando acessei o “Olé” após a vitória do Brasil na Copa América de 2007 (a Seleção jogou com o time B), estava lá: “É Ouro!”. Depois do susto, a explicação: a manchete tratava dos Jogos Olímpicos de 2008, para não reconhecer a vitória surpreendente do Brasil.

    E o que vimos nos Assuntos Mundiais do Twitter ontem? #ArgentinaCampeonBrasil2014 (além de #HeroesArgentinos). Nos jornais argentinos, acusação de que o título foi “roubado” deles – por causa de um suposto pênalti em Higuain.

    Sentir a dor, jamais. Falar e falar sobre ela, nunca. Analisar à exaustão os motivos da derrota, idem. Transcender pelo humor, nem pensar: apresente-me um tuíte, ou post de Facebook, ou um meme criativo de humor argentino. Nada.

    O caminho é sempre negar a derrota, usurpar a vitória alheia (“eles” foram ou serão os campeões) e focar no lado ou potencial positivo (os “heróis” traídos pelo destino).

    A segunda observação é sobre o gênio Messi. Fez 27 anos durante a Copa. Jogou 15 jogos em três Copas do Mundo, fazendo apenas 5 gols, o primeiro deles na primeira partida e os quatro restantes nas partidas do Grupo da Baba deste torneio (Bósnia, Irã e Nigéria). O colombiano James Rodriguez (o verdadeiro Melhor Jogador da Copa) jogou até agora 5 partidas em Copas (só nesta) e marcou 6 gols.

    Coloquem-se na posição de um torcedor argentino. Ele sabe que “tem” o melhor jogador do mundo, há pelo menos 5 anos, e esse jogador não consegue dar um título internacional à sua Seleção. Quando chega perto, bate na trave. Desde 1993, os argentinos esperam ganhar ao menos uma Copa América, uma Copa das Confederações, uma Copa do Mundo – e nada. Uma geração inteira de torcedores argentinos nunca pôde gritar: “Eu sou campeão!”.

    Agora imaginem. Messi terá talvez mais três oportunidades na carreira: a Copa América de 2015, no Chile (enfrentando Chile, Colômbia, Uruguai, Brasil), a Copa das Confederações em 2017 (somente se a Argentina vencer a Copa América), e a Copa do Mundo de 2018, quando estará com 31 anos.

    Chegará lá? Quem acompanha futebol sabe que Messi já entrou na fase descendente, assim como Ronaldinho Gaúcho em 2006. Além de vir jogando abaixo do normal no Barcelona, foi o jogador que menos correu nessa Copa, às vezes o mais ausente, dependendo de arrancadas eventuais e passes geniais, cada vez mais esporádicos. Nenhum gol nos últimos quatro jogos decisivos.

    O abatimento de Messi após a final disse tudo.

    Comparem com craques brasileiros como Garrincha, Pelé, Romário, Ronaldo, Rivaldo, Bebeto, Ronaldinho Gaúcho… Todos conseguiram conquistar torneios internacionais importantes para a sua Seleção.

    Esse é o drama do torcedor argentino: ver um predomínio tão grande no plano individual e talvez ter de amargar uma carreira inteira do seu maior ídolo do presente sem que ele dê um título sequer à Seleção do país.

    A terceira observação é sobre o título que a Argentina, mais uma vez, deixou escapar. Um time campeão sempre tem um algo-a-mais, difícil de precisar, mas que os torcedores, intuitivamente, reconhecem. Foi esse algo-a-mais que levou duas Seleções B do Brasil a derrotarem Seleções A da Argentina numa Copa América e numa Copa das Confederações.

    A Argentina teve quatro chances reais de gol ontem, com quatro jogadores diferentes. E nada.

    Talvez esse algo-a-menos da Seleção Argentina tenha a ver com a primeira observação: enquanto os argentinos não reconhecerem o pleno peso emocional da derrota, sem negações, distrações e usurpações de títulos alheios, eles provavelmente não conseguirão encontrar o motivo pelo qual deixam escapar das mãos tantas conquistas certas.

    Contam com ótimos jogadores, são taticamente disciplinados e têm bons técnicos. Faltam apenas títulos. E talvez continuem faltando. Até descobrirem como se incute aquele algo-a-mais num time, que o torna um vencedor.

    Quantas décadas mais de exaltação aos “heróis” do fracasso?

    P.S. A única das 31 torcidas que chegou ao Brasil com um cântico de rivalidade e deboche foi a da Argentina, cântico entoado em cada um dos 30 dias e modificado, para ser mais ferino, após a tragédia futebolística dos 7 x 1. Lembram-se da alegria do Maradona? Comparem com o comportamento dos alemães (jogadores e torcedores) após o 7 x 1. Pois bem, ao perderem o título, os jornais argentinos reclamaram do único momento de zoação dos brasileiros.

    Também nisso eles têm de pensar um pouco.

  2. Dilma, eu lhe vi no final da Copa do Mundo, acredita?

    Na comemoração da conquista pela Alemanha, a rede Globo e assemelhadas esconderam a Dilma de todas as maneiras possíveis. E a Folha insiste que a Presidenta foi novamente vaiada. Por quem? Pelos Argentinos que perderam a final? Quantos brasileiros estavam presentes ontem no Maracanã?

    Agora o papo é que a Copa foi extraordinária porque foi feita pelos brasileiros. Mas isto é o óbvio ululante. A Dilma não pregou um prego na estrutura dos estádios. O que ela fez foi planejar tudo. E como já foi dito diversas vezes em diversos  blogs por esse mundo afora, a Seleção Brasileira teria sido campeã se a Dilma tivesse arranjado tempo para treinar os nossos atletas.

    A mulher tem uma capacidade administrativa extraordinária e é uma workaholic, quero dizer, uma trabalhadora compulsiva.

    Dilma, receba o nosso abraço (e aqui eu falo em nome da minha família), o nosso carinho e o nosso reconhecimento pela sua competência e honestidade à frente deste imenso país chamado Brasil.

    A rede Globo lhe escondeu, mas a sua imagem estava presente no Maracanã como a de um anjo diáfano que possibilita a passagem e transmite a luz para quem dela precisa. Conte com o nosso voto na eleição de outubro.

     

  3. Os Benefícios do “Pum”.

    Cientistas do Reino Unido

    Divulgaram informação

    De que o cheiro do pum

    É bom para o coração

    E quem cheira flatulência

    Previne câncer e demência

    Sem pagar nenhum tostão.

     

    Os cientistas descobriram

    Uma série de doença

    Que pode ser prevenida

    Com cheiro de flatulência

    Mas pede moderação

    Ao cheirar a combustão

    Benéfica pela ciência.

     

    Pois em grande quantidade

    Pode até prejudicar

    Os cientistas recomendam

    Cheirar aqui e acolá

    Mesmo sendo um benefício

    Não é pelo orifício

    Que você deve cheirar.

     

    Porém não reclame mais

    Ao entrar em elevador

    E nem tape o seu nariz

    Quando sentir mau odor

    Seja bastante educado

    E caso identificado

    Agradeça quem peidou.

     

    Ao fazer suas caminhadas

    Fique próximo de traseiro

    Pois em caso de descuido

    Você vai cheirar primeiro

    Porém não seja egoísta

    Seja na praça ou na pista

    Avise a seus companheiros.

     

    Mas não saia por ai

    Cheirando pum de ninguém

    Porque pode o governo

    Cobrar imposto também

    Já que toda descoberta

    Entre a procura e a oferta

    Tem taxação para alguém.

     

                Edmar Melo.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  4. O cinema brasileiro goleia em

    O cinema brasileiro goleia em Nova York

    “O futebol não é o único que marca gols no Brasil”, dizia a revista Variety em uma notícia recente sobre o surpreendente aumento das bilheterias durante a Copa. Obviamente, usou esse título antes da desgraça da seleção brasileira. Com a equipe literalmente fora do jogo e a Copa perto de acabar, agora é preciso insistir: o cinema brasileiro continua marcando gols em todo o mundo.

    “A palavra que me vem à cabeça ao pensar no cinema brasileiro de hoje é explosão”, diz Marcela Goglio, diretora criativa do Latinbeat, o festival de cinema latino-americano do Lincoln Center de Nova York que inaugura hoje sua 15ª edição com Casagrande, o primeiro longa-metragem de Felipe Barbosa. “É uma explosão, porque é a produção é vasta e muito variada, englobando desde filmes muito experimentais a outros mais convencionais. E há todo tipo de gêneros: comédias, thrillers, retratos pessoais e muitos documentários; e as produções vêm de todos os cantos do país”.

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=adi-bR1MtDY%5D

    Desde sua fundação, o objetivo do Latinbeat foi “refletir as tendências do cinema latino-americano”, apoiando especialmente os cineastas jovens e emergentes. O festival nasceu ao mesmo tempo em que o cinema da América Latina renascia no final da década de 90. “Quando começamos, só Argentina, Brasil e México acumulavam produções e eram os meninos bonitos dos festivais internacionais”, explica Goglio. Nesse momento, o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) começou, associado com o Festival do Rio de Janeiro, uma mostra anual que tentava selecionar o melhor da imensa produção brasileira reativada especialmente depois do êxito de Central do Brasil e Cidade de Deus. “Essa mostra acabou no ano passado. Quisemos ocupar seu lugar e ecoar essa explosão, e por isso inauguramos com Casa grande e programamos O homem das multidões”.

    Com esses dois filmes, o Latinbeat mostra “as duas pontas do cinema brasileiro atual”. “Casa grande é a obra-prima de um diretor jovem muito promissor, Felipe Barbosa, e uma proposta que não inova na linguagem; é uma história convencional, um retrato sócio-econômico do país sem pretensões, mas, com muita sutileza, termina sendo muito poderoso. O homem das multidões, por outro lado, é uma proposta mais arriscada, quase experimental, de dois diretores [Marcelo Gomes e o artista visual Cao Guimarães] mais consagrados”.

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=AzNEO45U5-4%5D

    Novatos, como Felipe Barbosa ou Fernando Coimbra, diretor de O lobo atrás da porta (melhor filme na seção Horizontes Latinos no último Festival de San Sebastián), e diretores mais consolidados como Marcelo Gomes, Karim Aïnouz (que abrirá o New Fest, festival de cinema gay do Lincoln Center, em 24 de julho, com Praia do futuro) ou Kleber Mendonça são o impulso do novo cinema independente brasileiro que está abrindo um espaço nas bilheterias do país, até agora absolutamente dominada pelas comédias da produtora de TV Globo e o cinema de Hollywood, mas que também está ganhando força no exterior. “De forma concreta, O som ao redor, de Mendonça, foi quem abriu, há dois anos, o caminho tanto em termos de produção como de exibição”, explica Carlos A. Gutiérrez, cofundador de Cinema Tropical, distribuidora de cinema latino-americano nos EUA.

    É possível falar então de um novo, novíssimo, cinema brasileiro? De um novo grupo ou geração de cineastas? “Eu não acho que pertenço a nenhum grupo”, explica Fernando Coimbra. “Mas tenho muitos amigos cineastas que, como eu, começaram fazendo curtas e agora filmaram seus primeiros longas. Não somos um movimento organizado como foi o Cinema Novo nos anos 60, mas pertencemos à mesma geração e temos coisas em comum; como o interesse por flertar com qualquer gênero e tratar não apenas de temas sociais, de pobreza e violência, mas falar também de amor, de relações, da classe média…”.

    Um exemplo seria Casa grande, um veículo para Barbosa contar uma história pessoal, “uma grande plataforma para falar do bom e do mau dos costumes sociais” da classe média-alta, para sua corroteirista Karen Sztajnberg. “Acho que em Casa grande não há heróis ou vilões, só seres humanos. Um pouco como nesta Copa”.

    http://brasil.elpais.com/brasil/2014/07/10/cultura/1405018654_127314.html

  5. Cine Belas Artes já tem data para reabrir

     

    Foto: ViaFanzine

    Um dos mais tradicionais cinemas da cidade será reinaugurado no próximo sábado (19) como Caixa Belas Artes

     

    Depois de três anos fechado, o tradicional cinema da rua da Consolação com a avenida Paulista tem data oficial para ser reaberto: será no próximo sábado (19), em novo formato, programação e administração.

    Agora como Caixa Belas Artes, o cinema retorna após uma intensa luta travada pelos cinéfilos e também pelo Movimento Belas Artes, que articulou a população, empresas e órgãos da prefeitura em prol da volta do espaço. A reabertura foi viabilizada através de um acordo selado entre a Prefeitura de São Paulo, o proprietário do imóvel e a Caixa Econômica Federal.

    André Sturm, diretor executivo do MIS, é quem passa a coordenar o espaço em sua nova fase. Ele garantiu uma programação especial, que deve, inclusive, resgatar clássicos do cinema, como Medos Privados em Lugares Públicos (2006), dirigido pelo cineasta francês Alain Resnais, que ficou mais de três anos em cartaz no Belas Artes.

    O novo cinema volta com um caráter mais plural e participativo. Isso por que, para que o espaço fosse reaberto, a Prefeitura não teve que desembolsar nada em valores em nem o fará em relação à sua administração, que ficará por conta da Caixa. A gestão municipal, no entanto, manifestou interesse em manter um cinema como o Belas Artes em São Paulo e estabeleceu contrapartidas à Caixa em benefício da cidade. Elas consistem em ingressos com valor 20% mais barato que os cinemas da região da Paulista, bombonière com valor 10% mais baixo que as dos cinemas da região, meia-entrada para todos os trabalhadores às segundas-feiras e sala especial de incentivo ao cinema brasileiro.

    No site do novo Caixa Belas Artes, há uma contagem regressiva para que o público possa acompanhar exatamente quantos dias, horas, minutos e segundos faltam para poder voltar a contar com um dos cinemas mais queridos da cidade.

    http://www.spressosp.com.br/2014/07/13/cine-belas-artes-ja-tem-data/

     

  6. (cartinha para a Folha a

    (cartinha para a Folha a propósito da coluna de hoje do V. Mota – “Monoglotas sem espírito”).

     


    Poliglotas sem alma

     

    Vinicius Mota poderia estender seu raciocínio futebolístico para a imprensa brasileira.

    É inimaginável o bem que adviria da exportação de seus melhores talentos para as redações anglófonas – e anglófonas mesmo quando a língua do país onde se situam seja outra como, por exemplo, o espanhol. Tenho certeza que sempre haverá para essa turma uma vaguinha no The Sun ou no New York Post. Já os mais avançadinhos poderiam pleitear o posto de batedores do Brasil do FT, do The Economist, The Whashington Post ou do Wall Street Journal.  Já o Der Spiegel é para poucos, pouquíssimos. E, de qualquer forma, o Willian Waak levaria a vaga de lavada. E os mais chegados ou chegadas numa oportunidade de negócios poderiam globalizar suas franquias de coxinhas e alcançar o verdadeiro patamar que sempre mereceram. Vai que é tua, Vinícius Mota! Pedro Carlos Penido Veloso dos AnjosRua Capote Valente, 154. SP – SP. 
        




     

  7. Robôs noticiosos

    Essa nota certamente fará jornalistas tremer nas bases, caso não consigam se aproveitar disso:

    http://brasil.elpais.com/brasil/2014/07/11/sociedad/1405101512_992473.html

    e também aqui (em inglês):

    http://www.narrativescience.com/

    Em suma, trata-se de programas de computador, que vasculham a Internet à procura de notícias e “escrevem” o que encontram. O jornalista responsável na redação recebe o texto, tenta analisar ou obter mais informações e ajusta o que recebeu conforme necessidade.

    Pessoalmente, eu acho que, desta maneira entrarão nas redações, sob a forma desses programas, os dois futuros Prêmios-Nobel de todas as ciências, o Doutor Control-C e o seu antípoda, o Dr. Control-V.

     

     

  8. EL PAÍS12 Jul 2014MARIO

    EL PAÍS
    12 Jul 2014
    MARIO VARGAS LLOSA
    O mito da seleção Canarinho nos fazia sonhar formosos sonhos.
    Mas no futebol, assim como na política, é mau viver sonhando e é sempre preferível se ater à verdade, por mais dolorosa que seja.

    Fiquei muito envergonhado com a cataclísmica derrota do Brasil frente à Alemanha na semifinal da Copa do Mundo, mas confesso que não me surpreendeu tanto. De um tempo para cá, a famosa seleção Canarinho se parecia cada vez menos com o que havia sido a mítica esquadra brasileira que deslumbrou a minha juventude, e essa impressão se confirmou para mim em suas primeiras apresentações neste campeonato mundial, onde a equipe brasileira ofereceu uma pobre figura, com esforços desesperados para não ser o que foi no passado, mas para jogar um futebol de fria eficiência, à maneira europeia.

    Nada funcionava bem; havia algo forçado, artificial e antinatural nesse esforço, que se traduzia em um rendimento sem graça de toda a equipe, incluído o de sua estrela máxima, Neymar. Todos os jogadores pareciam sob rédeas. O velho estilo – o de um Pelé, Sócrates, Garrincha, Tostão, Zico – seduzia porque estimulava o brilho e a criatividade de cada um, e disso resultava que a equipe brasileira, além de fazer gols, brindava um espetáculo soberbo, no qual o futebol transcendia a si mesmo e se transformava em arte: coreografia, dança, circo, balé.

    Os críticos esportivos despejaram impropérios contra Luiz Felipe Scolari, o treinador brasileiro, a quem responsabilizaram pela humilhante derrota, por ter imposto à seleção brasileira uma metodologia de jogo de conjunto que traía sua rica tradição e a privava do brilhantismo e iniciativa que antes eram inseparáveis de sua eficácia, transformando seus jogadores em meras peças de uma estratégia, quase em autômatos.

    Não houve nenhum milagre nos anos de Lula, e sim uma miragem que agora começa a se dissipar

    Contudo, eu acredito que a culpa de Scolari não é somente sua, mas, talvez, uma manifestação no âmbito esportivo de um fenômeno que, já há algum tempo, representa todo o Brasil: viver uma ficção que é brutalmente desmentida por uma realidade profunda.

    Tudo nasce com o governo de Luis Inácio ‘Lula’ da Silva (2003-2010), que, segundo o mito universalmente aceito, deu o impulso decisivo para o desenvolvimento econômico do Brasil, despertando assim esse gigante adormecido e posicionando-o na direção das grandes potências. As formidáveis estatísticas que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística difundia eram aceitas por toda a parte: de 49 milhões os pobres passaram a ser somente 16 milhões nesse período, e a classe média aumentou de 66 para 113 milhões. Não é de se estranhar que, com essas credenciais, Dilma Rousseff, companheira e discípula de Lula, ganhasse as eleições com tanta facilidade. Agora que quer se reeleger e a verdade sobre a condição da economia brasileira parece assumir o lugar do mito, muitos a responsabilizam pelo declínio veloz e pedem uma volta ao lulismo, o governo que semeou, com suas políticas mercantilistas e corruptas, as sementes da catástrofe.

    A verdade é que não houve nenhum milagre naqueles anos, e sim uma miragem que só agora começa a se esvair, como ocorreu com o futebol brasileiro. Uma política populista como a que Lula praticou durante seus governos pôde produzir a ilusão de um progresso social e econômico que nada mais era do que um fugaz fogo de artifício. O endividamento que financiava os custosos programas sociais era, com frequência, uma cortina de fumaça para tráficos delituosos que levaram muitos ministros e altos funcionários daqueles anos (e dos atuais) à prisão e ao banco dos réus.

    As alianças mercantilistas entre Governo e empresas privadas enriqueceram um bom número de funcionários públicos e empresários, mas criaram um sistema tão endiabradamente burocrático que incentivava a corrupção e foi desestimulando o investimento. Por outro lado, o Estado embarcou muitas vezes em operações faraônicas e irresponsáveis, das quais os gastos empreendidos tendo como propósito a Copa do Mundo de futebol são um formidável exemplo.

    O governo brasileiro disse que não havia dinheiro público nos 13 bilhões que investiria na Copa do Mundo. Era mentira. O BNDES (Banco Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social) financiou quase todas as empresas que receberam os contratos para obras de infraestrutura e, todas elas, subsidiavam o Partido dos Trabalhadores, atualmente no poder. (Calcula-se que para cada dólar doado tenham obtido entre 15 e 30 em contratos).

    As obras da Copa foram um caso flagrante de delírio e irresponsabilidade

    As obras em si constituíam um caso flagrante de delírio messiânico e fantástica irresponsabilidade. Dos 12 estádios preparados, só oito seriam necessários, segundo alertou a própria FIFA, e o planejamento foi tão tosco que a metade das reformas da infraestrutura urbana e de transportes teve de ser cancelada ou só será concluída depois do campeonato. Não é de se estranhar que o protesto popular diante de semelhante esbanjamento, motivado por razões publicitárias e eleitoreiras, levasse milhares e milhares de brasileiros às ruas e mexesse com todo o Brasil.

    As cifras que os órgãos internacionais, como o Banco Mundial, dão na atualidade sobre o futuro imediato do país são bastante alarmantes. Para este ano, calcula-se que a economia crescerá apenas 1,5%, uma queda de meio ponto em relação aos dois últimos anos, nos quais somente roçou os 2%. As perspectivas de investimento privado são muito escassas, pela desconfiança que surgiu ante o que se acreditava ser um modelo original e resultou ser nada mais do que uma perigosa aliança de populismo com mercantilismo, e pela teia burocrática e intervencionista que asfixia a atividade empresarial e propaga as práticas mafiosas.

    Apesar de um horizonte tão preocupante, o Estado continua crescendo de maneira imoderada – já gasta 40% do produto bruto – e multiplica os impostos ao mesmo tempo que as “correções” do mercado, o que fez com que se espalhasse a insegurança entre empresários e investidores. Apesar disso, segundo as pesquisas, Dilma Rousseff ganhará as próximas eleições de outubro, e continuará governando inspirada nas realizações e logros de Lula.

    Se assim é, não só o povo brasileiro estará lavrando a própria ruína, e mais cedo do que tarde descobrirá que o mito sobre o qual está fundado o modelo brasileiro é uma ficção tão pouco séria como a da equipe de futebol que a Alemanha aniquilou. E descobrirá também que é muito mais difícil reconstruir um país do que destruí-lo. E que, em todos esses anos, primeiro com Lula e depois com Dilma, viveu uma mentira que seus filhos e seus netos irão pagar, quando tiverem de começar a reedificar a partir das raízes uma sociedade que aquelas políticas afundaram ainda mais no subdesenvolvimento. É verdade que o Brasil tinha sido um gigante que começava a despertar nos anos em que governou Fernando Henrique Cardoso, que pôs suas finanças em ordem, deu firmeza à sua moeda e estabeleceu as bases de uma verdadeira democracia e uma genuína economia de mercado. Mas seus sucessores, em lugar de perseverar e aprofundar aquelas reformas, as foram desnaturalizando e fazendo o país retornar às velhas práticas daninhas.

    Não só os brasileiros foram vítimas da miragem fabricada por Lula da Silva, também o restante dos latino-americanos. Por que a política externa do Brasil em todos esses anos tem sido de cumplicidade e apoio descarado à política venezuelana do comandante Chávez e de Nicolás Maduro, e de uma vergonhosa “neutralidade” perante Cuba, negando toda forma de apoio nos organismos internacionais aos corajosos dissidentes que em ambos os países lutam por recuperar a democracia e a liberdade. Ao mesmo tempo, os governos populistas de Evo Morales na Bolívia, do comandante Ortega na Nicarágua e de Correa no Equador – as mais imperfeitas formas de governos representativos em toda a América Latina – tiveram no Brasil seu mais ativo protetor.

    Por isso, quanto mais cedo cair a máscara desse suposto gigante no qual Lula transformou o Brasil, melhor para os brasileiros. O mito da seleção Canarinho nos fazia sonhar belos sonhos. Mas no futebol, como na política, é ruim viver sonhando, e sempre é preferível – embora seja doloroso – ater-se à verdade.

  9. Você sabia que é possível ver

    Você sabia que é possível ver o Telescópio Espacial Hubble (HST) passando por sobre nossas cabeças, de vez em quando, no começo das noites, logo após o pôr-do-Sol ou antes do nascer do Sol? Ou outros satélites, inclusive a Estação Espacial Internacional (ISS) e restos de foguetes lançadores de satélites, a olho nu, sem ter um telescópio? Eles parecem estrelas que cruzam rapidamente o céu e é possível identificar cada objeto que você eventualmente conseguir enxergar.

     

    Hoje indico observação de satélites para o estado de São Paulo, Piauí e Ceará (no fim do artigo).

    Há também o Titã em RO, o CZ-3C R/B no Amapá (muito brilhante mas vai ficar um minutinho só no céu), o Hubble e o CZ-3C R/B em Roraima. Entretanto haverá visualizações mais ou menos importantes em todos os lugares.

     

    Para a observação é importante que não exista nuvens no céu.

     

    É preciso portanto saber se em determinado dia satélites brilhantes passarão por sobre sua cidade ou seu estado e se não haverá nuvens no céu.

     

    Para prever o que ocorrerá em termos de nuvens no céu da sua cidade olhe no endereço http://previsaonumerica.cptec.inpe.br/~rpnum/meteogramas/meteo_regionais.shtml#MG. Aí se tem a previsão para as cidades de Minas, mas é só trocar o estado e o município ou um município próximo lá em cima para se ter uma ideia se haverá nuvens ou não. No último gráfico lá em baixo se estiver tudo limpinho em determinado dia não haverá nuvens, se estiver azul, verde ou laranja haverá nuvens baixas, médias ou altas.

     

    Para saber em qualquer lugar do mundo em que horário os satélites estarão passando por sobre a sua cabeça e quais estarão visíveis basta acessar o site http://www.heavens-above.com. No site do lado direito acima em “location”: você deve selecionar a localização da sua cidade no mapa; nomeie esta localização no pé da pagina com o nome da sua cidade (onde está escrito “Name”) e clique em “Update”. Neste momento você será dirigido a uma página que mostra um globinho com a posição atual da ISS. Nesta página vá em “Satellites” e clique em “Daily predictions for brighter satellites”. Você vai parar em uma página cujo endereço é algo como o que se segue:

     

    Para Jau – SP.

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-22.3068&lng=-48.5733&loc=Jau&alt=598&tz=EBST

     

    Copie e guarde esse endereço que você conseguiu na barra de endereços do seu navegador, pois nunca mais irá precisar fazer os passos anteriores. É só copiar e colar esse endereço no navegador que irá direto para a página dos satélites e restos mais visíveis sobre a sua cidade nos dias vindouros.

     

    Estando nessa página, você verá uma lista dos satélites mais visíveis. Quanto à magnitude, quanto menor o número, mais brilhante é o objeto naquele dia. Magnitude de 3,0 são como de estrelinhas pequenininhas: são visíveis mas difíceis de localizar. Melhores são de magnitudes com números menores do que 2,0 sendo que 1,5 ou menos dão visualizações muito bonitas. A ISS e o Hubble, quando bem posicionados, dão as maiores magnitudes entre os objetos artificiais, chegando até a números negativos como -0,5 por exemplo, neste caso muito brilhante. A magnitude de um astro como Vênus (a estrela d’alva) é de cerca de -5. Seguindo os passos adiante você verá o satélite passando pelo céu lentamente. Levam de cinco a dez minutos para cruzar todo o céu. Vá mudando o dia e clicando em “Update” para saber nos dias seguintes quando haverá um de uma maior magnitude e que combine com um dia de céu límpido. No começo da aparição, nos primeiros minutos quando o objeto está emergindo do horizonte a magnitude dele é menor, assim como quando ele está quase se pondo. As maiores magnitudes se dão quando ele vai alto no céu. Portanto é bom conhecer algumas constelações e saber que em determinado minuto o objeto estará passando perto dela, para ficar mais fácil de localizá-lo.

     

    Clicando no nome do satélite abre-se um mapinha celeste (como os que indicarei para o dia de hoje a seguir) que mostra onde o satélite iniciará seu caminho e onde terminará. Aí você vai ter que aprender a orientar um mapa celeste. Anote num papelzinho o horário de nascimento, o horário em que ele passará no alto da sua cabeça (chamado zênite), perto de uma constelação conhecida ou imprima o trajeto, pegue um relógio bem certinho (acerte com o observatório nacional na internet, ou no próprio site heavens-above, no canto superior direito da página) e vá observar. Saiba de antemão onde são precisamente na sua localidade os pontos cardeais (Norte (N), Sul (S), Leste (E) e Oeste (W) e também, especialmente por causa deste mapa, os intermediários Nordeste (NE), Noroeste (NW), Sudoeste (SW), e Sudeste (SE)). Perceba que um mapa celeste é feito, como este, para ser segurado por sobre sua cabeça olhando para cima; por esse motivo os pontos cardeais parecem invertidos.

     

    Pode ser frustrante tentar observar um objeto de pouca magnitude; então para começar até pegar o jeito é bom observar os que tem grande magnitude (próximos de 1,5 ; 1 ; 0,5 ; 0 ; -0,5 lembrando que os menores números são os de maior magnitude).

     

    Aqui vão uns endereços de algumas localidades já prontinhas, mas fica mais precisa a observação se você procurar a sua própria cidade, especialmente para estados grandes com o Amazonas, o Pará, a Bahia, Minas, etc.

     

    Para Jau – SP (serve para quase todo o Estado de São Paulo – aproximadamente).

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-22.3068&lng=-48.5733&loc=Jau&alt=598&tz=EBST

     

    Para Curvelo – MG (serve para quase todo o Estado de Minas Gerais – aproximadamente).

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-18.7424&lng=-44.437&loc=Curvelo&alt=642&tz=EBST

     

    Para Pitanga – Paraná (serve para quase todo o Estado do Paraná – aproximadamente).

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-24.7642&lng=-51.7539&loc=Pitanga+-+PR&alt=938&tz=EBST

     

    Para Manaus e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-3.1925&lng=-60.0156&loc=Manaus+AM&alt=19&tz=UCT4

     

    Para Rio Branco AC e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-9.9985&lng=-67.8159&loc=Rio+Branco+AC&alt=134&tz=UCT4

     

    Para Porto Velho – RO e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-8.7628&lng=-63.8828&loc=Porto+Velho+RO&alt=87&tz=UCT4

     

    Para Boas Vista – RR e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=2.8252&lng=-60.6638&loc=Boa+Vista+RR&alt=83&tz=UCT4

     

    Para Macapá – AP e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=0.0358&lng=-51.0617&loc=Macap%C3%A1+AP&alt=14&tz=UCT3

     

    Para Belém – PA e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-1.4472&lng=-48.4799&loc=Belem+PA&alt=20&tz=UCT3

     

    Para Palmas – TO e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-10.2365&lng=-48.3261&loc=Palmas+TO&alt=275&tz=UCT3

     

    Para Anápolis – GO e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-16.3122&lng=-48.9413&loc=Anapolis+GO&alt=1012&tz=EBST

     

    Para Campo Grande – MS e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-20.4399&lng=-54.6322&loc=Campo+Grande+MS&alt=585&tz=WBST

     

    Para Cuiabá – MT e arredores

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-15.6045&lng=-56.0934&loc=Cuiaba+MT&alt=186&tz=WBST

     

    Para Santa Catarina

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-27.0713&lng=-50.4794&loc=Santa+Catarina&alt=991&tz=EBST

     

    Para Rio Grande do Sul

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-29.6045&lng=-53.204&loc=Rio+Grande+do+Sul&alt=236&tz=EBST

     

    Para Espírito Santo

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-19.3863&lng=-40.4818&loc=Espirito+Santo&alt=294&tz=EBST

     

    Para Rio de Janeiro

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-22.3424&lng=-42.8219&loc=Rio+de+Janeiro&alt=1131&tz=EBST

     

    Para Bahia

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-11.9453&lng=-41.3168&loc=Bahia&alt=968&tz=UCT3

     

    Para Sergipe, Alagoas e Pernambuco

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-9.4626&lng=-37.1859&loc=Sergipe+Alagoas+Pernambuco&alt=200&tz=UCT3

     

    Para Paraíba e Rio Grande do Norte

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-6.5473&lng=-36.7684&loc=Para%C3%ADba+Rio+Grande+do+Norte&alt=224&tz=UCT3

     

    Para Ceará

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-5.1702&lng=-39.7128&loc=Ceara&alt=279&tz=UCT3

     

    Para Piauí

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-6.94&lng=-42.0419&loc=Piaui&alt=251&tz=UCT3

     

    Para Maranhão

    http://www.heavens-above.com/AllSats.aspx?lat=-4.7324&lng=-44.9862&loc=Maranh%C3%A3o&alt=212&tz=UCT3

     

    INDICAÇÕES DE HOJE

     

    Estado de São Paulo 14 julho início 18:49 ápice 18.52. Nesse horário passa perto do Cruzeiro do Sul e do Centauro o foguete CZ-2C (China).

     

    Piaui 14 julho início 18:01, ápice 18:06 passa perto de Virgem o foguete Titã (EUA).

     

    Ceará 14 julho início 18:10 ápice 18:15 passe perto de Leão o Telescópio Hubble (EUA).

     

  10. Telefonia, um tormento em nossas vidas

    Como a Oi consegue “comer” teus créditos com pegadinhas, armadilhas e nenhuma informação?

    Quando se compra um chip da Oi, parte significativa da população entende que a promoção dá o direito ao assinante de “FALAR COM OI MOVEL E FIXO DE TODO O BRASIL POR R$0,10”. A Oi não explica detalhadamente nos anúncios que a promoção tem limite de minutos por ligação, por dia e por mês. É uma miscelânea de tarifas e situações para confundir o assinante e tomar-lhe os créditos.   

    Pior, quando os minutos da promoção são consumidos numa única ligação ela não se encerra nem o assinante é avisado. Ao contrário, a ligação continua, mas agora com tarifas abusivamente elevadas (fora da promoção) que consomem os créditos em pouco tempo.

    A situação é tão esdrúxula que nem as atendentes da Oi conseguem explicar. Aliás, elas sequer têm uma explicação, simplesmente não sabem informar como se dá essa tarifação e tentam encerrar ou repassar para outras áreas e quando não conseguem derrubam a ligação.

    A conclusão a que se chega e a de que o assinante está sempre caindo em pegadinhas e armadilhas. A Oi não tem a menor preocupação em informar o assinante sobre seus serviços, ofertas e promoções.

    Recentemente a ANATEL anunciou novas regras para a telefonia, mas as operadoras já encontraram mecanismos para burlá-las.

    Os créditos que deveriam valer no mínimo por 30 dias deram lugar às tarifações diferenciadas, inclusive numa mesma ligação, de modo a ludibriar o assinante menos atento ou desinformado.

    Confundir o assinante para tirar-lhe os créditos ou apropriar-se de seu patrimônio passou a ser prática quase criminosa da Oi.

    Gostaria de saber de outros comentaristas e frequentadores desse blog se há exagero, incompreensão ou ignorância de minha parte nessa avaliação. Não consigo engolir essas situações.

  11. Para simples

    Para simples registro.

     

    Recebi há pouco uma ligação da Oi.

    Exatamente dentro do prazo de cinco dias úteis estipulado pela ANATEL, quando do registro da minha reclamação via internet.

    E, realmente, uma substancial parte dos problemas que motivaram as minhas contestações foi resolvida de forma favorável a mim.

    Minha linha foi desbloqueada.

    A conta de maio, por exemplo, ganhou uma segunda via corretora em que o valor inicilmente cobrado, que era de 173,08 reais, passou a ser civilmente de 115, 31 reais.

    Sim, eu não devia 15 pratas por dependente que não inscrevi.

    Sim, eu não devia aquelas 10 pratas pelos torpedos já que o plano previa torpedos ilimitados.

    Yes, enão devia sei lá quanto pela internet que já estava incluida no plano.

    Oui, aquelas outras frações todas eu realmente não devia.

    Etc,etc, etecétera….

    Devo agradecer ao Blog e a seus leitores pela boa dica.

    E declarar que, ao menos desta vez em particular, a Anatel não foi Embranatel.

  12.  
     
    Murió escritora Nadine

     

     

    Murió escritora Nadine Gordimer, ganadora del Nobel de Literatura

     

    La escritora fue una de las voces literarias más poderosas contra el apartheid. (Foto: Archivo)

     

    Nadine Gordimer, escritora sudafricana, fue una de las voces literarias más poderosas contra el apartheid. Falleció el domingo, a los 90 años de edad, en su casa acompañada de sus hijos.

     

    La escritora sudafricana Nadine Gordimer, ganadora del Premio Nobel de Literatura en 1991 y una de las voces literarias más poderosas contra el apartheid, falleció el domingo a sus 90 años de edad, informó su familia.

    Gordimer murió sin sufrir en su casa en Johannesburgo el domingo por la tarde acompañada de sus hijos, Hugo y Oriane, según un comunicado de la familia.

    La escritora tuvo más de una veintena de obras, entre las que destacan libros como La historia de mi hijo, El conservador o Mundo de extraños, en los que trata los conflictos interétnicos y el apartheid, algunos de los temas más presentes en su literatura.

    Además del Premio Nobel, recibió un gran número depremios y distinciones, entre ellos, un total de 15 doctorados honoris causa por universidades como Yale, Harvard, Columbia, Cambridge, Leuven en Bélgica, Ciudad del Cabo y Witwatersrand.

    teleSUR-Reuters-EP-ABC/fch-BM  http://www.telesurtv.net/articulos/2014/07/14/murio-escritora-nadine-gordimer-ganadora-del-nobel-de-literatura-9202.html 

  13. UM escritor

    prezado escritor:

    tenho outra opinião: a argentina mostrou superioridade sobre a alemanha enquanto durou o fôlego.

    fato ocorrido: a alemanha pesseou sobre aquela piada de seleção de coxinhas da mídia venal brasileira, e massacrou-os merecidamente em 45′ NA TERÇA.

    a argentina pegou a holanda, a maior pedreira, e precisou de 120′ para derrotá-la NA QUARTA.

    a holanda, estrupiada pelo jogo contra a argentina, detonou a ‘seleção dos coxinhas do brasil’ NO SÁBADO.

    a seleção alemã venceu a seleção argentina no 2º tempo da prorrogação NO DOMINGO.

    sinceramente: seria absurdo cogitar que se a argentina pegasse aquele monturo de coxinhas na terça, enquanto a alemanha encarasse a pedreira holandesa na quarta o campeão seria outro?

    ironia do destino: no final, quem decidiu a copa foi a baba da ‘seleção dos coxinhas do brasil’.

  14. A MÍDIA PROSTITUÍDA

     

    Nassif,

     

    Segue um texto interessante.

     

      

    domingo, 13 de julho de 2014

    A volta de George Orwell e a Guerra do “Grande Irmão”

     Sobre Israel, Ucrânia e Verdade 11/7/2014, [*] John Pilger – Blog de John Pilger“The return of George Orwell and Big Brother’s war on Palestine, Ukraine and the truth”Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

    É. Você tem a comprovação empírica do fracasso neoliberal. Mas são eles que persistem e dão as cartas no xadrez global. Vivemos um colapso do neoliberalismo, mas sob o tacão dos neoliberais: a pasmaceira política [e futebolística, é claro!] no Brasil, é reflexo desse paradoxo. [11/6/2014, redecastorphoto, Maria da Conceição Tavares: “Resistir para avançar. O resto é arrocho”]    A imprensa-empresa em ação!Outra noite, assisti a 1984, de George Orwell, apresentada num teatro em Londres. O grito de alerta de Orwell, embora em montagem divulgada como “adaptação contemporânea”, apareceu-me como peça de época: remota, nada ameaçadora, quase tranquilizadora. Foi como se Edward Snowden nada tivesse revelado; como se o “Grande Irmão” [orig. Big Brother; é personagem de 1984 que “vê tudo”] não fosse hoje um sistema gigante de vigilância digital; foi como se o próprio Orwell nunca tivesse dito que “Para ser corrompido pelo totalitarismo, não é preciso viver em país totalitário”.   Aclamada pela crítica, a nova produção serve para avaliar nossos tempos culturais e políticos. Quando as luzes foram acesas, as pessoas já estavam de pé, andando para a saída. Não davam qualquer sinal de emoção, já pensando na noitada que continuaria. “Desentendi total”, disse uma moça, ligando o celular.   Com as sociedades avançadas sendo despolitizadas, as mudanças são ao mesmo tempo sutis e espetaculares. No discurso diário, a linguagem política está de pés para cima, como Orwell profetizou em 1984. “Democracia” já não passa de recurso retórico. “Paz” é “guerra perpétua”. “Global” é “imperial”. O conceito de “reforma”, do qual antes tanto se esperava, significa hoje regressão, até mesmo destruição. “Austeridade” significa impor aos pobres o capitalismo mais extremo, e doar o socialismo só aos ricos: sistema super engenhoso, segundo o qual a maioria paga as dívidas da elite.    Nas artes, hostilidade contra quem diga a verdade é artigo de fé para a burguesia. “A fase vermelha de Picasso” – diz uma manchete de Observer – e “por que política não dá boa arte”. Imaginem! E, isso, num jornal que promoveu o banho de sangue no Iraque como se fosse cruzada liberal. A oposição de uma vida inteira, de Picasso, contra o fascismo, virou nota de rodapé; como o radicalismo de Orwell, completamente apagado do sucesso que se associou ao seu nome.   Terry EagletonHá uns poucos anos, Terry Eagleton, então professor de Literatura Inglesa na Manchester University, observou que “pela primeira vez em duzentos anos, não há nenhum poeta, dramaturgo ou romancista britânico capacitado para fazer chacoalhar os pilares do modo de vida ocidental”. Nenhum Shelley que fale pelos pobres, nenhum Blake que dê voz aos sonhos utópicos, nenhum Byron a detonar a corrupção da classe governante, nenhum Thomas Carlyle e John Ruskin para expor o desastre moral do capitalismo. William Morris, Oscar Wilde, HG Wells, George Bernard Shaw não têm equivalentes contemporâneos. Harold Pinter foi o último a levantar a voz. No coro insistente de consumo−feminismo, nenhuma voz responde à voz de Virginia Woolf, que denunciou “as artes de dominar outras pessoas, de mandar, de matar, de acumular terra e capital”.   No National Theatre, uma nova peça, Great Britain, satiriza o escândalo da escuta clandestina de telefones que levou a julgamento e condenou jornalistas, inclusive um ex-editor do News of the World de Rupert Murdoch. Divulgada como “sátira com caninos afiados, [que] põe toda essa incestuosa cultura [midiática] no banco dos réus e a expõe sem piedade ao ridículo”, a peça toma como alvos os “oficialmente engraçados” [orig. “blessedly funny” (??)] personagens da imprensa britânica de tabloides. Tudo muito bom, tudo muito bem, e mais do mesmo, e só. Mas… e que fim levou a mídia não tabloide que se autoproclama respeitabilíssima e confiabilíssima, embora seja só braço auxiliar ou de governos ou de anunciantes, e que se dedica incansavelmente a promover guerra ilegal?   O inquérito Leveson sobre escutas telefônicas ilegais tocou apenas a superfície desses indizíveis. Mas Tony Blair depunha, reclamando ao juiz que presidia a investigação, que tabloides haviam perseguido a mulher dele, quando foi interrompido por uma voz vinda das galerias. David Lawley-Wakelin, cineasta, exigiu que Blair fosse preso ali mesmo e processado por crimes de guerra. Fez-se um longo silêncio na sala: o choque da simples verdade. Até que Lord Leveson ergueu-se de um salto, ordenou que a voz da verdade fosse expulsa do tribunal e pediu desculpas ao criminoso de guerra. Lawley-Wakelin foi processado. Blair continua em liberdade.   David Lawley-Wakelin sendo presoOs cúmplices de Blair que continuam no poder são ainda mais respeitáveis que os escutadores clandestinos de telefones. Quando a apresentadora da BBC, Kirsty Wark, entrevistou Blair, no 10º aniversário de sua invasão contra o Iraque, ela deu a Blair um momento com o qual nem Blair jamais sonhara; deu-lhe oportunidade para sofrer ao vivo, em cena, lastimando-se do quanto fora “difícil” a decisão sobre o Iraque. Poderia tê-lo acusado da prática daquele crime histórico, mas só o ajudou a “explicar-se”. Faz lembrar a procissão de jornalistas da BBC que, em 2003, declararam que Blair podia sentir-se “vingado”; e da série subsequente, dita “seminal”, The Blair Years [Os Anos Blair], da qua lDavid Aaronovitch foi roteirista, apresentador e entrevistador. Quadro assalariado de Murdoch, que fez campanha a favor dos ataques contra Iraque, Líbia e Síria, Aaronovitch fez de Blair praticamente um herói da paz universal.   Desde a invasão do Iraque – caso exemplar de agressão internacional não provocada, crime que, para Robert Jackson, promotor de justiça no Tribunal de Nuremberg, define-se como o maior e mais grave de todos os crimes de guerra − “porque contém em si o mal de todos os demais crimes de guerra” – Blair e seu porta-voz e principal cúmplice, Alastair Campbell, ganharam vastos espaços nas páginas do The Guardian para reabilitar as respectivas reputações. Descrito como “estrela” do Labour Party, Campbell procurou ganhar a simpatia dos leitores mostrando-se deprimido; falou das próprias preocupações pessoais, mas não falou de já ter sido contratado, com Blair, para trabalharem como conselheiros dos militares neoditadores egípcios.   Bush & Blair – criminosos de guerraCom o Iraque sendo devastado, consequência da invasão inventada por Blair/Bush, manchete do The Guardian declara: “Derrubar Saddam foi ação acertada. Mas saímos de lá cedo demais”. Lá estava, publicado na página, da edição de 13/6/2014, em que se lia coluna assinada por John McTernan, ex-funcionário do governo Blair, que também serviu ao ditador Iyad Allawi que a CIA instalou no Iraque. Clama por repetir a invasão a um país que seu patrão ajudou a destruir; e nem uma palavra sobre os pelo menos 700 mil mortos, além dos 4 milhões de refugiados e dos tumultos sectários, numa nação que, antes de Blair-Bush-McTernan et allii, orgulhava-se da tolerância que reinava em suas comunidades.    “Blair é corrupção e guerra encarnadas” – escreveu o colunista Seumas Milne em inspirada coluna no The Guardian. É o que o comércio da notícia chama de “equilíbrio”. Dia seguinte, o jornal publicou anúncio de página inteira de um bombardeiro Stealth norte-americano. Sob a imagem ameaçadora do bombardeiro, as palavras “The F-35. GREAT For Britain” [O F-35. ÓTIMO para a Grã-Bretanha]. Essa outra encarnação [alada] “da corrupção e da guerra” custará aos contribuintes britânicos £1,3 bilhão, os modelos “F” anteriores massacraram gente em todo o mundo em desenvolvimento.   Numa vila no Afeganistão, habitada pelos mais pobres dos pobres, filmei Orifa, ajoelhada ao lado dos túmulos do marido, Gul Ahmed, tecelão de tapetes, de sete membros de sua família, inclusive seis filhos seus, e duas crianças mortas na casa ao lado. Uma bomba de “precisão” de 500 pounds (libra-peso) caiu diretamente sobre a pequena casa, de paredes de pedra, barro e palha, abrindo uma cratera de quase dois metros de largura. A empresa Lockheed Martin, que fabrica o avião, vangloria-se da precisão dos tiros, no anúncio que o The Guardian publicou.    Orifa e os 2 filhos que lhe restaramA ex-secretária de Estado e aspirante a presidente dos EUA, Hillary Clinton, estava recentemente no programa “Hora das Mulheres” [Women’s Hour] da BBC, quintessência da respeitabilidade “midiática”. A apresentadora, Jenni Murray, apresentou Clinton como farol máximo da mulher realizada. Não cuidou de lembrar às suas ouvintes a profanação, a monstruosidade, que a Clinton enunciou ao mundo: que o Afeganistão foi invadido para “libertar” mulheres como Orifa. A jornalista nada perguntou à Clinton sobre a campanha pró-terrorismo comandada pelo governo dela, que usa drones para matar à distância mulheres, homens e crianças, indiscriminadamente. Nem uma palavra sobre a ameaça de que Clinton, que está em campanha eleitoral para a presidência dos EUA, pode tentar ser também “a primeira mulher” a tentar “eliminar” Iraque e Irã, e justamente ela, e mulher, que defende a vigilância ilegal em massa e prisão para os vazadores!  Mas a jornalista Murray, da BBC, perguntou, sim, a pergunta−farsa, a pergunta−espetáculo: se a Clinton perdoara Monica Lewinsky… por ter tido um caso com o marido Clinton dela. “Perdão é escolha” – respondeu la Clinton. – “Para mim, foi absolutamente a escolha certa”. Fez lembrar os anos 1990s, e os anos consumidos no “escândalo Lewinsky” [que a imprensa−empresa JAMAIS chamou de “escândalo Clinton(s)” (NTs)].   
    Naquele momento, o presidente Bill Clinton estava invadindo o Haiti, bombardeando os Bálcãs, a África e o Iraque. Estava também matando e destruindo vidas de crianças no Iraque. A UNICEF noticiou a morte de meio milhão de crianças iraquianas com menos de cinco anos de idade, como resultado do embargo imposto pelos EUA e Grã-Bretanha.   As crianças não contam, para essa imprensa−empresa, assim como tampouco contam as vítimas de Hillary Clinton nas invasões que ela apoiou e promoveu: Afeganistão, Iraque, Iêmen, Somália, só até aqui. Todos são subpovo, ou não−povo, para esse jornalismo. Então, a jornalista Murray não falou delas e deles. Quem queira ver, encontra foto da jornalista e da entrevistada, luminosamente sorridentes, na webpage da BBC.   Na política, como no jornalismo e nas artes, parece que o “outro lado”, que antigamente ainda era tolerado pela imprensa−empresa dominante, passou agora a ser tratado como pequeno grupo de extremistas pirados sem importância: uma espécie de underground metafórico.   Quando comecei a trabalhar na Rua Fleet britânica, nos anos 1960s, ainda se aceitavam críticas ao poder ocidental, apresentado como agente de saque e roubo. Leiam as reportagens justamente celebradas de James Cameron, sobre a explosão da bomba de hidrogênio no atol de Bikini; sobre a guerra bárbara dos EUA contra a Coreia; contra o bombardeio dos EUA contra o Vietnã do Norte.   New York Times – 17/11/1962 A grande ilusão contemporânea é que viveríamos numa “era da informação”, quando, na verdade, vivemos numa “era do jornalismo−empresa”, quando já não há fato nem notícia nem informação, mas, só, incessante, propaganda & marketing de empresas e negócios: e o “jornalismo” é só, só, propaganda & marketing insidioso, contagioso, efetivo e liberal.   Em seu ensaio de 1859 “Sobre a Liberdade”, de que tanto falam os liberais modernos, John Stuart Mill escreveu:   O despotismo é modo legítimo de governar se se tem de enfrentar bárbaros, desde que a meta seja fazê-los melhorar, e os meios resultam justificados se essa meta é alcançada.    Hywel Williams“Bárbaros” eram vastas porções da humanidade dos quais se exigia “obediência implícita”.   É mito simpático e conveniente, que os liberais seriam pacificadores e os conservadores seriam fazedores de guerras – escreveu em 2001 o historiador Hywel Williams − mas o imperialismo da via liberal pode ser ainda mais perigoso, porque sua natureza não conhece limites: os imperialistas liberais vivem convencidos de que o imperialismo liberal seria uma forma superior de vida.    Williams tinha em mente, então, um discurso de Blair, no qual o então primeiro-ministro prometeu “reorganizar o mundo à nossa volta” e segundo os seus [de Blair] “valores morais”.    
    Richard FalksRichard Falk, autoridade respeitada em lei internacional e Relator Especial da ONU para a Palestina, falou, certa vez de uma cena   (…) de autoelogio eterno, de mão única, só com imagens positivas de valores ocidentais e de cenas de inocência ameaçada, para validar uma campanha a favor de violência política irrestrita. E [cena] que é tão amplamente aceita, que resulta virtualmente incriticável e inatacável.   Patrocínio, empregos e anúncios recompensam os jornais, jornalistas e “jornalismos”. Na Rádio 4 da BBC, Razia Iqbal entrevistou Toni Morrison, a novelista afro-norte-americana e Prêmio Nobel. Morrison mostrou-se surpresa: por que as pessoas “zangam-se” com Barack Obama, presidente “tão ótimo”, e que queria construir uma “economia forte e assistência médica” [orig. “who was “cool” and wished to build a “strong economy and health care”]. Morrison estava orgulhosíssima por ter falado ao telefone com seu herói, que lera um dos livros dela e convidou-a para a posse.   Frantz FanonNem a novelista premiada nem a jornalista mencionaram as sete guerras de Obama, incluída sua campanha terrorista dos drones, que assassinam famílias inteiras, os que venham socorrer as vítimas e também quem se ajoelhe para chorar os mortos. A única ‘notícia’ era que um negro letrado e excelente orador alcançara os píncaros do poder.   Em Os Condenados da Terra, Frantz Fanon escreveu que a “missão histórica” do colonizado foi servir como “correia de transmissão” a serviço dos que governavam e oprimiam. Na era moderna, usar a diferença étnica nos sistemas de poder de propaganda ocidentais passou a ser visto como essencial. Obama leva isso às alturas, embora o gabinete de George W. Bush – uma vasta claque pró-guerra – tenha sido o mais multirracial de toda a história presidencial dos EUA.   Quando a cidade iraquiana de Mosul foi tomada pelos jihadistas do ISIL, Obama disse:   O povo norte-americano fez investimentos e sacrifícios gigantescos para dar aos iraquianos a oportunidade de abraçar melhor destino.    Que mentira “tão ótima”, não é mesmo?!   Barack Obama
    (por Ben Garrison)E o que haveria de “excelente orador” no Obama que discursou na Academia Militar de West Point naquele 28 de maio/2014? No seu discurso sobre “o estado do mundo”, na cerimônia de formatura daqueles que “assumirão a liderança nos EUA” em todo o planeta… Obama disse:   Os EUA usarão força militar unilateralmente se necessário, quando nossos interesses centrais o exigirem. A opinião internacional conta, mas os EUA jamais pedirão permissão…    Obama, aí, repudiou a lei internacional e os direitos das nações independentes. O presidente dos EUA declarou a própria divindade, baseado na força da “nação indispensável”. Essa é uma mensagem velha conhecida da impunidade imperial. Evocando o nascimento do fascismo nos anos 1930s, Obama disse que:   Creio no excepcionalismo dos EUA com cada fibra do meu ser.    Norman PollackComo escreveu o historiador Norman Pollack:   Marchadores do passo−de−ganso, com substituição pela aparentemente mais inócua militarização total da cultura. E em lugar do líder bombástico, temos o reformador fracassado, despreocupadamente em ação, planejando e executando assassinatos, e sem parar de sorrir.    Em fevereiro, os EUA montaram mais um dos seus golpes “coloridos” contra governo eleito na Ucrânia, explorando protestos genuínos contra corrupção em Kiev. A conselheira de Obama para assuntos de Segurança Nacional, Victoria Nuland, escolheu pessoalmente o líder de um “governo de transição”. Trata-o com intimidade, pelo apelido “Yats”. O vice-presidente Joe Biden foi a Kiev, e para lá foi também o diretor da CIA, John Brennan. A tropa de choque do golpe de que todos esses participaram eram fascistas ucranianos.   Pela primeira vez desde 1945, um partido neonazista, declaradamente antissemita, controla áreas chaves do poder do estado numa capital europeia. NENHUM líder político na Europa Ocidental condenou esse renascimento do fascismo, exatamente na fronteira pela qual as tropas nazistas de Hitler invadiram, para roubar milhões de vidas de russos. Os nazistas foram apoiados por um exército de insurgentes ucranianos [UPA] responsável pelo massacre de judeus e de russos (que chamam de “vermes”). Esse UPA é a fonte de inspiração do atual Partido Svoboda e de seu aliado, o Setor Direita (Pravy Sektor). O líder do Svoboda, Oleh Tyahnybok, exige expurgo de toda a “máfia judaico−moscovita e o resto do lixo”, que inclui gays, feministas e a esquerda política.   Bases Militares dos EUA (além mar) 
    (clique na imagem para aumentar)Desde o colapso da União Soviética, os EUA cercaram a Rússia com um “colar” de bases militares, aviões e mísseis nucleares, como parte de seu Projeto Ampliação da OTAN [orig. NATO Enlargement Project]. Traindo o compromisso assumido com o presidente soviético Mikhail Gorbachev em 1990, de que a OTAN não seria expandida “nem uma polegada na direção leste”, a OTAN, de fato, ocupou militarmente toda a Europa Oriental. No ex-Cáucaso Soviético, a expansão da OTAN é o maior acúmulo de força bélica numa só região, desde a IIª Guerra Mundial.   O prêmio que Washington dará ao governo golpista de Kiev é um plano de ação pró inclusão na OTAN. Em agosto, uma “Operação Tridente Rápido” [orig. Operation Rapid Trident] porá soldados dos EUA e Grã-Bretanha na fronteira entre Ucrânia e Rússia; e uma “Operação Brisa Marinha” [orig. Operation Sea Breeze] enviará navios de guerra dos EUA para pontos dos quais sejam acessíveis portos russos. Imaginem só a resposta, se tais atos de provocação e de intimidação acontecessem contra fronteiras dos EUA!   Nikita KrustchevAo aceitarem a reintegração da Crimeia à Federação Russa – que Nikita Krustchev destacou ilegalmente da Rússia em 1954 – os russos defenderam-se, exatamente como fizeram sempre por quase um século. Mais de 90% da população da Crimeia votou a favor de o território ser reintegrado à Rússia. Na Crimeia está ancora da Frota da Rússia no Mar Negro, e manter a Crimeia era questão de vida ou morte para a Marinha Russa; ganhar a Crimeia seria como maná caído do céu para a OTAN. Para grande confusão dos partidos da guerra em Washington e Kiev, Vladimir Putin retirou tropas da fronteira da Ucrânia e conclamou russos étnicos no leste da Ucrânia a abandonar o separatismo.   Em tradução orwelliana, tudo isso foi invertido e transformado em “ameaça russa” no ocidente. Hillary Clinton disse que Putin seria igual a Hitler. Sem ironia: comentaristas de direita alemães disseram exatamente a mesma coisa. Na imprensa−empresa, os neonazistas ucranianos foram desinfetados e apresentados como “nacionalistas” ou “ultranacionalistas”. O que mais temem é que Putin está procurando, muito habilmente, construir solução diplomática, e pode ser bem sucedido.   Dia 27/6/2014, respondendo à mais recente acomodação oferecida por Putin – encaminhou ao Parlamento a rescisão da lei que lhe dava poder para intervir a favor dos russos étnicos – o secretário de Estado dos EUA John Kerry lançou mais um dos seus “ultimatos”! A Rússia teria de “agir imediatamente, dentro de poucas horas literalmente”… para por fim à revolta no leste da Ucrânia.   John Kerry, o BufãoÉ fato que Kerry é mundialmente famoso como bufão. O objetivo importante dos tais “ultimatos” é impor à Rússia o status de pária; com isso, a imprensa−empresa passa automaticamente a suprimir todas as notícias da violência da guerra que o regime de Kiev está fazendo contra o próprio povo.   Um terço da população da Ucrânia é falante de russo e bilíngue. Há muito tempo buscam uma federação democrática que reflita a diversidade étnica da Ucrânia e seja autônoma e independente da Rússia. A maioria não é nem “separatista” nem “rebeldes”, mas cidadãos que querem viver em sua própria terra e em segurança. O separatismo é reação aos ataques da Junta de Kiev contra eles, que já causaram onda de mais de 110 mil pessoas (estimativa feita pela ONU), que fogem para o outro lado da fronteira com a Rússia. Tipicamente, são mulheres e crianças traumatizadas.   Como as crianças iraquianas vítimas de sanções e do embargo, e as mulheres e meninas afegãs “libertadas” ao mesmo tempo em que aterrorizadas pelos senhores−da−guerra da CIA, esses grupos étnicos ucranianos são “não−povo” para a imprensa−empresa ocidental; os seus padecimentos, as atrocidades que se cometem contra eles são minimizadas ou suprimidas do noticiário; é como se não acontecessem. A imprensa−empresa ocidental absolutamente não informa sobre a escala do ataque, pelo regime em Kiev, contra a população. Não que jamais antes tenha acontecido.   Phillip KnightleyRelendo a obra-prima de Phillip Knightley, The First Casualty: the war correspondent as hero, propagandist and mythmaker  [A primeira baixa: correspondente de guerra como herói, propagandista e inventador de mitos], renovei minha admiração por Morgan Philips Price, do [jornal] Manchester Guardian, único repórter ocidental a permanecer na Rússia durante a revolução de 1917 e a reportar a verdade de uma desastrosa invasão pelos aliados ocidentais. Valente e de ideias progressistas, Philips Price foi a única voz a perturbar o que Knightley chama de “escuro silêncio” anti−Rússia em todo o ocidente.   Dia 21 de maio/2014, em Odessa, 41 russos étnicos foram queimados vivos na sede do sindicato; a polícia apenas assistiu ao crime. Há vídeos horrendos, que são prova. O líder do Setor Direita (Pravy Sektor), Dmytro Yarosh, saudou o massacre como “mais um dia luminoso em nossa história nacional”. A imprensa−empresa norte-americana e britânica noticiou o crime como “trágico incidente” resultante de “confrontos” entre “nacionalistas” (são os neonazistas) e “separatistas” (gente que recolhia assinaturas para um abaixo assinado a favor de um referendo que decida sobre a federalização da Ucrânia).   O New York Times apagou do mundo todo o evento, depois de noticiar informes de propaganda a favor de políticas fascistas e antissemitas dos novos clientes−aliados de Washington. O Wall Street Journal condenou as vítimas, como únicos culpados – “Fogo mortal na Ucrânia provocado pelos rebeldes, informa Kiev”. Obama congratulou-se com a Junta neonazista pela “moderação”.   Dia 28 de junho/2014, o The Guardian devotou quase uma página inteira a declarações feitas pelo “presidente” do regime de Kiev, o oligarca Petro Poroshenko. Mais uma vez, prevaleceu a regra orwelliana da inversão da verdade. Não houve golpe; não houve [nem continua a haver] guerra contra minorias na Ucrânia; a culpa de tudo seria, toda, dos russos. “Queremos modernizar meu país” – disse Poroshenko. – “Queremos introduzir liberdade, democracia e valores europeus. Há quem não queira isso. Há quem não nos ame por isso”.   Petro Poroshenko – Londres, 27/6/2014Pelo que se lê no jornal, o jornalista do The Guardian, Luke Harding, não contestou esses “ditos”. Não falou dos massacres de Odessa. Nada disse sobre os ataques por terra e ar contra bairros residenciais. Nada perguntou sobre sequestro e matança de jornalistas. Não perguntou sobre o ataque a bomba contra um jornal da oposição. Nem uma pergunta, nem quando Poroshenko falou de “livrar a Ucrânia da sujeira e dos parasitas”. O inimigo são “rebeldes”, “militantes”, “insurgentes”, “terroristas” e fantoches do Kremlin.   É como ouvir, do fundo da história, a voz dos fantasmas do Vietnã, do Chile, do Timor Leste, do sul da África, do Iraque: são as mesmas tags.   Leni RiefenstahlA Palestina é como um ímã para esse movimento “midiático” de enganação universal que nunca muda. Dia 11 de julho/2014, na sequência do mais recente ataque israelense com armamento norte-americano contra os habitantes de Gaza – no qual morreram 80, incluindo seis crianças de uma mesma família – o The Guardian publicou declarações de um general israelense. A manchete dizia: “Indispensável manifestação de força”.   Nos anos 1970s, entrevistei Leni Riefenstahl e perguntei-lhe sobre os filmes que fez de glorificação dos nazistas. Com técnicas revolucionárias de câmera e iluminação, ela produziu uma forma de cinema, documental, que hipnotizou os alemães. Há quem diga que seu Triumph of the Will [Triunfo da Vontade] foi o que teria inventado o “fascínio” que Hitler exerceu sobre as massas. Perguntei-lhe sobre propaganda em sociedades que se imaginem superiores. Ela respondeu que as “mensagens” em seus filmes nunca dependeram de “ordem superior”; que havia um “vácuo submissivo” na população alemã. “E esse vácuo submissivo incluía a burguesia liberal letrada?” – perguntei. “Incluía todos” – disse ela, – “também a inteligência, é claro”.    
    [*] John Pilger − nasceu em Bondi na área metropolitana de Sydney, Austrália, 9 de outubro 1939. A carreira de Pilger como repórter começou em 1958; ao longo dos anos tornou-se famoso pelos artigos, livros e documentários que escreveu e/ou produziu. Apesar das tentativas de setores conservadores de desvalorizar Pilger, o seu jornalismo investigativo já mereceu vários galardões, tais como a atribuição, por duas vezes, do prêmio de Britain’s Journalist of the Year Award na área dos dos Direitos Humanos. No Reino Unido é mais conhecido pelos seus documentários, particularmente os que foram rodados no Camboja e no Timor−Leste. Trabalhou ainda como correspondente de guerra em vários conflitos, como na Guerra do Vietnam, no Camboja, no Egito, na Índia, em Bangladesh e em Biafra. Atualmente reside em Londres.Postado por Castor Filhohttp://redecastorphoto.blogspot.com.br/

     

  15. Nota do Reitor da UERJ sobre

    Nota do Reitor da UERJ sobre o encarceramento da professora de Filosofia Camila Jourdan, presa no sábado (12 de julho) em ação coordenada de todas as esferas de governo, Judiciário e Polícia Civil. Ação que mantém além da professora da UERJ, alunos da mesma instituição entre outras pessoas presas por exercerem seus direitos constitucionais.

    http://www.uerj.br/lendo_noticia.php?id=794

    Posicionamento da Reitoria frente ao aprisionamento preventivo de membro da comunidade universitária

    Em tempos democráticos o uso do aprisionamento preventivo deve ser usado com muita parcimônia e cuidado. Nos últimos dias foi aprisionada de maneira preventiva a Profª. Camila Jourdan, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e coordenadora do Programa de Pós-graduação em Filosofia.
     
    Desconheço o quão grave foi o motivo que determinou a solicitação policial e a sentença judicial para o aprisionamento preventivo daquela professora e também de alunos, mas não posso deixar de manifestar publicamente o fato de que a Profa. Camila é parte de nossa comunidade com atividade estável e nunca sofreu qualquer processo administrativo disciplinar.
     
    Não considero que o melhor caminho para a resolução de conflitos seja a prisão. E mesmo que essas pessoas tenham descumprido a lei – e que caso isto seja verdade tenham o mais amplo direito de defesa –, o aprisionamento preventivo para quem tem atividade regular, endereço fixo e atividades que se relacionam com seu posicionamento ideológico, não é a melhor atitude para a democracia.
     
    Determinei que a Procuradoria da UERJ acompanhe de perto todo esse processo, de modo a garantir a integridade física e os direitos de cada uma dessas pessoas que foram aprisionadas preventivamente, e espero, em tempos democráticos, que o estatuto do aprisionamento preventivo seja muito pouco, mas muito pouco mesmo, utilizado.
     
    Prof. Ricardo Vieiralves
    Reitor da UERJ

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador