HIV entre cinquentões mais que dobra na Grã-Bretanha em sete anos

 

O número de infectados pelo vírus HIV com mais de 50 anos de idade mais que dobrou na Grã-Bretanha em sete anos.

Especialistas afirmam que o levantamento, divulgado em uma conferência sobre Aids em Viena, na Áustria, sublinha a necessidade de se praticar sexo seguro, independentemente da idade.

Outros estudos mostraram que as infecções por HIV têm crescido mais entre o grupo de adultos mais velhos que entre os jovens.

“Estimamos que quase metade dos adultos mais velhos diagnosticados com HIV entre 2000 e 2007 estejam na faixa acima de 50 anos”, disse a coordenadora da pesquisa, Ruth Smith, da agência britânica de proteção à saúde, HPA.

“Isto reforça a importância dos testes de HIV independentemente da idade. Devemos reforçar continuamente a mensagem do sexo seguro: usar a camisinha com todos os novos parceiros ou parceiros casuais é a maneira mais segura de prevenir a infecção por doenças sexualmente transmissíveis graves como o HIV.”

Diagnósticos

Em 2000, os casos de HIV entre pessoas com mais de 50 anos chegaram a 299 na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte. Sete anos depois, foram 710.

Em 2008, das quase 7,4 mil novas infecções por HIV registradas no país, 8% correspondiam a indivíduos com mais de 50 anos.

Lisa Power, porta-voz da organização Terrence Higgins Trust, que faz campanhas de prevenção da Aids, diz que este crescimento se dá em parte por causa da maior expectativa de vida dos portadores do HIV, graças aos avanços no tratamento.

Se o fenômeno é uma boa notícia, disse ela, por outro lado também indica uma necessidade maior de cuidados com este grupo etário.

“Os portadores de HIV de idade mais avançada estão vivendo sob altos níveis de incertezas sobre seu futuro em termos de saúde e assistência social, e requerem substancialmente mais cuidados que outros grupos.”

Quando mais cedo a infecção por HIV for diagnosticada, mais opções de tratamento estarão disponíveis para o portador. Por isso, os especialistas se mostraram preocupados com o fato de que, entre os cinquentões, metade dos diagnósticos da presença do vírus ocorra tardiamente.

“O HIV é particularmente sério quando diagnosticado tardiamente”, disse a diretora de pesquisas da HPA, Valerie Delpech.

“O fato de percebermos um aumento no número de adultos mais velhos diagnosticados, e em especial diagnosticados tardiamente, ressalta a necessidade de elevar a conscientização neste grupo etário.”

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No Brasil – Departamento de DST e Aids – Ministério da Saúde

 Pessoas acima de 50 anos de idade

– Primeiro caso notificado em 1982.
– Apesar de a maioria dos casos de aids estarem na faixa etária de 25 a 49 anos, percebe-se, ao longo da série histórica, aumento proporcional de casos de aids em indivíduos com 50 ou mais anos de idade (de 7% em 1996 para 13% em 2006).
– Número de casos crescentes desde o início da epidemia. Casos acumulados de 1982 até junho de 2008: 47.437 (9,4% do total de casos), sendo 15.966 (34%) entre mulheres e 31.469 (66%) entre homens.
– 62% dos casos foram diagnosticados entre 2001 e junho de 2008.  
–  Entre 1996 e 2006, a taxa de incidência nessa população dobrou entre 1996 e 2006. Passou de 7,5 casos por 100 mil hab. para 15,7. O aumento foi verificado em todas as regiões (veja tabela).

Taxas de incidência de aids (por 100 mil hab.) segundo região de residência e ano de diagnóstico em pessoas com 50 anos e mais. Brasil, 1996 e 2006

 

1996

2006*

Brasil

7,5

15,7

Sul

7,1

22,9

Norte

3,0

13,0

Centro-Oeste

6,8

14,1

Sudeste

10,9

18,3

Nordeste

2,8

7,6

Fonte: MS/SVS/PN-DST/AIDS
* dados preliminares

– Entre os homens, a taxa de incidência passou de 11,7, em 1996 para 20,6 em 2006. Entre as mulheres de 3,7 para 11,4 no mesmo período.

Taxa de incidência (por 100.000 mil hab.) de casos de aids em indivíduos com 50 anos ou mais. Brasil, 1996 e 2006

– A razão de sexo dos casos de aids em indivíduos de 50 ou mais anos segue a tendência nacional de decréscimo. Em 1986, a razão era aproximadamente de 19 casos de aids em homens para cada caso em mulher. Em 2006, chegamos a 1,6 casos de aids em homens para cada caso em mulheres. 
– Em homens com 50 anos ou mais, de 1990 a junho 2008, percebe-se aumento da transmissão heterossexual com estabilização no final do período.
– Na subcategoria homo/bissexual, nota-se diminuição da proporção de casos, também seguida de estabilização ao final do período.
– Em mulheres, há predomínio de casos por transmissão heterossexual em todo o período. 

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