Humberto Mauro, o pai do cinema brasileiro

Por Tamára Baranov – Rio Claro/SP

Com cerca de 260 filmes, o cineasta mineiro Humberto Mauro, que partiu no dia 05 de novembro 1983, é considerado o pai do cinema brasileiro e autor do mais significativo ciclo regional do cinema brasileiro. Apesar de não ter feito carreira internacional, devido às limitações da época, foi homenageado no Festival de Cannes como um dos cineastas mais importantes do século XX. Mauro foi inspiração principal da geração do Cinema Novo. Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha eram seus admiradores declarados. Quase que completamente cego na década de 1970, mesmo sem dirigir, colaborou com outros cineastas, para Nelson escreveu os diálogos em tupi-guarani de ‘Como era gostoso o meu francês’.

Antes do cinema, Humberto Mauro dedicou-se à música, tocando violino e bandolim. Ingressou no curso de engenharia que abandonou, e trabalhou na instalação de energia elétrica nas fazendas. Em 1925, Mauro e Pedro Comello, que também compartilhava a paixão pelo cinema, compraram uma câmara cinematográfica, fundaram a ‘Phebo Sul América’ e realizaram ‘Na Primavera da Vida’ e em seguida ‘Thesouro Perdido’, premiado como o melhor filme brasileiro de 1927. Com o sucesso do filme, Mauro pôde ampliar sua produtora, rebatizada de ‘Phebo Brasil’. Deixando a aventura de lado faz o longa-metragem ‘Sangue Mineiro’, um filme intimista e considerado sua obra-prima. Convidado, em 1936, pelo professor Edgar Roquette-Pinto, Mauro se juntou ao Instituto Nacional do Cinema Educativo, onde por décadas realizou documentários sobre temas variados. No INCE, Mauro dirigiu apenas três longas metragens: ‘Descobrimento do Brasil’ (1937), com música de Villa-Lobos, ‘Argila’ (1940) e ‘Canto da Saudade’ (1952), onde também trabalha como ator, num papel secundário.

VÍDEOS:

Estética e Cultura de Humberto Mauro
‘Sangue Mineiro’ de 1929, longa-metragem considerado a sua obra-prima
‘O descobrimento do Brasil’ de 1936
Da série Brasilianas: Canto de Trabalho 1 e 2 

‘Brasilianas’ é uma série de curta-metragens de canções folclóricas e populares feitos à maneira do diretor, com muita simplicidade, sem cortes excessivos e com filmagens poéticas e líricas das melodias. São belos documentários dirigidos de 1945 a 1964, sobretudo para aqueles que não conheceram o Brasil rural e profundo de antigamente.

http://www.youtube.com/watch?v=kw-qMZJEtUg
http://www.youtube.com/watch?v=XMGz2mCMosM
http://www.youtube.com/watch?v=hKI4miH0lkI
http://www.youtube.com/watch?v=KY5ww1e_ZuU
http://www.youtube.com/watch?v=A_UlvN4Qyhk

Redação

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