Imposto sobre grandes fortunas, a “lavagem de dinheiro” via imposto.

Enganam-se os que acham que o imposto sobre grandes fortunas é um ardil da esquerda para taxar os mais ricos (eficientes e trabalhadores) ebeneficiar os pobres (incompetentes e preguiçosos), este imposto é talvez a mais inteligente criação dos atuais donos do mundo para dar uma percepção que algo está se fazendo para que tudo fique exatamente onde está.

O imposto sobre as grandes fortunas é uma verdadeira burla as classes trabalhadoras mundiais. No momento que se taxa alguma coisa está se dando a esta um caráter de atividade lícita e dentro da estrutura correta que deve funcionar a sociedade.

Grandes fortunas são produtos de uma dupla acumulação injustiça de capital, uma primeira, a que em poucos casos poderiam ser justificadas eticamente e moralmente, e uma segunda que não há nenhuma justificativa.

Como se constitui uma grande fortuna? Este talvez seja o ponto que deveria ser analisado com mais cuidado antes de se criar este imposto. Pensando num estágio anterior da formação de uma fortuna deveríamos saber qual a gênese da mesma. Vamos exemplificar para entendermos melhor.

Alguém com grande capacidade intelectual ou mesmo grande capacidade de trabalho, poderá a partir destas capacidades, tendo um ambiente propício para que elas sejam capitalizadas. Ou seja, boas escolas, uma boa família e um momento certo na história, propor algo novo e diferente em termos de produto ou de serviço que lhe permite amealhar um bom patrimônio a partir da sua capacidade e oportunidades do mercado, oportunidades que são geradas ou por uma necessidade “escondida” que será satisfeita por esta inovação.

Se estivéssemos num mercado ideal, o famoso mercado que sonham os liberais e que não existe e não existiu em momento nenhum no mundo, esta pessoa geraria um produto ou serviço que rapidamente seria copiado por outros, reproduzido com mais ou menos verossimilhança que impediria o nosso ser criativo de ficar extremamente rico. Ou seja, sujeito as leis de mercado, qualquer ganho excepcional de recursos seria rapidamente subtraído pela concorrência. Seguindo a cartilha liberal vemos a inviabilidade de através do mérito e conhecimento próprio gerar as fortunas.

Porém neste momento entram em ação as práticas de monopólio e oligopólio e outras variáveis que tentam impedir o crescimento de outras fortunas aproveitando o nicho criado pelo “empreendedor notável”. Estas práticas são claramente ilegais, pois impedem a liberdade de outros “empreendedores notáveis”, porém através de leis e normas especiais que serviram como garantia do primeiro, segue o “empreendedor notável” a aumentar a sua riqueza, esta riqueza sempre tendo como por base fazer outros produzirem a um custo X e ser vendido a um custo Y que é maior do que o custo inicial, retirando do trabalhador que executa o seu serviço o que se chama a mais-valia.

Entretanto, para se chegar ao status de proprietário de uma grande fortuna é necessário bem mais do que isto, é necessária todo um arcabouço jurídico que permita ao “empreendedor notável” a retirada de capital de mais pessoas do que seus próprios empregados. No mundo corporativo atual, os processos de compra de capitais, e toda a engenharia econômica necessária para adquirindo algo com por um determinado valor consiga através de ardis econômicos transformar isto num valor algumas vezes superior ao valor de aquisição, são sombrios, escondidos e nada éticos.

Excetuando alguns casos notáveis de criações de grandes fortunas nos países mais desenvolvidos do mundo, e inexistente no Brasil, a criação de uma grande fortuna tem origens duvidosas que não resistiriam uma “auditoria histórica” da formação de uma grande fortuna. Na origem desta sempre se verá um ou vários atos nada dentro do que pessoas brilhantes, honestas e trabalhadoras, poderiam ter vislumbrado, mas tiveram restrições morais de fazê-los.

Entretanto para estas grandes fortunas, pagar um valor insignificante para lavar o seu passado é extremamente conveniente. É uma espécie de lavagem de dinheiro sujo, mas desta vez promovida pelo Estado.

Em resumo, percebendo-se que as origens das grandes fortunas são produto de ações antiéticas, amorais ou simplesmente criminosas, colocar um imposto que beatifique esta acumulação monstra de capital, é simplesmente dar cobertura aos atos que lhe deram origem, e por isto que capitalistas no mundo inteiro mais desenvolvido que sabem que cedo ou mais tarde um dia haverá esta “auditoria histórica” de suas riquezas, logo entregam os anéis para não entregar os dedos.

Redação

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