Lista de Livros: Edda poética, Baladas divinas (I) – Autoria Desconhecida

Lista de Livros: Edda poética, Baladas divinas (I) – Autoria Desconhecida

Editora: livro distribuído

Tradução e notas: Marcio Alessandro Moreira

Opinião: regular

Páginas: 169

A Völuspá (“A Profecia da Vidente”) / O Hávamál (“As Palavras do Altíssimo”) / O Vafþrúðnismál (“Os Dizeres de Vafþrúðnir”) / O Grímnismál (“Os Dizeres de Grímnir”) / O Skírnismál (“Os Dizeres de Skírnir”) / O Hárbarðsljóð (“A Canção de Hárbarðr”) / O Hymiskviða (“A Canção de Hymir”) / O Lokasenna (“A Discórdia de Loki”) / O Þrymskviða (“A Canção de Þrymr”) / O Völundarkviða (“A Canção de Völundr”) / O Alvíssmál (“As Palavras de Alvíss”) / O Þórsdrápa (“Louvor a Þórr”) / O Hrafnagalðr Óðins (“O Canto do Corvo de Óðinn”) ou Forspjallsljóð (“Poema Prelúdio”) / Baldrs Draumar (“Os Sonhos de Baldr”) ou Vegtamskviða (“A Canção de Vegtamr”) / O Rígsþula (“A Canção de Rígr”) 

Völuspá – A Profecia da Vidente

24- “Óðinn atirou sua lança

e atravessou à extremidade do povo,

essa foi à primeira guerra,

a primeira do mundo;

quebrado foi o muro

da fortaleza dos Æsir*,

vigorosamente os guerreiros Vanir

andaram na planície.”

*: clã de deuses criadores da humanidade, Óðinn, Hænir e Lóðurr, mas em outra história são os filhos de Borr. São inimigos dos Vanir.

25-“Então todos os Regin

se sentaram em suas cadeiras,

as divindades sagradas

para debaterem sobre isso:

Quem tinha envenenado todo o ar

e o misturado com maldade,

e aos Jötnar* terem

dado a donzela de Óðr**.”

*: Os Gigantes.

**: Freyja é a esposa de Óðr.

26- “Þórr sozinho ali lutou

com furiosa raiva,

– ele raramente se senta, –

quando ele ouve tais coisas;

então os votos,

os juramentos e palavras

e todos os poderosos acordos

entre eles foram quebrados.”

*

38- “Um salão ela viu

longe da Sól*

em Náströnd,

com as portas ao norte;

veneno estava pingando

do teto,

e abaixo no salão

estava tecido com serpentes.”

*: Sól é feminino no norte.

39- “Ela viu um local para atravessar

através de rios selvagens,

homens mentirosos

e cães assassinos

e os que seduzem a consorte

de outros;

lá Níðhöggr* chupa

os corpos dos homens mortos,

o lobo rasga os homens em pedaços.

Quem saberia ainda mais que isso?”

*: dragão devorador de cadáveres que vive em Niflheim, o mundo inferior nórdico.

40- “No leste se senta a velha,

no Járnviðr*,

que deu nascimento

a descendência de Fenrir;

um deles,

o pior de todos,

engolirá Máni

na forma de um Troll.”

*: Floresta de Ferro.

41- “Ele se alimenta

da carne dos homens mortos,

a casa dos Deuses se torna vermelho

do sangue escarlate;

o brilho da Sól se torna negro

para os verões que chegam,

o tempo se torna pior.

Quem saberia ainda mais que isso?”

42- “Sobre a colina se senta

com sua harpa

o pastor da Gýgr*,

o feliz Eggþér;

perto dele canta,

na floresta, um galo,

um brilhante galo vermelho,

que é chamado Fjalarr.”

*: Giganta.

43- “Entre os Æsir canta

Gullinkambi,

que acorda os heróis

do Herjaföðr*;

mas outro canta

abaixo da terra,

um galo fuliginoso e vermelho

no salão de Hel.”

*: Odin.

44- “Garmr lati muito

no Gnipahellir,

as correntes serão quebradas

e o lobo correrá;

eu conheço muitos contos,

adiante eu vejo mais

do Ragnarökr*,

dos poderosos Sigtívar**.”

*: “Destino dos Deuses”. Na Edda em Prosa, Snorri interpretou seu significado como “Crepúsculo dos Deuses”.

**: Os Deuses da Vitória.

45- “Irmãos se enfrentarão

e se matarão um ao outro,

filhos de irmãs trarão

ruína aos parentes;

o mundo será difícil com

muita prostituição,

tempo do machado, tempo da espada,

escudos serão partidos,

tempo do vento, tempo do lobo,

antes de o mundo cair;

[a terra ressoa,

as Gigantas fogem,]

nenhum homem

poupará outro.”

46- “Os filhos de Mímir se agitam,

a árvore do destino se incendeia

no sopro do

Gjallarhorn*;

Heimdallr soará altamente,

o chifre no ar,

Óðinn debate

com a cabeça de Mímir.”

*: É o poderoso chifre de Heimdallr, a trompa de batalha que o deus usa para avisar os demais deuses da aproximação de seus inimigos, os gigantes, e assim ocorre no Ragnarök. Seu sopro pode ser ouvido nos Nove Mundos.

47- “Yggdrasill* treme,

o grande freixo,

a velha árvore geme,

e o Jötunn escapa**;

todos se amedrontam

na estrada para Hel

antes que o parente de Surtr***

a devore****.”

*: A árvore Yggdrasill, o eixo do mundo.

**: Loki ou Fenrir.

***: O Fogo.

****: A árvore.

48- “O que há com os Æsir?

O que há com os Álfar*?

Toda Jötunheimr** treme,

e os Æsir debatem,

os Dvergar*** ficam

em seus portões de pedra,

os sábios das rochas.

Quem saberia ainda mais que isso?”

*: Elfos.

**: Um dos nove mundos.

***: Anões.

49- “Garmr* lati muito

no Gnipahellir**,

as correntes serão quebradas

e o lobo correrá;

eu conheço muitos contos,

adiante eu vejo mais

do Ragnarökr,

dos poderosos Sigtívar.”

*: O cão de Hel, ou Hela. Hel é filha de Loki e da gigante Angurboda, irmã mais nova de Fenrir e da serpente de Midgard.

**: “Cume da montanha”, é uma caverna suspensa onde Garmr, o cão, está acorrentado até o início do Ragnarökr.

50- “Hrymr vem do leste,

com escudos erguidos,

Jörmungandr retorce

em Jötunmóðr*;

espalhando as ondas,

a águia pálida berra,

roendo os cadáveres,

Naglfar** se solta.”

*: Fúria de Gigante.

**: O navio feito das unhas dos mortos. Segundo o Gylfaginning cap. 43, Naglfar é o maior de todos os navios.

51- “O navio viajou do leste,

o povo do Múspell,

veio sobre o mar,

e Loki os guia;

a monstruosa descendência

acompanhará Freki*,

com eles está o irmão

de Býleist** viajando.”

*: Fenrir.

**: Loki.

*

Hávamál – As Palavras do Altíssimo

010. “Um fardo melhor

nenhum homem carrega em sua jornada

mais do que ter um pouco de bom senso;

é melhor que riquezas

encontradas em uma terra estranha,

tal é os recursos de um homem pobre.”

011. “Um fardo melhor

nenhum homem carrega em sua jornada

mais do que ter um pouco de bom senso;

ele não carrega

piores provisões na planície,

mais do que estar cheio de bebida.”

012. ”A bebida dos filhos dos homens

não é boa,

como eles dizem;

desde de que em sua própria mente

um homem sabe menos,

quanto mais ele bebe.”

*

016. “O homem tolo

pensa que viverá para sempre,

se evitar a batalha;

mas a velhice não

dará a ele nenhuma paz,

embora ele seja poupado das lanças.”

*

019. (…) “de maus hábitos

nenhum homem te acusará

se tu for ir dormir cedo.”

*

021. (…) “o homem tolo

nunca sabe

a medida de seu estômago.”

022. “O homem miserável

e de mal temperamento

ri de qualquer coisa;

ele não sabe que

o que ele deveria saber,

que ele não é livre de faltas.”

023. “O homem tolo

fica acordado todas as noites

e preocupa-se com tudo;

então ele fica cansado,

quando chega a manhã,

toda sua preocupação esta como estava.”

024. ”O homem tolo

pensa que todos aqueles que riram com ele

são seus amigos;

ele não notifica,

apesar de que eles falam mal dele

quando ele se senta com sábios.”

025. “O homem tolo

pensa que todos aqueles que riram com ele

são seus amigos;

então ele descobre isso,

quando ele chega para a assembleia,

que ele tem poucos advogados.”

*

027. “O homem tolo

que se encontra entre o povo

é melhor ficar quieto;

ninguém sabe que

ele não sabe nada

a menos que ele fale demais,

o homem não sabe

que nada sabe,

quando fala demais.”

*

034. “Longo é o caminho

para um mal amigo,

embora ele habita na estrada;

mas para um bom amigo

a estrada é direta,

embora ele esteja longe.”

035. “É necessário ir,

não deve o convidado ficar

sempre em um lugar;

o querido se torna odioso,

se por muito tempo ficar

na casa de outro.”

036. “A casa própria é melhor,

embora seja pequena,

no lar cada um é seu próprio senhor;

embora se possuir duas cabras

e um salão de teto de palha

é melhor que pedir por caridade.”

037. “A casa própria é melhor,

embora seja pequena,

no lar cada um é seu próprio senhor;

sangra o coração

daquele que é forçado a pedir

para se alimentar a cada refeição.”

*

038. “Da própria arma

não deve o homem no campo aberto

deixar a menos de um passo;

porque não se pode saber

quando na estrada

o homem necessitará da lança.”

*

039. “Eu nunca encontrei um homem tão liberal

ou tão generoso com alimento

que não aceitasse um presente;

ou de sua riqueza

tão liberal,

para desprezar uma recompensa, se recebê-la.”

*

042. “Para um amigo

o homem deve ser amigo

e pagar presente com presente;

risada com risada

o homem deve retribuir,

mas falsidade com falsidade.”

*

054. “Meio sábio

todo homem deve ser,

nunca muito sábio;

desses homens são

os que vivem bem melhor

aqueles que não sabem muito.”

*

055. “Meio sábio

todo homem deve ser,

nunca muito sábio;

porque o coração do homem sábio

raramente é feliz,

se ele possuir muita sabedoria.”

*

056. “Meio sábio

todo homem deve ser,

nunca muito sábio;

seu próprio destino

ninguém deve saber antecipadamente,

porque a mente fica livre de tristeza.”

*

069. “Nenhum homem é de todo miserável

embora a saúde dele seja má;

alguns deles são afortunados com filhos,

alguns com amigos,

alguns com abundante riqueza,

alguns com boas proezas.”

*

     “A língua é assassina da cabeça.”

*

     “É a riqueza o mais inconstante dos amigos.”

*

095. (…) “Não há doença pior

para o homem sábio

do que ele mesmo não ser feliz.”

*

119. “Aconselho ti, Loddfáfnir,

e tu aceite o conselho,

benefício terá se tu aceitar,

bem terá se tu obter:

saiba, se tu possui um amigo

em que tu bem confia,

vá visita-lo frequentemente,

porque o arbusto cresce

e a grama aumenta

no caminho em que ninguém passa.”

*

125. “Aconselho ti, Loddfáfnir,

e tu aceite o conselho,

benefício terá se tu aceitar,

bem terá se tu obter:

por três palavras não discuta

com um homem pior que ti

frequentemente o melhor é derrotado

quando o pior ataca.”

*

133. “Um homem não é tão bom

que não tenha defeitos,

nem tão mal, que não sirva para nada.”

*

     “Uma dádiva sempre procura compensação.”

Redação

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