Maria Bonita e seu livro de centenário

A caixa do livro

http://jornaldaparaiba.com.br/blog/brauliotavares/post/13817_bonita-maria-do-capitao

Bráulio Tavares

O colunista é escritor, compositor, estudou cinema e é pesquisador de literatura fantástica.

“Bonita Maria do Capitão”

O centenário de nascimento de Maria Bonita, mulher de Lampião, motivou o lançamento de um livro que celebra sua vida e seu mito, realizado por Vera Ferreira (neta do casal) e Germana Gonçalves de Araújo. É um álbum de luxo (Editora da Universidade do Estado da Bahia, www.uneb.br), com excelente produção gráfica e uma abundância de fotos e de documentos de época, na primeira parte, e na segunda um apanhado do reflexo da figura de Maria Bonita na cultura brasileira em geral. Eu contribuí com uma pequena crônica. Há poemas de Jessier Quirino, Ângelo Rafael, Myriam Fraga e outros. O pesquisador cearense Nirez contribui com um artigo sobre as canções da MPB que mencionam Maria Bonita. Laura Bezerra estuda as imagens de Maria no cinema, Jeová Franklin a sua presença na xilogravura, através do cordel, e André Betonassi estuda as histórias em quadrinhos que a têm como personagem.
Dentro da sempre crescente bibliografia sobre o cangaço, acho que são poucos os livros sobre Maria Bonita. A figura central de Lampião domina esses estudos, e de qualquer maneira a maior parte deles tem um viés histórico e sociológico que os faz ter que abordar o cangaço como um todo, e não pessoas específicas. Entende-se a inesgotável atração da figura de Lampião, seja como herói ou como bandido, como justiceiro social ou como criminoso sádico, como estrategista ou como marqueteiro de si próprio. A polêmica extremada que cerca Virgolino nasce de sua própria personalidade, contraditória como a de qualquer indivíduo de valor projetado numa situação-limite dentro de um ambiente sem lei. Nessas circunstâncias, é de se esperar que um sujeito seja generoso de manhã e brutal no fim da tarde; protetor de uns e algoz de outros. É de se esperar que deixe atrás de si um rastro de ódios e de gratidões.
Maria é um personagem fascinante porque não tem nenhuma dessas facetas de Virgolino. Não conheço histórias de nenhuma violência praticada pessoalmente por ela, a não ser a participação nos combates (minha impressão é confirmada no artigo de Sérgio Augusto de Souza Dantas). Não sei se era estrategista ou diplomata no meio da intrincada rede de negociações políticas e militares da guerrilha sertaneja. Para todos nós, é a figura aventureira da mulher que abandonou a tranquilidade de uma vida doméstica pela vida selvagem na caatinga, onde a única certeza era a morte no final. Este livro se encerra com a presença de Bonita (e do cangaço) na moda. Isto, de certo modo, chancela o último estágio da transformação de uma pessoa em imagem, cada vez mais diferente de si própria e mais parecida com o próprio mito.
 

http://demarcelaparaana.com/?p=7363

Bonita Maria do Capitão

Oi, Ana!

Hoje não vou mostrar um presente de Natal que eu ganhei e sim um que eu dei para a minha mãe. É um livro fantástico chamado Bonita Maria do Capitão.

Em 2011 foi o centenário de nascimento de Maria Bonita, mulher de Lampião. O livro celebra essa data e foi organizado por Vera Ferreira (neta de Lampião e Maria Bonita) e Germana Gonçalves de Araujo. Minha mãe sempre foi fascinada pela história do cangaço e quando eu vi esse livro no Sem Censura imediatamente pensei que seria um presente perfeito.

Acontece que só foram feitas 600 cópias e o livro não existe em livrarias aqui no Rio. Localizei na internet esse site aqui e entrei em contato por e-mail com a autora Vera. Ela imediatamente respondeu e me enviou o livro por SEDEX na manhã seguinte antes mesmo que eu tivesse tempo de fazer o depósito bancário. O livro ainda veio carinhosamente autografado para a minha mãe. Foi uma atitude de gentileza e boa fé tão grandes que eu fiquei comovida.

A edição é caprichadíssima e o livro vem dentro dessa caixa.

Olha só que luxo! Repara no detalhe do marcador de tecido todo bordado.

Contracapa

Sumário (a foto amplia se clicada)

O livro traz todo um apanhado de fotos e documentos históricos, traça um perfil de Maria Bonita no contexto do cangaço e do Brasil da época e na segunda parte mostra a influência que ela teve em diversas áreas culturais como música, moda, literatura, etc. É uma obra que foi obviamente feita com muito amor.

Você tem dúvida de que esse presente foi o que mais fez sucesso no dia de Natal? Já tem fila na família para ler…

Beijos!

Redação

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