Ministério da Saúde recua e diz que “não há intenção de compra de vacinas chinesas”

Secretário-executivo afirma que não há acordo de compra antecipada, mas "protocolo de intenção entre Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, sem caráter vinculante"

Jornal GGN – O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, leu uma nota pública na manhã desta quarta (21) recuando do anúncio feito no dia anterior, de que a Pasta iria investir R$ 1,9 bilhão na compra de 46 milhões de doses da Coronavac – a vacina da chinesa Sinovac testada no Brasil em parceria com o Instituto Butantan. O discurso mudou depois que o presidente Jair Bolsonaro informou, nas redes sociais, que não vai permitir compra de vacina chinesa sem aprovação prévia da Anvisa.

Na nota pública, o Ministério da Saúde fez questão de ressaltar que não houve, nas negociações anteriores, vitória do governador de São Paulo, João Doria, desafeto de Bolsonaro.

“Não houve qualquer compromisso com o governo do Estado de São Paulo ou com seu governador, no sentido de aquisição de vacinas contra Covid-19. Tratou-se de protocolo de intenção entre Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, sem caráter vinculante, por se tratar de um grande parceiro do Ministério da Saúde na produção de vacinas para o programa nacional de imunizações”, afirmou Elcio Franco.

Segundo ele, o acordo é apenas “mais uma iniciativa para tentar proporcionar vacina segura e eficaz para a população, neste caso, com uma vacina brasileira, caso fiquem disponíveis antes das outras possibilidade citadas. Não há intenção de compra de vacinas chinesas.”

Ele ainda acrescentou que “a premissa de aquisição de qualquer vacina prima pela segurança, eficácia, ambos conforme a aprovação da Anvisa, produção da escala e preço justo.” Em agosto, porém, o Ministério da Saúde anunciou uma compra antecipada de 30 milhões de doses da vacina de Oxford, em lotes que chegam em dezembro e janeiro. A vacina desenvolvida pela Astrazeneca, assim como a Coronavac, está na fase 3 de testagem e ainda não foi aprovada pela Anvisa.

“Qualquer vacina, quando estiver disponível, certificada pela Anvisa e adquirida pelo Ministério da Saúde, poderá ser oferecida aos brasileiros por meio do programa nacional de imunizações. E no que depender desta Pasta, não será obrigatória”, finalizou Elcio Franco.

Irritado com a capitalização do acordo de terça (20) por Doria, Bolsonaro afirmou a seguidores que não haverá compra de vacina chinesa e que “qualquer vacina, antes de ser disponibilizada à população, deverá ser COMPROVADA CIENTIFICAMENTE PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE e CERTIFICADA PELA ANVISA.”

“O povo brasileiro NÃO SERÁ COBAIA DE NINGUÉM. Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina”, escreveu.

Pazuello está afastado das atividades presenciais do Ministério desde segunda, quando passou mal. A Pasta nega que ele esteja com coronavírus.

 

Redação

5 Comentários

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  1. Já são mais de 20 meses desse desgoverno.
    Quando será que iremos descobrir que esse sujeito que se elegeu só com fake News também governa com elas?

  2. A vacina de Oxford ainda não foi certificada pela Anvisa, mas o governo já se comprometeu em mais de 130 milhões de dólares para a sua compra, ou seja, ela pode.
    Já a chinesa, terá dificuldade em ser “COMPROVADA CIENTIFICAMENTE PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE” certificar pela pressão do governo do menino maluquinho, não pode.
    O idiota irresponsável não perdoa, diariamente faz uma lambança, Quanto ao notável ” o povo brasileiro NÃO SERÁ COBAIA DE NINGUÉM”, ele não quer saber de concorrência, pois ninguém neste planeta conseguiu fazer o povo de cobaia como ele, é o genocida número um.

  3. Cadê o covarde general Pazuello que ocupa o Ministério da Saúde ? Esses militares entreguistas que ocupam o Executivo são capachos dos interesses dos EUA.
    Estatisticamente acredito que existem militares nacionalistas. Mas devem ser tão poucos, inexpressivos, em quantidade menor do que a margem de erro estatística.
    Forças Armadas, armadas pelo povo, e que atuam CONTRA os interesses do povo. Será que a isto podemos chamar de Traidores ?

  4. Se o bozo se obriga a oferecer apoio público ao trump nesse momento sensível de reeleição do tiozão, é natural que ele se desvincule de quaisquer tratativas com a China, ao menos publicamente, o que não quer dizer que o acordo sobre a Coronavac tenha que ir pro espaço. Ele apenas poderá ser cumprido mais “discretamente”.

  5. Nassif: mesmo prá se ser patife há de se ter alguma “classe”. Que não parece ser o caso da trupe da Saúde. Iam comprar 40 milhões de doses de vacina do Butantã, que só envasa, pois recebem dos chinas, e vem agora Cavalão com a de não aceitar as doses asiáticas. Que merda é essa? Vamos ser paspalhos, mas com algum charm…

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