Os mesmos que criticam o Fla-Flu eleitoral nas mídias sociais, postam na internet seu “eterno estado de felicidade”. Os dois se autoenganam.
O primeiro por se apossar da internet para dizer o que acha de seu candidato como se a canastrice política existisse só lá do outro lado.
O segundo reclama do primeiro, mas passa o dia inserindo fotos no Facebook na praia ensolarada, na montanha de vista deslumbrante, no bar com os amigos, abraçados à harmoniosa família e aos colegas de trabalho.
O pior é quando o mesmo que provoca o Fla-Flu eleitoral tem a pachorra de, via redes sociais, demonstrar que “está sempre feliz”.
Nesse mundo não há distúrbios familiares, estresse, pressão e puxada de tapete no trabalho, problemas de saúde, falta de grana no bolso. Nesse universo, o incômodo é o trânsito do feriadão, a Net fora do ar, o smartphone que não pega, a conta errada do restaurante, o cartão do banco bloqueado indevidamente.
Metade dos eleitores apta a votar em 5 de outubro, a maioria das classes DE e parte expressiva da classe C, nem sabe o que é acessar a internet. É gente para burro: 70 milhões de brasileiros (leia mais aqui). Por essa ótica, o Fla-Flu eleitoral nas redes sociais não passa do clássico campineiro Ponte Preta x Guarani.
As mídias sociais são uma tremenda egotrip. Mas o que move um cidadão a levar horas do dia postando seu bem-viver quando se sabe que o mundo real mostra-se bem menos charmoso?
As mídias sociais são um palco de liberdade de expressão que não existia. Mas o que leva um internauta a defender candidatos por infindáveis posts desmerecendo o outro sistematicamente?
Em ambos os casos, o comportamento está mais para busca à exaltação aos seus distorcidos valores que nem Freud conseguiria explicar.
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