Da Época
Nelson Breve é o novo presidente da Empresa Brasil de Comunicação
O Diário Oficial da União publica nesta terça-feira a nomeação do jornalista Nelson Breve como novo presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a estatal de comunicação que reúne a TV Brasil, a Agência Brasil e oito emissoras de rádio, entre outros veículos de comunicação. Ex-repórter da Rádio Eldorado e da Agência Estado, Breve é especialista em economia e política e foi secretário de Imprensa da Presidência da República no segundo mandato de Lula. Desde abril deste ano, Breve era superintendente de Comunicação Multimídia.
À frente da EBC, Breve terá um imenso desafio. Como mostrou ÉPOCA, a TV Brasil, que está prestes a completar quatro anos e tem orçamento de R$ 450 milhões, tem audiência pífia e confunde serviço público com interesses do governo.
A nova direção da EBC terá um desafio hercúleo: tornar a TV Brasil conhecida. Apesar da presença nacional, cerca de 3 mil funcionários e um orçamento próximo de R$ 450 milhões, uma pesquisa de 2010 mostrou que 63% dos brasileiros nunca ouviram falar da emissora. A informação é do Instituto Meta, que entrevistou 12 mil pessoas em todo o país a pedido do governo. O desconhecimento pode ser ainda maior, pois o instituto não verificou se havia confusão entre TV Brasil e Canal Brasil entre os que afirmaram conhecer a emissora. Funcionários da EBC sabem que esse tipo de engano é comum. O Canal Brasil, presente em pacotes de TV por assinatura, é uma associação da Globosat com um grupo de cineastas. Dedicado ao cinema nacional, não tem nenhuma relação com a EBC.
O jornal O Globo mostrou na segunda-feira que a antecessora de Nelson Breve, Tereza Cruvinel, deixou a EBC em meio a uma polêmica disputa interna com o Conselho Curador, que é formado por 22 integrantes, sendo 15 representantes da sociedade.
“É verdade que o Conselho Curador não desejava a minha recondução. Isto foi explicitado em mais de um momento. Vocês que me conhecem, acham que eu sou tão estúpida que eu iria querer ficar nesse cargo sofrendo esse tipo de ameaça? Em defesa da minha reputação profissional, eu preciso dizer: eu não sou burra! Os caras estão falando que, se eu ficar, vão fazer um negócio para me tirar. O Conselho está me ameaçando de fazer impeachment. Fui eu quem levei esse problema (à presidente). O governo não tem nada com isso. O problema é entre eu e o conselho”, afirmou (…). Ela defendeu ainda que o governo volte a ter mais poder para a escolha dos conselheiros da empresa. E disse que sua permanência poderia provocar um “risco institucional”. “Eleição dos conselheiros é direta, da sociedade. Daí, vocês sabem, têm dezenas de articulações (políticas). E o Estado brasileiro não tem influência nenhuma. Eu acho que, se a empresa é pública, o Estado tem só quatro representantes, os demais são da sociedade, é preciso encontrar uma melhor forma de equilíbrio entre o Estado e a sociedade.”
Foto: Valter Campanato/ABr
José Antonio Lima
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.