Nem li e nem vou ler, diz Maia sobre 15 medidas da nova agenda do Planalto

Proposta anunciada pela equipe econômica do governo causa mal-estar no Congresso criando racha na base  
 
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(Foto Beto Barata/PR ABr)
 
Jornal GGN – As 15 medidas da agenda alternativa apresentada pelo governo em substituição ao fracasso da reforma da Previdência na última segunda-feira (19) causou mal-estar junto aos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). 
 
Ontem, em entrevistas para a imprensa, Maia declarou a agenda “meio sem sentido” e chamou a proposta de “desrespeito” e “equívoco”. Diante do embaraço, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, respondeu durante uma entrevista à rádio Bandeirantes, nesta quarta-feira (21), que há “um mal entendido” sobre o pacote anunciado em substituição da reforma da Previdência, que ainda está no radar do Planalto, mas impossível de ser aprovada antes das eleições em outubro.
 
“A lista é algo que analisa e prioriza os diversos projetos de lei que já estão em tramitação”, comentou na entrevista, reforçando o argumento do governo de que a intervenção federal no Rio de Janeiro impossibilita a tramitação de uma emenda constitucional, portanto a reforma da Previdência. 
 
“É assunto prioritário, não podia ser adiada. Foi feita no momento certo”, defendeu ainda que especialistas em segurança pública, não ouvidos pelo governo, avaliem riscos no decreto de intervenção propondo outras medidas para combater a crise de segurança pública no Estado.
 
Rodrigo Maia chegou a afirmar que a agenda do governo “não será pauta da Câmara” e, ainda: “Nem conheço as 15 [medidas]. Nem li e nem vou ler”. O movimento negativo foi acompanhado pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira que disse: “Não é o governo que faz pauta aqui”.
 
Na entrevista para a rádio Bandeirantes, Meirelles procurou desfazer a situação de estresse: “Evidentemente, o Congresso é soberano. Vai julgar e priorizar aquilo o que entende como adequado”. 
 
O governo Temer não tem muita saída, além de evitar o confronto direto, pois em uma eventual briga com o Congresso sairá perdendo qualquer condição de levar adiante a agenda na área econômica. 
 
Para interlocutores do planalto entrevistados pelo jornal Valor, a posição de Maia revela o aprofundamento da sua estratégia eleitoral, uma vez que apenas dois pontos dos 15 listados na agenda alternativa de Temer não tramitam no Congresso atualmente. 
 
Dentre os pontos defendidos na agenda econômica do Planalto estão a controversa privatização da Eletrobras, a desoneração da folha de pagamento, autonomia do Banco Central, atualização da Lei Geral de Telecomunicações, reoneração da folha de pagamento e extinção do Fundo Soberano. 
 
Leia também: Governo Temer quer extinguir Fundo Soberano do Brasil
 
Com informações do Valor e Estado de S.Paulo
 
Redação

3 Comentários

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  1. Botafogo foi escanteado

    Botafogo foi escanteado desde a decretação da intervenção no Rio. Daí a ele travar a pauta e a Câmara não votar nada esse ano é um pulo. E aí ele joga uma tempestade de areia no discurso do governo de que tá tudo normal e que a intervenção não é nada etc.

    (E porque o Botafogo tá puto? Simples, não foi consultado e sabe que a intervenção acaba com qualquer chance que ele tenha de pensar em alguma coisa envolvendo governo do Rio.)

    A ver.

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