No Banestado, Moro violou princípio da não auto-incriminação

Moro alegou que a cooperação jurídica internacional não funcionava na época do Banestado e coagiu dois réus a entregarem os dados de suas contas bancárias

Jornal GGN – A veia autoritária de Sergio Moro foi exposta na Lava Jato, mas certamente não nasceu ali naquela operação envolvendo a Petrobras. No Banestado, o então juiz protagonizou um episódio emblemático: tentou violar o princípio da não auto-incriminação de dois investigados, aos quais ordenou que entregassem o número das próprias contas bancárias.

Para justificar a decisão, Moro alegou que a cooperação internacional não funcionava a contento na época do Banestado.

“O Sergio Moro, na operação Farol da Colina, compeliu, sob pena de desobediência, dois acusados a oferecerem o número de suas contas a pretexto de que a cooperação internacional naquela época não funcionava”, narrou o advogado Alberto Toron neste sábado (16), durante um debate do Grupo Prerrogativas, com transmissão ao vivo na internet.

A operação Banestado investigava esquema envolvendo as contas CC5, utilizadas para evasão de divisas. Procuradores e delegados da Polícia Federal viajaram aos Estados Unidos para obter ajuda para quebrar o sigilo das contas dos investigados. Mas a operação começou a desandar quando políticos, empresários, conglomerados da grande mídia apareceram entre os nomes com contas no exterior.

Toron atuou no Banestado defendendo os investigados constrangidos por Moro. No recurso contra a decisão do ex-juiz, o advogado precisou lembrar que “ninguém pode ser compelido a fazer prova contra si mesmo”, uma violação ao direito de defesa.

“Essa é a cara do Moro”, exclamou, depois de ter feito uma breve apresentação sobre os abusos praticados pelo ex-juiz na Lava Jato.

O GGN lança mais uma campanha de financiamento coletivo, agora para financiar uma investigação sobre a trajetória de Sergio Moro.
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Redação

3 Comentários

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  1. E o mais interessante, para não dize aviltante, é que agora, em que se meteu em uma encrenca grande- contra um maluco que não quer saber onde o galou cantou, ele grita que não está havendo “paridade” entre as partes.

  2. “…ele grita que não está havendo “paridade” entre as partes.”

    É… na real, é assim que a banda toca desse lado anglo-estadunidense do mundo: barbárie, incivilidade, lei do mais forte. Vale tudo menos perder.

    “Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos!”

    Quer se dar bem deste lado de cá? Esqueça as leis, esqueça da moral burguesa, do “nossa, ele disse um palavrão!”. O importante é ganhar. Mas se não der, pelo menos faça o outro perder. Mas faça isso com elegância, sutileza e fineza; e quando tiver que narrar, use e abuse de eufemismos e meias-verdades. Pinte de dourado, faça “para inglês ver”.

    Até que superemos coletivamente a barbárie social do Capitalismo, esse é o único jeito. Divirta-se.

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