No Dia do Índio, mais mortes são registradas

Segunda liderança indígena é assassinada em menos de 20 dias, e a pandemia de coronavírus fez sua sétima vítima fatal no Amazonas

Foto: Reprodução/APIB

Jornal GGN – No Dia do Índio, a etnia tem pouco (ou nada) a celebrar. Além de todos os ataques aos seus territórios, a pandemia do coronavírus começa a afetar as tribos e mais uma liderança foi assassinada.

Depois da morte de Zezico Guajajara, no Maranhão, o líder Ari Uru-eu-wau-wau foi encontrado morto neste sábado (18/04), no município de Jaru, em Rondônia.  Segundo informações da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), ele integrava o grupo de vigilantes e protetores do território do seu povo e estava ameaçado pelos responsáveis pelas invasões e devastações na região.

“A violência contra os povos indígenas só aumenta e este crescimento tem relação direta com a política genocida do Governo Bolsonaro”, diz a APIB. “Não estamos expostos apenas ao coronavírus, os crimes cometidos por madeireiros, garimpeiros e grileiros seguem intensos violando nossos direitos e destruindo nossa natureza”.

Além da morte de Ari Uru-eu-wau-wau, foi confirmada a sétima morte de um indígena por Covid-19. O Tuxaua de 67 anos da etnia Sateré Maué faleceu ontem (17), no município de Maués, Amazonas.

“Mas para o Governo Federal apenas 3 indígenas morreram até o momento devido ao novo coronavírus. Isto acontece porque a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, não faz o atendimento e o registro dos indígenas não aldeados”, diz a Apib, exigindo a revogação da portaria 070/2004 para garantir que a SESAI atenda todos os indígenas, aldeados ou não.

Até o momento, 28 indígenas estão entre casos suspeitos e esperam resultados dos exames. 27 indígenas testaram positivo para Covid-19. A maioria dos casos confirmados está no estado do Amazonas, que já declarou colapso na rede hospitalar devido o aumento dos casos de coronavírus.

Redação

3 Comentários

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  1. “Povo de memória curta, esse é o João” — Millôr Fernandes.

    Nassif: um pequeno atendo ao título. Hoje pode até ser dia do Índio, conforme Decreto do Presidente Vargas. Mas também a Batalha de Guararapes, quando havia soldados lutando pela libertação do domínio estrangeiro. Porém, ironicamente, a data agora inverteu-se. Desde que se submeteram a suserania de outros impérios, batendo continência a pavilhão diferente ao nosso AurivervePendão, a vassalagem tem sido a tônica daqueles que já foram motivo de orgulho do Povo de Pindorama. E frente a “peste” atual, Brancaleone e sua “armata” só se preocupam com as elites, o Mercado e os Bancos, sempre atentos aos comando do gringo dono do Quintal onde moramos. Hoje é dia deles, dos que já foram “esperança” e representam agora a desgraça dos menos afortunados da sorte. Hoje, aguardam tais milicos, avidamente, morra pelo menos 2/3 das classes que eles desprezam e chamam de inúteis. Inclusive índios…

  2. Quem disse que o índio “está evoluindo” e é “cada vez mais […] um ser humano igual a nós”? Quem defendeu a mineração em terras indígenas, além do uso para cultivo, arrendamento e até construção de hidrelétricas? Quem prometeu que, sob a sua liderança, não haveria nem mais um centímetro de terra indígena demarcada? Que anunciou sua intenção de integrar os povos indígenas à força “como o Exército, que fez um grande trabalho”, mas achou uma pena a cavalaria brasileira ter sido incompetente.? Quem disse que “competente, sim, foi a cavalaria norte-americana, que dizimou seus índios”?

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