NYT: Monsanto é condenada nos EUA a pagar quase US$ 1 bi a vítimas de seus produtos

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Conforme o jornal NYT, o júri do Tribunal Superior de Seattle, em Washington, seguiu outras decisões recentes contra a Monsanto

No Brasil, Monsanto tem carta branca para vender produtos que são proibidos tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. Antonio Cruz/Agência Brasil

O júri do Tribunal Superior de Seattle, no estado de Washington, decidiu nesta segunda-feira (18) que a Monsanto, pertencente à Bayer, deve pagar US$ 857 milhões a cinco ex-alunos e dois pais de uma escola em Monroe, que entre os sete e os 18 anos estiveram expostos a fugas de produtos químicos perigosos da empresa.

Conforme o The New York Times, a partir da decisão judicial, do montante total, US$ 73 milhões  correspondem aos afetados em danos compensatórios e US$ 784 milhões  correspondem a danos punitivos.

Ex-alunos da escola Sky Valley Education Center, localizada a nordeste de Seattle, e pais que ali trabalhavam como voluntários, sofreram exposição a bifenilos policlorados, filtrados pelas luzes, que causaram problemas neurológicos, do sistema endócrino e outros problemas de saúde.

Os bifenilos policlorados eram amplamente utilizados para isolar equipamentos elétricos e estavam presentes em outros produtos, como papel carbono, calafetagem, acabamento de pisos e tintas. Os EUA proibiram estes produtos químicos em 1979, depois de descobrirem a sua relação com o câncer.

O que diz a Monsanto 

A Monsanto, que parou de produzir bifenilos policlorados em 1977, alegou em juízo que alertou repetidamente a escola desde a década de 1990 que precisava modernizar os seus sistemas de iluminação, mas a administração da instituição de ensino teria ignorado os avisos.

Ocorre que a empresa já enfrentou inúmeras ações judiciais de funcionários, estudantes e outras pessoas pela exposição a produtos químicos nocivos na escola, que causaram câncer, problemas de tireoide e outros danos à saúde. 

Os respectivos veredictos contrários à empresa totalizam US$ 870 milhões. A Monsanto está recorrendo das decisões, insistindo que testes de sangue, ar e outros mostraram que não houve exposição a níveis perigosos da substância.

A empresa planeja fazer o mesmo com o veredicto atual. Através de um comunicado, a Monsanto anunciou ainda nesta segunda-feira (18) que irá interpor recurso para anular a decisão judicial e contestar os “danos constitucionalmente excessivos concedidos”.

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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