O ódio da ignorância contra o conhecimento, por Henrique Matthiesen

O obscurantismo foi e é fecundo em Estados totalitários, pois a perpetuação da ignorância é o instrumento ideológico para a manutenção do poder.

O ódio da ignorância contra o conhecimento

por Henrique Matthiesen

Florença, conhecida como o berço do Renascentismo, foi uma das principais cidades por onde artistas e intelectuais conduziram a humanidade para a transição da Idade Média para Idade Moderna.

Nomes como Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti, Donatello, Sofonisba Anguissola, Galileu Galilei, entre outros, ascenderam a humanidade ao conhecimento e à uma nova etapa evolutiva.

O Renascentismo rompeu com o paradigma da insciência e clareou de forma irreversível a obscuridade que marcou a Idade Média através da negação do conhecimento e, por conseguinte, o progresso intelectual.

O obscurantismo foi e é fecundo em Estados totalitários, pois a perpetuação da ignorância é o instrumento ideológico para a manutenção do poder.

Essa renascença cuja gênese se encontra entre meados do século XIV e o fim do século XVI teve por características o humanismo, o antropocentrismo, o individualismo, o universalismo, o racionalismo, o cientificismo e a valorização. Mudou a História.

Entretanto, o duelo entre a ignorância e o conhecimento atravessou séculos e  permanece em trincheiras, germinando ódio entre progressos e retrocessos que marcam os processos civilizatórios.

Com o advento das redes sociais, a propagação deste duelo elevou a boçalidade e a estupidez do negacionismo que ganharam impulsos e influenciaram de forma perniciosa a sociedade, gerando retrogradações maléficas a todos.

Adverso do conhecimento que é gerado pela observância, pesquisa, estudo e dúvida, o ignorante é arrogantemente cheio de certezas e possuidor de discursos assertivos de profundidade rasa como um pires, sua argumentação vem sempre imbuída em preconceitos, mixórdias e insciências.

Negacionistas possuem visões ofuscadas da realidade presente e cultivam obscuridades pretéritas, justificando assim seu status corpus de ignorante altivo, uma vez que a imposição faz parte do processo da bestialidade.

Saudosos, os obscurantistas tratam a ciência como afrontosa às suas existências infecundas e travam verdadeiras cruzadas para desacreditá-la; e quando lhes faltam argumentos se utilizam da intimidação e da violência.

Duelo este que marca a humanidade, que difere os processos civilizatórios,  que delimita as humanizações .

Afinal, todo ignorante  é a síntese do incivilizado, da desumanidade e do bestializado que vê no conhecimento a sua verdadeira face, ou seja, de ignorante.

Henrique Matthiesen – Formado em Direito. Pós-Graduado Sociologia.

Redação

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