O povo brasileiro pronto para a vitória

Uma das mais interessantes características da direita, não é o seu incrível esforço em dizer que não é o que é, mas, tentar o convencimento de que ela é civilizada, educada e democrática. O que há de ruim e negativo são alguns componentes extremistas(sic). Os demais são bonzinhos, cordatos e capazes de uma convivência pacífica com seus adversários, mesmo que parte do projeto adverso seja a eliminação de privilégios e alguns exagerados confortos econômico-financeiros que a direita usufrui, sempre acompanhados de forte controle do que é essencial na máquina do Estado.
É evidente que há que se fazer certas diferenciações, pois, uma coisa é ser um simples militante camisa parda ou camisa negra, outra é pertencer às fontes mantenedoras e organizativas dessa militância. Como o único meio capaz de determinar a distinção entre o extremismo direitista e a cordura democrática dessa mesma direita é o seu comportamento e suas relações com o poder, de acordo com a História recente, na realidade essa “científica dicotomia política” só se manifesta quando, de uma forma ou outra, necessita obter ganhos que a permita continuar no processo.
É dura e agressiva quando está desesperançada quanto à sua continuidade como base do poder, aí, como sempre faz, busca alianças políticas e sociais capazes de lhe garantir o sucesso onde a legalidade não terá nenhum valor como moeda de troca ou referência institucional. É, pois, nesse interregno que surgem as tentações golpistas e os sonhos de perenidade no poder.
Como tem a firme crença no poder estatal como fonte criadora de tudo, desde o direito até à própria existência do povo e da Nação, necessita do Estado como justificativa para o seu privatista poder, embora faça alarde de seus atos como uma exigência nacional e do Estado.
Agora, no Brasil, o que está a acontecer é algo desse tipo. Os setores sociais e econômicos que se identificam com a linha neoliberal- que é basicamente o controle externo da economia nacional – sabem que mais quatro ou oito anos de desenvolvimento econômico autônomo, nacionalista e integracionista por parte do Brasil, significará o fim de seus privilégios e o enfraquecimento estratégico e geopolítico do sistema imperialista que até há pouco ditava todas as regras. Enfim, esta visão, que não é exclusividade das elites brasileiras, é o que está determinando todos os movimentos da direita no país.
Uma das mais caras ilusões de alguns cientistas políticos nacionais, é crerem num processo que jamais existiu no Brasil, como o de um pacto ao estilo social-democrata europeu, como se na Europa tivesse havido ou haja algum governo social-democrata efetivo. O melhor que aconteceu foram governos formalmente sociais-democratas, incapazes de avançar no sentido social do termo,  mas rápidos e rasteiros na concessão das garantias e salvaguardas sociais da massa trabalhadora. Portanto, se houve algo parecido com o que aconteceu na Europa, isso se realizou com Fernando Collor, Itamar Franco e FHC.  A  tríade neoliberal.
Como as famosas instituições políticas e sociais teimam em refletir o processo histórico de cada país, é natural que volta e meia elas sejam lembradas como imutáveis e inalteráveis. Não porque assim sejam, mas, porque somente desse modo é que a direita torna possível o continuum de seu poder. Um poder que, embora tenha raízes históricas nacionais, sempre teve o poderio colonial ou imperialista como alicerce de força e coerção. Um fenômeno que está em acelerado processo de desaparecimento, tanto na América Latina, quanto no mundo. Os espasmos de violência, como em Honduras, ao invés de assegurar a prevalência desse tipo de ação, pelos seus efeitos internos e externos, mostra-nos a sua ineficácia política, embora mantenham a iniciativa da violência, da  criminosa repressão contra o povo  e do assassínio de vários líderes populares da FNRP.
Os resultados eleitorais do próximo 3 de outubro, mais do que qualquer outro evento, serão os definidores dos rumos de todas as forças políticas brasileiras. Tudo indica para uma grande vitória política do arco de alianças que apóia Dilma Rousseff e para a sua própria eleição. Com a consolidação política dessa frente política montada para a eleição de Dilma Rousseff e para servir de base política no Congresso, as possibilidades políticas da chamada oposição de direita ficarão bem reduzidas, ainda que informal e implicitamente possam contar com eventuais e indiretos apoios por parte de segmentos da esquerda que cada vez mais se afastam de uma prática de esquerda junto ao povo, para ficarem cada vez mais próximos das antigas sociedades cívico-lítero-musicais dos séculos XVIII e XIX. Desse modo, ou assimilam um discurso de contemporização e pontuais acordos em questões não essenciais, ou cairão no mais deslavado carbonarismo de direita que, junto com a mídia, enredada em seus compromissos, tudo farão para destruir o novo governo.
Pelo  andar da carruagem, o povo brasileiro, tão acusado de alienado e venal pelas elites que o combatem, fez uma escolha política que ultrapassa os simples limites das candidaturas à Presidência ou ao Congresso Nacional, ao demonstrar claro interesse em eleger a ex-ministra Dilma Rousseff e uma grande bancada de suporte ao governo de Dilma. Com isso, além de manter o desenvolvimento de um processo governamental que
lhe é nitidamente favorável, garante a avanço das propostas nacionalistas, de mais direitos sociais e a montagem das bases para um sociedade pluralista, democrática e onde ele, o povo, será o principal protagonista.
Enfim, após o próximo 3 de outubro, o Brasil viverá uma nova realidade. Uma realidade política em que o povo, através da construção da vitória, dará início à formação quase institucionalizada da Frente Popular Nacionalista e Democrática. Frente que terá a responsabilidade de tornar concreção tudo aquilo que um dia foi sonho do povo brasileiro.
Viva o Povo Brasileiro!
Viva a Força do Povo!
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Pedro Ayres
Jornalista

 

 

Redação

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