A política entrou na vida de Marisa em 1975, com um ano de casamento, quando Lula chegou à presidência do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Depois disso, ela foi testemunha recatada de todos os episódios protagonizados pelo marido: das grandes greves do fim dos anos 70 e da fundação do PT, em 1980, às cinco candidaturas à Presidência, com derrotas em 1989, 1994 e 1998, e vitórias em 2002 e 2006.
Numa rara entrevista concedida alguns anos atrás à Fundação Perseu Abramo, Marisa contou detalhes da história de sua família. Seus avós, italianos que se conheceram no navio durante o trajeto da Itália para o Brasil, foram posseiros que se estabeleceram numa área rural de São Bernardo, local hoje batizado como Bairro dos Casas, sobrenome de seu pai. A mãe da ex-primeira-dama teve 15 filhos, três deles mortos logo após o nascimento. Penúltima da prole, ela cresceu no sítio da família, onde plantavam e criavam animais. Na época, disse, só saía do sítio para ir à capela.
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Marisa Letícia Lula da Silva
Duas raínhas
Atenta
Dedicada
… e do Lula
Agora é uma estrela
Para sempre, Marisa!
O povo brasileiro não a esquecerá jamais!
Galega!
Créditos da foto
Os créditos desta foto são de Marina Dias/Folhapress.
Registro que, embora, a foto consiga retratar a emoção do momento, a autora publicou, ontem, reportagem sobre Marisa Letícia que não foi muito abonadora (se não for a autora da foto, a autora da reportagem é uma homônima).
Discreta e desbocada, Marisa Letícia nunca quis protagonismo na política
Ao escolher episódios da vida da companheira de Lula para incluir em sua reportagem, Marina parece ter feito uma seleção desequilibrada e, no mínimo, pouco amistosa.
Por Frei Betto
No site do Marcelo Auler:
http://marceloauler.com.br/marisa-leticia-a-guerreira-descrita-por-frei-betto/
Dona Marisa era mulher da roça
Dona Marisa era mulher da roça, nasceu ali e nunca perdeu seus traços rurais de honestidade e de nao desconfiar das maldades do mundo, isso que a abateu, assim como abateu os donos da Escola Base, vitimas desse mesmo conluio midiátio-penal que ai está destruindo pessoas de bem, gente que deveria estar em nosso meio, gente como Dona Marisa, cuja história de vida é seu próprio desagravo contra essa onda de ódio e insanidade, uma espécie de psicose coletiva que se abateu sobre nosso pais de uns tempos para cá porque insuflados por um poder verbalizador, a midia cujo padrão conhecemos.
Salve Dona Marisa, descanse em paz.
http://cartamaior.com.br/?/Editorial/-Marisa-e-Lula-/37629
Marisa e Vargas
ASSASSINADOS PELO ÓDIO
“Se tiver que passar por um vale escuro não temerei mal algum
pois vosso bastão e vosso cajado me dão segurança”
SALMO 23, 4
Minha professora do primário, na escola pública, consciente do tempo que vivíamos e conhecedora da História do Brasil, ensinava uma poesia que ao tratar da Inglaterra concluía: tem na ambição voraz a nódoa que a acompanha.
São passados cerca de 70 anos. Quantas guerras movidas pela cobiça, pela vaidade ou pelo rancor? Quantas famílias destroçadas pela imoderada ambição?
Estas ideias vem-me ao saber do falecimento da Primeira Dama Marisa Letícia Lula da Silva.
A pequena contribuição de seu marido, o Presidente Lula, para dar dignidade, dar autoestima ou, como previa a letra até então morta da Constituição, dar cidadania à maioria absoluta da população brasileira, levantara uma onda de ódio no País.
Por que o ódio? É importantíssima esta resposta se desejamos ver nosso País progredir em paz e harmonia.
Aquela parcela ínfima da população que se autodenomina elite, que se aproveitou dos séculos da escravidão, que vive das gorjetas dos impérios coloniais alienando riquezas brasileiras, algumas insubstituíveis e que jamais poderão ser restabelecidas, impedindo o desenvolvimento cultural, intelectual e econômico do País, que ignorantes e arrogantes só sabem se impor pela força, antes das armas agora do único poder sem voto, se ergueu contra o projeto de governo que se propunha resgatar para a maioria absoluta dos brasileiros sua Nação.
Mas isto não poderia ser explícito, o ódio de encontrar o porteiro ou a babá no aeroporto, a filha da empregada doméstica na universidade cursada pelo filho ou neto, e dar um salário minimamente condizente com o trabalho dos que contribuíam para sua riqueza e ócio.
Criou-se então um mito ao qual se acostumara por gerações: apropriar-se do dinheiro público, como se fosse típico do partido que chegava ao Poder pela primeira vez. Não quero isentar ninguém nem me cabe advogar quem quer que seja. Mas são ridículas as acusações, não se encontraram provas que associem o Partido dos Trabalhadores e, principalmente, o Presidente Lula, Dona Marisa Letícia e seus filhos a qualquer falcatrua, ainda mais com dinheiro público. As condenações, em quase sua totalidade, deveram-se à síntese pronunciada pela Ministra do Supremo Tribunal Federal: não tenho prova, mas a literatura me permite condenar. Permite, digo eu, errar impunemente?
A imprensa, oligopolista, familiar, desta elite a que me refiro, buscando os interesses estrangeiros para defender, sem qualquer pudor, escudada na impunidade que o judiciário cúmplice lhe acobertava, martelava dia após dia uma culpa nunca provada, uma acusação vazia a Lula, família e partidários.
A Lava Jato, programada e treinada pelos Estados Unidos da América, foi o foco mais destacado. Daí as condenações sem processo, as tentativas de suicídio, a pena de 43 anos ao Almirante Othon, com 77 anos, um herói nacional. São atos inomináveis, dignos de um estado de exceção a que o Judiciário lançou o Brasil.
E insuflada a parcela mais favorecida da sociedade vai às ruas. Não lhes faltam recursos de toda ordem, nem acólitos abjetos de grupelhos financiados para tal fim. Alexandre Herculano, notável romancista e historiador, escreve no Prólogo da História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal, como se instala esta emoção, de forma irracional e autoflagelante: “Há aí o vulgo que faz o que sempre fez; que saúda o vencedor, sem perguntar donde veio, nem para onde vai; que vocifera injúrias junto ao patíbulo do que morre mártir por ele, ou vitoreia a tirania, quando passa cercada de pompas que o deslumbram”.
A pressão sobre o marido e filhos foi excessiva para uma senhora que todos que a conheceram dizem ser amável, doce e acolhedora.
Os assassinos são todos estes, mentirosos, arrogantes, rancorosos, que condenam sem prova, que fraudam e alteram fatos e problemas, sem que as vítimas sequer possam defender das fortíssimas e provocadas pressões sociais.
A morte de Dona Marisa Letícia Lula da Silva será mais um crime impune em nossa história, como o que vitimou Getúlio Dornelles Vargas.
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado