PALESTINAS APRENDEM A PRODUZIR SEUS PRÓPRIOS VIDEOGAMES

Foto por Anni Lyngskær via Wired

 

 

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MENINAS PALESTINAS APRENDEM A PRODUZIR SEUS PRÓPRIOS VIDEOGAMES
‘Game Girl Workshop’ é iniciativa de desenvolvedora dinamarquesa e programadora palestina
 

 

 

Foto por Anni Lyngskær via Wired
  Rasha Salaheddin é palestina e tem 29 anos. Ela vive na Cisjordânia, e tem que estar em casa  todo dia no máximo às dez da noite. Ela também é engenheira de computação e fã de videogames, e uma das organizadoras do Game Girl Workshop, um seminário sobre design e programação de jogos só para meninas palestinas. “Estou construindo o futuro – dessas meninas, da nossa economia, do nosso país”, disse ela à revista britânica Wired.     Assine a revista Samuel. Apoie a imprensa independente.   A fundadora do programa, a desenvolvedora de jogos dinamarquesa Andrea Hasselager, conheceu Salaheddin por acaso através do Facebook, enquanto procurava um programador baseado na Palestina para ajudá-la a levar seu projeto à Cisjordânia. “Na maioria dos jogos, as histórias são contadas através de uma perspectiva ocidental masculina”, diz Hasselager. “Queríamos desafiar essa tendência e pensamos que uma boa maneira de começar seria motivando e inspirando meninas a desenvolver seus próprios jogos, mostrando que a tecnologia pode ser criativa e divertida.”   De acordo com dados do Palestine’s Central Bureau of Statistics, mais de 30% das casas tem acesso à internet – não muito distante da média do Oriente Médio, de 35,6% – e, a cada ano, mais de dois mil palestinos e palestinas concluem cursos superiores na área tecnológica. Ibrahim Abu Kteish, professor de Tecnologia da Informação na Universidade de Birzeit, conta que suas turmas tem uma divisão de gênero praticamente igualitária, “mas pouquíssimas mulheres conseguem emprego depois de se formarem.”   Saiba onde encontrar a Samuel   O objetivo do Game Girl Workshop, segundo as organizadoras, é oferecer um espaço para o aprendizado, a criação e, mais importante, o sonho. A equipe, formada exclusivamente por mulheres, mostra às meninas – muitas delas já conformadas com a ideia de sacrificar as próprias ambições em nome do casamento e da família – que pode haver uma alternativa.          Foto por Anni Lyngskær via Wired   O programa foi realizado em Anabta, Nablus e Balata, o maior campo de refugiados da região. Embora seja provável que a maioria das alunas, todas entre 14 e 16 anos, não voltem a programar um jogo, algumas delas captaram o espírito da iniciativa de Hasselager. Jenan Sawalmy, 14 anos, disse à Wired que tem intenção de seguir carreira como desenvolvedora de jogos. “Há muitos obstáculos aqui – as garotas estudam, mas elas não tem tantas chances de conseguir um bom emprego. No final todas acabam se casando. Eu quero criar meus próprios jogos e mostrar às pessoas que as garotas também podem fazê-lo.”   Baixe a Samuel no seu iPad ou Android   Para Salaheddin, as mulheres são as que mais sofrem com a situação política da Palestina, porque a cultura dita que a proteção, e não a liberdade, é a principal preocupação com relação ao sexo feminino. Ela diz que quando Israel impõe o bloqueio aos territórios e seus cidadãos, a cultura palestina reforça essas barreiras ao não permitir que as mulheres circulem sozinhas para além das fronteiras, em nome da segurança delas. Essas mesmas barreiras, porém, estão estimulando uma nova geração na internet. “Quando eu olhei para o meu futuro, eu pensei que em um país como a Palestina seria melhor investir em tecnologia, porque ela é aberta para todos. Por causa do bloqueio israelense, nós não temos as mesmas oportunidades dos cidadãos de outros países. Na tecnologia eu descobri que eu posso ter essa chance, porque a internet é livre.” Depois de ver o entusiasmo das garotas, Salaheddin pretende agora realizar a sua própria versão do workshop com as meninas da vila onde ela nasceu. “Acho que eu tenho uma responsabilidade com relação a todos os palestinos, especialmente as meninas. Eu sei o quanto é difícil para elas.” 
Redação

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