Jornal GGN – Enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou no final de semana que o coronavírus estava perfeitamente controlado, e que qualquer impressão ao contrário se deve à “mídia das fake news”, os mercados globais começaram a semana em queda generalizada justamente pelo avanço do vírus.
“Claramente atingimos o ponto em que as garantias de Trump de que tudo está bem na verdade agravam o pânico, porque demonstram a profundidade de suas ilusões”, afirma o economista Paul Krugman, em artigo traduzido no jornal Folha de São Paulo. “Enquanto ele tuitava elogios a si mesmo, os mercados globais estavam em queda livre”.
E o indicador que Krugman considera mais confiável para medir o colapso de confiança é o andamento das taxas de juros que, segundo o vencedor do Nobel de Economia, “despencaram quase tanto e tão depressa quanto na crise financeira de 2008”. Ou seja, os mercados estimam não só uma recessão, mas um ciclo de fraqueza econômica de vários anos.
“A questão é que a reação horrivelmente ilusória de Trump ao coronavírus e suas teorias da conspiração sobre democratas e a mídia não são realmente muito diferentes do modo como a direita lidou com a crise financeira 12 anos atrás”, diz. “Não, o que difere hoje é que a negação e o atraso resultante provavelmente terão consequências mortais”.
Krugman diz que, assim como grande parte do que ocorre nos Estados Unidos atualmente, a crise do coronavírus não está relacionada apenas com Trump. “Sua inadequação intelectual e emocional e sua combinação de megalomania com insegurança, certamente estão contribuindo para o problema”, ressalta.
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O feitiço contra o feiticeiro. O Trump acreditou que não seria atingido pelo virus num contexto global? É muita ingenuidade!