Pedro Barusco depõe na CPI da Petrobras

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, um dos delatores da Operação Lava Jato, está depondo à CPI na Câmara dos Deputados. É o primeiro a falar com os parlamentares da nova comissão. 
 
Pedro Barusco está sendo questionado sobre os indícios de desvios dentro da diretoria de Serviços da estatal, então comandada por Renato Duque, diretor indicado pelo PT. 
 
Desde que foi criada, o objetivo da CPI é trazer o enfoque para os envolvimentos do partido da presidente Dilma com o esquema de corrupção. Os inquéritos que estão sendo analisados pelo Supremo Tribunal Federal, por outro lado, mostram que a concentração do esquema estava sob a liderança do PMDB e do PP.
 
O esquema de propinas da Petrobras começou com o primeiro contrato de navio-plataforma com a holandesa SBM Offshore, em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
 
Assista à delação, aqui.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

12 Comentários

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  1. Não surpreende mas

    Não surpreende, mas impressiona o tom demagógico dos “inquiridores”. Até eles: tudo que sai da boca desse pessoal é inspirado pelo que sai na imprensa; é essa a “preparação” deles para as perguntas que fazem. Os procedimentos mais básicos das rotinas da Petrobras – e do mercado! – eles ignoram (ou ficam fingindo que ignoram, isso é mais que claro).

    E o inquirido tem que repetir toda hora…

    Tudo feito para os holofotes.

    Quando digo que a população e seus representantes simplesmante não têm nenhuma comunicação; que a população só “fala” com a mídia, não é à toa: até os representantes da República só fazem o mesmo.

    Ainda bem que boa parte da população nao está nem aí nem pra uns nem pra outros.

    Até o PCO entendeu. Até o PCO!

    Nem, nem… a esquerda pequeno-burguesa entrega as ruas para a direita

    Psol e PCB não querem lutar contra o golpe, a Rede Globo explicou para eles que isso é “governismo”

    da página do PCO

    Mais uma vez, a esquerda pequeno-burguesa que está fora do governo mostrou que realmente está disposta a deixar a direita à vontade e, quem sabe até, apoiar a direita contra o governo.

    Psol e PCB, diante das duas manifestações que vão acontecer nos próximos dias e do aumento da polarização política no País, levam adiante a política do “nem uma coisa, nem outra”, que também poderia ser chamada de política dos que estão vivando em outra dimensão. Tudo isso, como sempre é claro, vem misturado com uma bela cobertura de “temos uma posição classista”. Não tenhamos dúvida de qual classe a posição dessa esquerda representa: a classe média. Mas antes de explicar mais uma demonstração de extrema desorientação política, que está levando esses grupos – devemos incluir aí o PSTU – a uma aliança prática com a extrema direita, vejamos as declarações.

    Em uma nota escrita no dia 10 de fevereiro por sua direção nacional, o Psol afirma que “o partido desautoriza o uso de seu nome em convocatórias de atos pró-governo a serem realizados no próximo dia 13 de março”.

    E acrescenta:

    “O lugar do povo brasileiro não é nem reforçando as forças conservadoras, nem tampouco [grifo nosso] apoiando o governo atual e suas medidas. É ocupando as ruas para exigir o fim do pacote de austeridade, o fim dos reajustes das tarifas públicas e dos combustíveis, o arquivamento dos projetos que representam retrocesso de direitos e a punição de todos os envolvidos nos escândalos de corrupção da Petrobrás, tanto do período FHC quanto Lula e Dilma [grifo nosso].”

    Já o PCB, depois de ter visto o nome do partido na convocatória para o ato do dia 13 de março, correu para desmentir e aproveitou para atacar o governo: “PCB não participa de atos governistas”. “A Comissão Política Nacional do PCB vem a público comunicar que o partido não participará desse ato e, portanto, não autoriza a inclusão de nossa sigla na lista de entidades promotoras”.

    Em primeiro lugar é preciso explicar que as duas manifestações não são meras “manifestações”. Elas são a expressão mais visível nesse momento da polarização política no Brasil. Os elementos da direita e extrema-direita nacional, abertamente financiados pelo imperialismo e promovidos pela imprensa cartelizada (Globo, Veja, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo) preparam um golpe contra o governo, disfarçado como sempre detrás de “belas” justificativas morais. O golpe é contra o governo do PT – os “governistas” na linguagem da esquerda pequeno-burguesa – naturalmente. O golpe precisa ser dado contra o governo de plantão, independentemente da natureza e das características dele. Apenas para lembrar, quem está na presidência é o PT, não o PCB nem o Psol.

    Mas o golpe, como todo golpe, não para depois de derrubar o governo. Seu objetivo é muito mais profundo: atacar brutalmente as condições de vida dos trabalhadores, as organizações populares, sindicais, estudantis.

    A extrema-direita que sairá nas ruas no dia 15 quer isso. A manifestação do dia 15 não quer o “impeachment”, quer um golpe. Golpe mesmo, assim como o de 64, ou como o do Pinochet no Chile e tantos outros.

    Diante disso, a tarefa central da esquerda que se diz revolucionária é denunciar e lutar contra o golpe. Lutar contra o golpe não significa ser “governista” como costumam argumentar as crianças da esquerda pequeno-burguesa. Lutar contra o golpe é defender as organizações operárias e populares, atacar os fascistas.

    E para acrescentar, devemos lembrar que lutar contra o golpe é, em uma grande medida, lutar contra a própria política de conciliação e covardia do PT, que se nega, como sempre, a lutar.

    O que significa o “nem, nem”?

    A política do Psol e do PCB nada mais é do que uma maneira de se aliar com a direita usando palavras de esquerda. Não se posicionar claramente contra o golpe, convocando a esquerda, os sindicatos, os movimentos populares, o próprio PT e obviamente os trabalhadores para sair às ruas contra os golpistas é estar do lado da direita.

    Mas a posição é ainda pior. O Psol deixa “escapar” em sua nota que sair às ruas no dia 13 é ainda pior do que ir na manifestação do dia 15. Para o Psol, o ato do dia 13 é para “defender o governo”. Foi a Globo que falou isso para a direção nacional do partido.

    Para a esquerda pequeno-burguesa é necessário que se construa uma “alternativa”, uma “saída pela esquerda”, como diz a nota do Psol. Tudo isso é muito bonito, mas diante do golpe e do crescimento da extrema-direita, qual será a posição do Psol? Nem um, nem outro. Esperemos o dia em que nossas pregações “esquerdistas” atinjam a cabeça do povo e ele decida eleger a Luciano Genro, o Mauro Iasi ou o Zé Maria como presidentes da república. Até lá… nem, nem.

    Vamos deixar como está, mas sem deixar de pedir a cabeça do PT. Foi a Rede Globo e a revista Vejaquem explicou isso para eles.

    Com essa posição, a esquerda pequeno-burguesa deixa as ruas para a direita. Não defender uma frente de de luta de todos os trabalhadores contra o golpe com a justificativa morais contra o PT apenas deixa o caminho livre para o avanço da direita, que já está nas ruas e está crescendo.

    O Psol vai ainda mais longe e pede a punição dos envolvidos em escândalos de corrupção. Como é bom aprender com a Rede Globo!

    Mas os psolistas vão dizer: “não somos como a rede Globo porque pedimos a punição do período FHC.” Sobre isso, nos resta lembrar que essa posição é a mesma da Dilma e do PT, que também chegaram nessa posição porque a Globo ensinou para eles que é preciso ser “ético”.

    A política da esquerda pequeno-burguesa é uma falsa alternativa de esquerda. Ao atacar o governo, dando razões aos argumentos da direita, tudo o que essa esquerda faz é dar um ar de “pureza” para o golpismo.

    A única alternativa real que está colocada nesse momento é sair às ruas contra o golpe, levantando as reivindicações dos trabalhadores, coisa que o PT não faz ou faz timidamente e apenas com objetivos eleitorais. É preciso uma posição clara de luta contra a direita e o golpe. Essa é a principal tarefa do momento.

     

    1. A imoressão que dá é que

      A imoressão que dá é que esses RAIVOSOS INQUIRIDORES estão loucos da vida não por patriotismo mas porque ficaram  de fora do esquema.

       

      1. Coerência

        Se for este o caso, André, está até coerente, pois o volume da bufunfa é espantoso, e muita gente está começando a perceber que ficou de bico seco à toa, pois teve poítico graudão que aspira cargos igualmente graúdos, que se deu bem ! Ficou isento da listinha benévola do Procurador. Vai ficar devendo favor pelo resto da vida.

  2. Cuidado e atenção nesta hora!

    Cuidado e atenção nesta hora! O maringaense Yousseff está fazendo denúncias sobre o que ele jamais teria condições de saber. Um doleiro não pode discernir com tanta profundidade sobre o desempenho das atuações parlamentares. Suas delações agora trazem um tom que deixa qualquer observador imparcial de orelha em pé: Não parece em nada com coisa dita ou escrita por ele! Será ele médium e estará psicografando de olhos fechados algum espírito zombeteiro?  

  3. HERCÚLEO E INÚTIL ESFORÇO
    É hercúleo e inútil o esforço que parte do judiciário faz pra livrar a cara da DIREITA TUCANALHA & CIA ILIMITADA da corrupção na PETROBRAS.
    Que mesmo com todo o circo armado tal e qual o mensalão, com toda pompa e circunstâncias e HOLOFOTES, não conseguirá o seu intento.
    O descrédito na instituição se fará maior caso não se corrija as distorções jurídicas provocada pela manipulação e conivência do juiz Moro com o núcleo PARANAENSE da TUCANALHA.
    Periga esse juiz se transformar em réu, como foi o outro no caso Eike Batista.
    Para isso não bastam só as denúncias dos blogs. É necessária a pressão das ruas no dia 13 para mostrar que eles não nos manipulam.
    Que temos ciência dos nossos erros, que aceitamos as punições desde que elas sejam baseadas em fatos reais, não em manipulados e fabricados como tem sido até agora.
    Nessa batalha insana temos que mostrar a nossa força e estaremos todos juntosmisturados com DILMA, LULA PT, MILITÂNCIA e POVÃO.
    TODOS PELO BEM DO BRASIL!!!

  4. Está evidente o esforço do

    Está evidente o esforço do Barusco em “aliviar” para o PSDB, uma espécie de ACORDO PREMIADO PARALELO. Não estava vendo no momento, mas, um dos inquisidores disse (e isso eu já estava vendo) que o Relator teria lhe questionado se teria sido ele, Barusco o “inventor da corrupção na Petrobras”. Ele teria, claro, respondido que não. Mas, como ele explica querer garantir a “institucionalização a partir de 2003/4” se ele já ROUBAVA em 97. Mais contraditório, impossível.  Fica claro que A PARTIR DE 97 a roubalheira já estava agindo nos contratos da Estatal. Mas, não. Tem o dedo, ou melhor, tem TOGA NESSA TUBA. 

    É como já deixei registrado em outro post. Para condenar o PT vale qualquer coisa. Até declarações Padrão Chicó: “NÃO SEI….SÓ SEI QUE FOI ASSIM.”

  5. Coisa mais nojenta essa tal

    Coisa mais nojenta essa tal de CPI. Primeiro: parte dos parlamentares não está em condições de mostrar a cara, pelo menos enquanto rola o inquérito na PGR. Depois a gente percebe, como em todas, que à oposição não interessa outra coisa, senão plantar sementes do mal contra o PT; fazer escorrer o veneno contra os governos petista, pouco importando se o depoente é um delinquente, vagabundo de quinta categoria. Nessa horas a gente observa o gosto sentido, prazeroso mesmo, de um Álvaro Dias, de um Agripino Maia, por exemplo. Estão a quilômetros de distância de pretenderem extrair desses depoimentos algo em favor do Brasil, na medida em que dixam parecer, em primeiro plano, que se sentem radiantes em ficarem frente a frente com os bandidos, usando e abusando de suas autoridades para induzir os depoentes a dizerem o que eles querem que apareça na mídia, de preferência citando o nome deles, parlamentares doentes de tanto ódio. 

    Aí, sai na globo: “O senador Álvaro Dias questionou fulano de tal, e,…”. Pronto. Tá feita a visibilidade do calhorda como o arauto da moral e dos bons costumes; o santo.

  6. Há uma enorme contradição no depoimento.

    Não entrando na discussão quem é mais ladrão, quando assisti o depoimento do Barusco na TV (na íntegra, coisa de aposentado), estranhei muito o conjunto do depoimento do mesmo, pois ele respondeu determinadas coisas que tornam o depoimento uma peça de ficção, pois vamos lá:
    .
    1º) Ele disse mais de uma vez que as empresas não recebiam favores ou benefícios como aditivos e outras coisas, que as empresas só doavam os recursos (que ele mesmo chamava de propinas) para “se manter no negócio”.
    .
    2º) Ele também disse que não havia coação das empresas que não doavam recursos nem qualquer coisa que as obrigassem a isto.
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    3º) Foi declarado pelo Barusco que quem faziam os orçamentos eram pessoas que estavam fora do bando criminoso e que não ganhavam nenhum recurso das empresas.
    .
    4º) Barusco também declarou que os aditivos de contrato eram solicitados pelo pessoal de obra e que eram passados por uma análise de pessoal técnico que verificava a necessidade e o valor. Feito isto passava pelo setor jurídico e por fim eram simplesmente assinados pelos diretores.
    .
    5º) Que ele recebeu US$90 milhões em propinas.
    .
    Com as afirmações acima, temos algo que parece um teatro do absurdo, ou seja, as empresas que pagavam Barusco não recebiam benefícios e as que não pagavam não tinham represálias. Ou seja, que a propina não servia para favorecer as empresas nem para prejudicar as outras.
    Pela definição de propina (suborno ou qualquer tipo de dinheiro pago em troca de favor ilícito), pela declaração de Barusco não há a caracterização de um ilícito, pois as empresas não receberam favores.
    Acho extremamente interessante, empresas que pagam no total US$300 milhões e não recebem favores, talvez pelos belos olhos do Barusco elas pagavam este dinheirinho!
    Temos assim o primeiro caso de suborno do mundo para não fazer nada, ou seja, em última instância o que diz Barusco que ele não foi subornado por ninguém, e que ninguém forçou as empresas a darem o dinheiro ou não darem.
    Seguindo esta linha de raciocínio estúpido, NÃO HOUVE CRIME, e todos que estão presos é porque são bonzinhos por darem dinheiro aos outros ou por serem bonitos demais por recebê-los.
    Nenhum deputado perguntou isto, eles estavam com mais vontade de atacar outros partidos ou se defenderem, porém se o Juiz Morro, seus Promotores e Delegados aceitaram esta explicação esdrúxula, tem algo tremendamente errado no juiz, promotores e delegados, ou há uma coisa bem maior atras disto tudo.

    1. Realmente não faz sendito

      Realmente não faz sendito esse tipo de delação.

      Ou o camarada conta tudo e prova ou não pode ter benefícios com supostas delações.

      No caso de Paulo Roberto e Youssef por ex, há contradições entre os depoimentos dos dois, ou seja, um dos dois deve ter a sua delação cancelada e os seus benefícios extintos.

  7. Um bando de politiquinhos

    Um bando de politiquinhos fascistóides, suportados por bilionários oportunistas e antipatriotas resolveram espatifar o país e arrasar com tudo que o povo conseguiu depois suportar por  500 anos sua arrogância e seu egoísmo:  dignidade, auto estima e condições melhores de trabalho, moradia, educação e saúde. A falta de limites atual alcançou a barbárie e pode ser que advenha uma guerra fatricida.

    O que motiva uma pessoa a subjugar seu país  a  outro entregando-lhe como se fora um presente,  sua soberania, suas riquezas, o bem estar de seu povo e sua dignidade?

    Dizer que é vaidade, vingança, sede de poder, ganância, ignorância política, competição, não é suficiente. Tenho procurado este motivo maior e profundo que pela minha lógica, precisa existir. Precisamos ir além dos motivos comhecidos e entender os motivos desconhecidos para sairmos deste redemoinho de inconsequência que  ameaça nos estilhaçar.

    Senão, nós  que amamos o Brasil e não queremos ser outra coisa a não ser brasileiros, que não pleiteamos outra nacionalidade nem endereços estrangeiros, levaremos outros 500 anos para nos livrarmos do pó que turvará nossa vista e remontar nosso país com os cacos que recolheremos.

    Nunca pensei que depois de tanta luta para para ser livre e viver num estado de plenos direitos eu ainda viveria a angústia de um retorno a 1964. Eu sou Brasil.

     

     

     

     

     

     

     

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