PIB de 2012 dependerá do investimento público

A variação nula do Produto Interno Bruto registrada no terceiro trimestre do ano, como divulgado hoje pelo IBGE, não foi nenhuma grande surpresa.O resultado continua sendo coerente com a previsão de expansão de 3,5% sustentada pelo Governo.

Apenas é o auge de um processo de redução da velocidade de expansão da economia que foi  procurado pelas autoridades econômicas desde o início do ano como forma de atenuar as pressões inflacionárias que se tornaram, nos primeiros oito meses de 2011, a grande preocupação da economia.

Lembremo-nos que a reversão da política de alta dos juros ocorreu apenas no último mês do terceiro trimestre e aquilo que já teria uma repercussão demorada na atividade econômica mais ainda posterga seus efeitos diante da conjuntura de crise mundial.

É obvio que um evento como esse retarda a decisão de tomada de crédito, sobretudo aquele voltado para a ampliar a produção, o que passa de ser algo posto em dúvida:  produzir mais numa economia estagnada, sem garantia de alta no consumo?

No quadro que a gente reproduz no post, você pode ver que o desaquecimento foi se dando, progressivamente, desde o terceiro trimestre de 2010.

E progressivamente, também, irá de se dar o novo ciclo de aquecimento que as recentes medidas governamentais – além da tímida (por enquanto) redução da taxa de juros, a redução de impostos sobre o consumo e o crédito.

O que vai definir, mesmo, o quanto o governo está disposto a iniciar um novo movimento anticíclico na economia – reagir com aumento de investimentos públicos à retração da atividade econômica – é a evolução dos gastos governamentais.

Embora a elevação proporcional destes gastos esteja se recuperando da queda sofrida no decorrer deste ao, ainda está extremamente distante do ritmo de expansão registrado há um ano.

É este fator, ao lado de uma recuperação dos níveis de atividade industrial – os que mais têm espaço para crescer, depois do “freio” que viveu nos dois últimos trimestres – que definirão a sorte da meta de 5% de crescimento do PIB no ano que vem.

Por: Fernando Brito

Redação

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