Propina paga pela Odebrecht a políticos e empresários colombianos dobra

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A Procuradoria da Colômbia informou nesta terça-feira (25) que a estimativa do pagamento de propinas pela empreiteira Odebrecht na Colômbia dobrou: de US$ 11,1 milhões inicialmente calculados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, passou a US$ 27,7 milhões.
 
Os cálculos iniciais contabilizavam que, entre os anos de 2009 a 2014, a empreiteira teria movimentado mais de US$ 11 milhões em “pagamentos corruptos na Colômbia a fim de garantir contratos públicos”. 
 
A partir destes contratos, a Odebrecht teria se beneficiado de mais de US$ 50 milhões como resultado destes pagamentos corruptos, apontava o relatório inicial do Departamento de Justiça dos EUA. 
 
“Por exemplo, entre os anos de 2009 e 2010, a Odebrecht concordou em pagar, com posterior autorização de um funcionário do Departamento de Operações Estruturadas, US$ 6,5 milhões de propinas para um agente do governo em troca de garantir um projeto de construção com o governo colombiano e receber auxílio na vitória do projeto”, apontava o documento.
 
A partir do anúncio de dezembro de 2016 dos investigadores norte-americanos, em parceria com os procuradores da Lava Jato do Brasil, a Colômbia dedicou-se a investigar o caso, resultando na prisão de dois empresários, Federico Gaviria e Eduardo José Zambrano, na última semana, e na retenção do visto do senador colombiano Bernardo “Ñoño” Elías, que estaria envolvido no escândalo.
 
O senador e sua prima, Basima Elías, teriam recebido propinas para possibilitar o fechamento do contrato. “Os testemunhos coletados, adicionalmente, falam da existência de pagamentos para um grupo de parlamentares ligado aos senadores Elías e Olano”, informou a Procuradoria da Colômbia, nesta terça.
 
Ambos devem ser ouvidos pela Sala Penal da Corte Suprema de Justiça colombiana, junto com outros parlamentares citados nas investigações, como o ex-senador Plinio Olano. De acordo com as últimas informações divulgadas pelos investigadores, a “ruta dos subornos” já apontam a três congressistas em exercício: além de Elías, o senador Musa Besaile Fayad e Antonio Guerra. 
 
Contra eles, a Receita Federal do país já enviou cópias autenticadas de documentos para a Suprema Corte do país, uma vez que foram “mencionados nas diligências com a acusação de supostos beneficiários de pagamentos”, indicou os investigadores. 
 
Além disso, os montantess em propina teriam dobrado. As novas informações dão conta que as propinas atingiram US$ 27,7 milhões entre os anos de 2010 e 2015.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. O que me intriga…

    O que me intriga é o que  é que o Departamento de Estado dos Estados Unidos tem a ver com tudo isto. O foco deste Departamento na Oderbrecht,  principalmente na sua influencia geopolítica é impressionante. Se a Colombia quer analisar as suas contas e a sua corrupção, que o faça. Que o Departamento de Estado Americano faça o mesmo com suas companhias. Que tal fazer isto no Iraque?  Me parece que o defensor da democracia no mundo, que deu sustentação a todas as ditaduras latino americanas, que agora dá sustentação a “democracia saudita”  agora montou um exercito de Marines Judiciários, que aportam em todos os lugares que houver algum risco para Washington e Wall Street.

    1. o que,,,,

      Sr. Frederico, o problema não são os EUA. Eles estão aproveitando da imbecilidade e estupidez tupiniquim, que sabota suas próprias Empresas e Economia, destruindo décadas de trabalho por conquista de mercados e formação de Empregos altamente especializados. Ignorância que nos norteia impulsionada por um AntiCapitalismo ideológico arcaico e mediocre. Já que o Brasil ofereceu tudo isto de graça, por que não dar uma empurradinha? Mercado Fabuloso dado de graça, por que não? Até porque; como o sr. cita, eles estão muito preocupados com democracia, justiça e transparencia, não é mesmo? Mas não jogue a culpa nos EUA. Assim o sr. acoberta os verdadeiros responsáveis. Aqueles que destroem um conglomerado industrial brasileiro de 400 mil empregos nacionais, enquanto continuam exercendo o Poder, com as bençãos do Judiciário Nacional, na sua rotina de chantagens e extorsões.  

    2. idem

      Sr. Firmo, meu comentário seria idêntico ao seu. 

      Desconfiamos que eles tratam corrupção dos outros que não sejam estadunidenses como suja. A deles é limpinha e cheirosa.

      A carne exportada do Brasil é ruim, só a deles presta e assim por diante.

      Os juros pagos pelo Brasil……..Ai sim! Ai é uótemo!

      Grande pais os EUA. Eles cuidam dos seus interesses e são patriotas. Diferentes de nós.

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