.
Qualquer música, ah, qualquer,
Logo que me tire da alma
Esta incerteza que quer
Qualquer impossível calma!
Qualquer música — guitarra,
Viola, harmónio, realejo…
Um canto que se desgarra…
Um sonho em que nada vejo…
Qualquer coisa que não vida!
Jota, fado, a confusão
Da última dança vivida…
Que eu não sinta o coração!
.
sem data
.
……………………………………………………………………………………………………………………………
Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995). – 220.
1ª publ. in Presença , nº 10. Coimbra: Mar. 1928.
Fonte: Arquivo Pessoa
Leitura do poema: Maria Inês A. M.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Ah, que desejo !
Qualquer música que diga por alguém o que alguém quer dizer, sentir.
“Qualquer coisa que não vida !”