Qualquer música, por Fernando Pessoa

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Qualquer música, ah, qualquer,

Logo que me tire da alma

Esta incerteza que quer

Qualquer impossível calma!

 

Qualquer música — guitarra,

Viola, harmónio, realejo…

Um canto que se desgarra…

Um sonho em que nada vejo…

 

Qualquer coisa que não vida!

Jota, fado, a confusão

Da última dança vivida…

Que eu não sinta o coração!

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sem data

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Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995).   – 220.

1ª publ. in Presença , nº 10. Coimbra: Mar. 1928.

 

Fonte: Arquivo Pessoa

Leitura do poema: Maria Inês A. M.

 

 

Redação

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