Negociações em série, por Bernardo Mello Franco

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Valdemar Costa Neto na época do mensalão | Roberto Stuckert Filho/01-08-2005

Valdemar Costa Neto na época do mensalão

Jornal GGN – O PR está na crista de negociações. Tendo por chefia um condenado do mensalão, a legenda atira para dois lados: o de Lula e o de Bolsonaro. O Partido da República faz parte do centrão, um grupo de partidos fisiológicos aliados de Eduardo Cunha e com forte apego aos valores. Não os morais. O tema é abordado por Bernardo Mello Franco, em seu artigo em O Globo.

E esses partidos – PR, PP, PRB, SD, DEM – vão de galho em galho para definir quem é que tem condições de chegar lá, ao cume, para poder apoiar e receber seu quinhão. E colocam a sua marca no leilão gritante desses tempos pré-eleição.

Leia o artigo a seguir.

em O Globo

Quem dá mais? Partidos negociam apoios em clima de leilão

Por Bernardo Mello Franco

Que princípios republicanos norteiam o Partido da República? Chefiada por um condenado no mensalão, a legenda negocia ao mesmo tempo com Lula e Bolsonaro. Seria ingenuidade buscar razões ideológicas para o dilema.

O PR integra a sopa de letrinhas do centrão, um grupo de partidos fisiológicos que costumava seguir as ordens de Eduardo Cunha. A turma se destaca pelo forte apego a valores. Não exatamente os que são anunciados em microfones.

Até o início do mês, o centrão prometia migrar em bloco para uma única candidatura. Agora a tendência é voltar ao cada um por si. Ninguém quer perder a chance de baganhar seus próprios interesses no feirão partidário.

O presidente do PP, por exemplo, está preocupado com sua reeleição ao Senado. Ele mora em Brasília, mas tem domicílio eleitoral no Piauí. Lá seria suicídio político aderir a um candidato que se oponha ao lulismo.

Ligado à Igreja Universal, o PRB negocia de forma ecumênica. Seus bispos são próximos dos tucanos, mas participaram do governo petista. Hoje apoiam Temer, amanhã podem subir ao altar com qualquer um. O importante é não ficar com a sacolinha vazia.

O Solidariedade, controlado pelo notório Paulinho da Força, também avalia ofertas no varejo. O deputado lutou bravamente contra o fim do imposto sindical. Agora busca alternativas para compensar a perda de receita.

O DEM tem algo assemelhado a um programa, mas parece pronto para abandoná-lo. O partido se divide entre Geraldo Alckmin e Ciro Gomes. Um apoiou o impeachment e reza pela cartilha do mercado. O outro denunciou o “golpe” e promete revogar todas as reformas liberais.

Com o fim dos jogos da Copa, o leitor será obrigado a acompanhar o leilão de apoios até o início de agosto. À medida que as negociações avancem, os balões de ensaio se desmancharão no ar.

O último transportava Flávio Rocha, o queridinho do MBL. Para surpresa de ninguém, ele anunciou que não será mais candidato. O país não perdeu nada, mas o horário eleitoral ficará menos divertido. O funkeiro Latino já havia gravado o jingle da campanha.

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Caminhando e Cantando Segundo a Canção

    A Globo toca e o GGN dança, para variar, sem pitacos, quer na letra, musica ou ritmo.

    Só dança e canta em cima, conforme pedem.

    Uma ‘gracinha’, diria Hebe, cansada, a Ivete e Doria, antes de descansar de vez. 

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador